Pessoal,
Suponho que vocês estejam visitando o blog a fim de estudarem pelas postagens que prometi, mas tive alguns contratempos hoje e só poderei escrever para vocês amanhã pela manhã. Peço que estudem pelo caderno e/ou livro e deixem este espaço virtual somente para revisão, já que já estamos em véspera de prova.
Amanhã estará tudo aqui, prometo!
Quem quiser adiantar, há postagens antigas sobre as matérias nos tags ao lado. Basta clicar e procurar.
Beijos,
Dani
6 de mar. de 2013
3 de mar. de 2013
Entrevista Profª Daniele Ribeiro
A entrevista a seguir foi concedida a uma acadêmica para um trabalho de Pedagogia. Achei interessante deixá-la publicada aqui; talvez seja útil de algum modo, seja para outros acadêmicos que tentam traçar o perfil profissional do professor de Literatura ou, quem sabe, para outros colegas que queiram "conversar" sobre o ofício, suas dores e delícias.
Entrevistada: Daniele Soares Ribeiro
Leciona Literatura Infanto-juvenil em turmas de Ensino
Fundamental II e Literatura Brasileira para alunos de Ensino Médio. Atualmente,
faz parte do corpo docente Colégio Delta, instituição de ensino privado, em Montes
Claros, norte de Minas Gerais.
1. Como você
realiza o seu trabalho em sala de aula?
Todo o meu trabalho se baseia na
análise e interpretação das obras literárias em diálogo com outras formas de
artes: música, cinema, teatro, pintura... Busco ler o livro para e com os meus
alunos sempre de modo emocionante e cativante, a fim de transportar o leitor
para o universo de sentimentos e emoções que julgo que a leitura almeja
despertar. Assim, após realizar leituras dramatizadas, dialogo com o alunado
sobre as compreensões possíveis daquele texto para o momento de produção do
mesmo e que valores veicula para nós, leitores, hoje. Após esse momento, introduzo canções, filmes ou outras mídias que
ajudem a demonstrar que o literário é apenas uma dentre várias outras formas de
o homem traduzir/entender/explicar a si e ao mundo em que vive. Fecho os
trabalhos sempre com atividade escritas de interpretação e avaliações sobre o
conteúdo ministrado.
2. Seu método de trabalho se aproxima mais do tradicional ou
histórico-crítico?
Acredito que minha forma de
trabalhar seja mais próxima da abordagem histórico-crítica, pois busco ajudar o
aluno a ter autonomia no processo de construção e percepção de significados,
visando a formação do sujeito crítico, capaz de analisar a realidade em que
vive e criar suas próprias conclusões sobre ela, tudo isso, no caso, mediado
pelo texto literário. O que se torna relevante para mim não é a abordagem
conteudista, mas sim como os discentes absorvem e transformam a informação
presente nas obras em conhecimento, o que só se dá quando alunos pensam e
sentem os textos. Guardo ainda do tradicional as avaliações e a “nota” como
indicadores de bom rendimento, o que é mais uma questão de cultura escolar do
que de escolha profissional.
3. Em sua opinião, qual a função da escola?
21 de nov. de 2012
Sangrando ainda
A Ele,
Como tenho sentido a sua falta! Meu coração pergunta todos os dias por você e o silêncio continua a responder que só sabe dizer de sua ausência. É impressionante como consigo me lembrar em todos os sagrados dias de como éramos nós, e eu, de repente, tornei-me um terrível e pesado singular. Por que nunca me explicou a razão? Foi embora e levou consigo minha capacidade de me manter emocionalmente. Como faço agora? Já se levantaram tantos sóis, anoiteceram tantas luas e eu continuo sem a luz que me salvava da escuridão de não estar. Vi você há alguns dias. Sei que era seu rosto. Você fingiu não ver e eu percebi. Péssimo ator. E a vida, essa escritora de destinos, fez com que nos víssemos novamente naquele mesmo dia... Quem entenderá? Por que, depois de tanta distância, sua visão resplandece duas vezes em menos de 24 horas? Queria todas as respostas, fechar o que não terminou como devia, porque não reclamo seu desejo de ir, mas a forma como ele se impôs a mim, me sufocou ao ser absurdamente repentino e me marcou até o sempre de agora. Prometo para o meu coração todos os dias: "-Acalma-te, vamos superar isso juntos, ok?", mas nem eu creio nisso com a convicção que deveria e assim, na lanterna do meu cotidiano vazio, fica suspensa a vontade de deixar outro alguém assumir o seu lugar.
d.
17 de out. de 2012
Análise Claro Enigma
Carlos Drummond de Andrade nasceu em
Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de
fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os
jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por
"insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a
carreira de escritor como colaborador do Diário
de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento
modernista mineiro. Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma,
formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Fundou com outros
escritores A Revista, que,
apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em
Minas. Ingressou no serviço público, em 1934, transferiu-se para o Rio de
Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação,
até 1945. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista
no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal
do Brasil.
O modernismo não chega a ser dominante nem mesmo
nos primeiros livros de Drummond, Alguma poesia (1930) e Brejo
das almas (1934), em
que o poema-piada e a descontração sintática pareceriam revelar o contrário. A dominante é a individualidade do autor,
poeta da ordem e da consolidação, ainda que sempre, e fecundamente,
contraditórias. Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, ele se detém
num presente dilacerado por este e por aquele, testemunha lúcida de si mesmo e
do transcurso dos homens, de um ponto de vista melancólico e cético. Mas,
enquanto ironiza os costumes e a sociedade, entrega-se com empenho e requinte
construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar. Vem daí o rigor na forma do poema, que beira a
obsessão. O poeta trabalha sobretudo com
o tempo, em sua cintilação cotidiana e
subjetiva.
Em Sentimento
do mundo (1940), em José (1942) e sobretudo em A
rosa do povo(1945), Drummond lançou-se ao encontro da história
contemporânea e da experiência coletiva, participando, solidarizando-se social
e politicamente, descobrindo na luta a explicitação de sua mais íntima
apreensão para com a vida como um todo. A surpreendente sucessão de
obras-primas, nesses livros, indica a plena maturidade do poeta, mantida
sempre. Drummond foi seguramente, por muitas décadas, o poeta mais
influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado
diversos livros em prosa. Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto
pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro RJ, no dia 17
de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista
Maria Julieta Drummond de Andrade.
O estilo literário de Carlos Drummond de Andrade
A produção poética de Drummond pode ser dividida em quatro
fases:
A fase gauche (1930-1940): - Eu maior que o mundo - poema,
humor, piada. Período marcado pelo isolamento, individualismo,
reflexões metapoéticas e existenciais, humor e ironia. Principais obras: Alguma
poesia (1930) e Brejo das Almas (1934).
A fase social (1940-1945): - Eu menor que o mundo - poesia de
ação. Representa as contradições entre o ser e o mundo.
Há o abandono do individualismo e a tomada de postura histórico-engajada. Vale
lembrar que falamos de um período de guerras e conturbação política nacional e
mundial: Segunda Guerra Mundial, Ditadura de Getúlio Vargas, Nazifacismo.
Principais obras: Sentimento do mundo (1940), José (1942) e A rosa do povo
(1945).
A fase do não (1950-1960) - Eu igual ao mundo - poesia metafísica. Período marcado pelo
desencanto político. O poeta se lança numa poesia reflexiva, filosófica e
metafísica. Claro Enigma introduz
essa vertente filosófica, pessimista e reflexiva, abordando morte e vida,
infância e velhice, o amor e o tempo. Principais obras: Claro Enigma (1951),
Fazendeiro do ar (1955), Vida passada a limpo (1959) e Lição de coisas (1962).
A fase da memória (1970-1980): compreende o período de lembranças da infância na cidade
natal Itabira, além de reflexões universais sobre o tempo e a memória.
Principal obra: a série Boitempo (1973).
Claro Enigma (1951)
O
título
O
livro é constantemente marcado pela presença do conflito eu X mundo. As
contradições permeiam a obra: o eu poético ora aparece recluso, fechado em si
mesmo, ora se desnuda, aparece com ares mundanos. O fusionismo, característica
barroca, se mostra desde o título: a tentativa de união entre claro e escuro, o
encontro e o desencontro, a aceitação e a negação. Enigma: o incompreensível,
de difícil explicação, o mistério. Estamos, assim, diante de um eu lírico de
sentimentos indecifráveis, obscuros. Claro: ausência de mistério, clareza. Ou
seja, a negação do enigma. Desse modo, tem-se um eu que procura solucionar os
mistérios do mundo, resolvê-los, pois entende assim a função do poeta. No
entanto, após a leitura da obra, percebe-se que o enigma permanece sem resolução.
Em A Máquina do Mundo, pertencente à
última parte do livro, o poeta recusa as respostas propostas, levando consigo
as respostas ausentes.
19 de set. de 2012
A HORA DA ESTRELA, Clarice Lispector
Clarice Lispector
BIOGRAFIA DE LISPECTOR
“Nasci na Ucrânia,
terra de meus pais. Nasci numa aldeia chamada Tchetchelnik, que não figura no
mapa de tão pequena e insignificante. Quando minha mãe estava grávida de mim,
meus pais já estavam se encaminhando para os Estados Unidos ou Brasil, ainda
não haviam decidido: pararam em Tchetchelnik para eu nascer, e prosseguiram
viagem. Cheguei ao Brasil com apenas dois meses de idade. Sou brasileira
naturalizada, quando, por uma questão de meses, poderia ser brasileira nata.
Fiz da língua portuguesa a minha vida interior, o meu pensamento mais íntimo,
usei-a para palavras de amor. Comecei a escrever pequenos contos logo que me
alfabetizaram, e escrevi-os em português, é claro. Criei-me em Recife. (...) E
nasci para escrever. Minha liberdade é escrever. A palavra é o meu domínio
sobre o mundo.” (Waldman,1983. p. 9-10)
Clarice nasceu em
1925, em uma aldeia ucraniana. Aos dois meses de idade, veio com a família para
o Brasil. Morou em Alagoas, Pernambuco, mas passou a infância no Recife. Lá, a
autora cursou a escola primária e ginasial. Quando aprendeu a ler aos sete anos
de idade, descobriu que os livros eram escritos por autores e o queria ser
também. Transferiu-se para o Rio de Janeiro aos doze anos e lá estudou Direito,
chegando a trabalhar como redatora e, anos mais tarde, jornalista. Forma-se em
1944, ano em que publica a sua primeira obra, Perto do Coração Selvagem.
Olga Borelli, sua grande amiga, conta em depoimento que o método utilizado para
escrever seu primeiro livro perduraria para sempre na vida de Lispector:
“Clarice tomava notas onde quer que estivesse. Na lanchonete, em guardanapos;
no cinema, no maço de cigarros. Clarice ia construindo suas obras
fragmentariamente.”
Casou-se, nessa mesma
época, com um diplomata brasileiro (Maury Gurgel Valente) e, por isso,
afastou-se durante longos períodos do país que tanto amava. Aos dezenove anos
já se encontrava em Nápoles, Itália. Mesmo depois de ganhar o prêmio “Graça
Aranha” por seu primeiro romance, não se considerava uma escritora
profissional, insistia que era uma escritora amadora. Com o marido, teve dois
filhos: Pedro e Paulo. Separa-se de Gurgel Valente em 1960, ano em que retorna
para o Brasil e passa a morar no Rio de Janeiro.
Em 1976, a escritora
recebe um convite inusitado: representar o Brasil num Congresso Mundial de
Bruxaria, em Bogotá, Colômbia. Sua participação lá resumiu-se à leitura de seu
conto “O Ovo e a Galinha”, o qual acreditava que ninguém havia entendido. Faleceu
no Rio de Janeiro em 1977.
O ESTILO CLARICEANO
As inovações feitas
por Clarice Lispector em sua escritura, desde a sua primeira obra publicada,
provocaram grande espanto na crítica e no público da época. Grandes críticos
literários chegaram a apontar inúmeras falhas nos romances da escritora, como o
fez Álvaro Lins, em sua obra Os mortos de sobrerressaca, 1963, p.
189: “li o romance duas vezes, e ao terminar só havia uma impressão: a de que
ele não estava realizado, a de que estava completa e inacabada a sua estrutura
como obra de ficção.” Sem a freqüência das estruturas tradicionais dos gêneros
narrativos, a narrativa clariceana quebra a ordem cronológica e funde a prosa à
poesia. Uma das inovações de sua linguagem para a literatura brasileira é o fluxo
de consciência. Para entendermos o que é isso, seguiremos a definição de
Norman Friedman sobre análise mental, monólogo interior e fluxo de consciência.
“O primeiro é definido como um aprofundamento nos processos mentais da
personagem por uma espécie de narrador onisciente; o segundo, um aprofundamento
maior, cuja radicalização desliza para o fluxo de consciência onde a linguagem
perde os nexos lógicos e se torna caótica” (KADOTA, s/d, p. 74). Clarice
transitaria pelos três movimentos, apesar de apresentar características mais
evidentes de “fluxo de consciência”.
É como se uma câmera
fosse instalada na cabeça da personagem, como se pudéssemos acompanhar
exatamente o que ela pensa e da mesma maneira como pensa. Sabemos que o nosso
pensamento não é ordenado, e quando se pretende demonstrá-lo de forma semelhante,
acompanhamos sua desordem. Presente e passado, realidade e desejos da
personagem (ou narrador) misturam-se na narrativa, quebrando limites
espaço-temporais verossímeis. Joyce e Proust já haviam feito experiências como
essa, mas foi Clarice que introduziu esse estilo no Brasil.
A escrava Isaura, Bernardo Guimarães
Bernardo Joaquim da Silva Guimarães
nasceu em Ouro Preto, Minas Gerais, em1825. Em 1847 iniciou os estudos na
Faculdade de Direito de São Paulo, onde conheceu Álvares de Azevedo e
Aureliano Lessa, com os quais se uniu formando a Sociedade Epicuréia. Nessa fundação,
situada em São Paulo, os jovens se juntavam para dar realidade as
imaginações românticas, sendo este um ponto de encontro entre a literatura e a
vida. Após conseguir o título de bacharel, em 1852, viveu alguns anos no
Rio de Janeiro e em Goiás, atuando como jornalista, juiz e professor.
Ao longo de sua carreira publicou diversas poesias e
romances, dentre eles a Escrava Isaura
(1875), sua obra mais popular. Em 1884, faleceu em sua cidade natal, deixando
alguns escritos incompletos. Suas principais obras foram Contos da Solidão
(1852), O Ermitão de Muquém (1869), O Seminarista (1872), O Índio Afonso
(1873), A Ilha Maldita (1879) e a peça A Voz do Pajé,
publicada postumamente em 1914, além, é
claro, de A Escrava Isaura. Bernardo Guimarães expressou em sua poesia o mundo
exterior, demonstrando a vivência no meio paulistano, porém, vale mencionar
como elementos mais relevantes de sua obra poética o encanto pela vida, a
natureza e o prazer. Além disso, construiu textos dotados de musicalidade e
demonstrou forte preocupação com a métrica. No texto narrativo, Bernardo adotou
como principais cenários para seus romances os sertões mineiro e goiano, mas
também se utilizou das paisagens nordestinas. Na prosa, observava a vida
sertaneja, com seus tipos humanos, marcados por condições psíquicas e sócias
peculiares. As paixões amorosas são tratadas de forma natural e
por diversas vezes aparecem vinculadas a manifestações psicológicas. Seu
estilo natural, com linguagem simples e acessível, fez desse artista um dos
mais importantes de sua época, justamente pela facilidade com que o público
tinha contato com sua obra, na qual retratava temas próximos da realidade
popular. Em
1896, portanto doze anos após a sua morte, foi designado patrono da cadeira no
cinco da Academia Brasileira de Letras.
O
NASCIMENTO DO ROMANCE
A
publicação de romances em folhetins - os capítulos aparecendo a cada dia nos
jornais - já era comum no Brasil desde a década de 1830. A maior parte destes
folhetins era composta por traduções de romances de origem inglesa, como as
histórias medievais de Walter Scott, ou francesa, como as aventuras dos Três
Mosqueteiros, de Alexandre Dumas. Emocionados, os brasileiros acompanhavam as
distantes aventuras de um Ivanhoé ou de um D’Artagnan, transportando-se, em
espírito, para os campos e reinos da Europa. Embora fizessem sucesso
junto ao público, os primeiros romances brasileiros, publicados em folhetim,
não deixavam de ser considerados, pelos literatos “sérios”, como “uma leitura
agradável, diríamos quase um alimento de fácil digestão, proporcionado a
estômagos fracos.” O romance, esse gênero literário novo e “fácil”, que foi
introduzido na literatura brasileira por autores como Joaquim Manuel de Macedo
e Teixeira e Sousa, ganharia status de literatura "séria" com a obra
de José de Alencar.
Vítimas-Algozes: Quadros da Escravidão, Joaquim Manoel de Macedo
NOTA: Vítima: pessoa ferida, violentada, torturada,
assassinada ou executada por outra; pessoa que é sujeita a opressão,
maus-tratos, arbitrariedades; pessoa que sofre por sucumbir a vício ou
sentimento próprio ou de outrem; pessoa contra quem se comete qualquer crime ou
contravenção.
Algoz: carrasco, executor da pena de morte ou de outras
penas corporais (como tormentos, açoites etc.). Indivíduo cruel, de maus
instintos; atormentador, assassino, aquilo que aflige ou atormenta. (Dicionário HOUAISS)
Sobre o autor:
Joaquim
Manuel de Macedo nasceu em Itaboraí, no dia 24 de junho de 1820. Graduado em
Medicina no Rio de Janeiro no ano de 1844, foi também um dos mais
significativos autores brasileiros. No mesmo ano em que se formou ele ingressou
nas veredas literárias com o clássico A
Moreninha, com o qual ganhou celebridade e recursos financeiros. O escritor
faleceu no Rio de Janeiro, sua terra natal, em 11 de abril de 1882.
Contexto de produção:
A abolição da Escravatura:
“O Treze de Maio não é uma data apenas entre
outras, número neutro, notação cronológica. É o momento crucial de um processo
que avança em duas direções. Para fora: o homem negro é expulso de um Brasil
moderno, cosmético, europeizado. Para dentro: o mesmo homem negro tangido para
os porões do capitalismo nacional, sórdido, brutesco. O senhor liberta-se do
escravo e traz ao seu domínio o assalariado, migrante ou não. Não se decretava
oficialmente o exílio do ex-cativo, mas passaria a vivê-lo como estigma na cor
da sua pele" (Alfredo Bosi)
Vítimas-algozes segue na contramão do que se
considera o movimento de abolição dos escravos. Ao contrário do ideário
romântico de vários poetas abolicionistas contemporâneos de Macedo, o autor
alimenta a ideia de que os cativos devem conquistar sua liberdade não porque a
merecem, e assim se veriam livres dos maus-tratos de seus proprietários, e sim
por estar prejudicando os senhores ao inserirem nas comunidades familiares
brancas a degradação orgânica e ética. Sobre o romance, Macedo explica, na nota
“Aos Nossos Leitores”, não lhe interessou, nas “educativas” e “moralizantes”
histórias que entregava aos consumidores de sua vasta obra, pintar “o quadro do
mal que o senhor, ainda sem querer, faz ao escravo”, mas, sim, o “quadro do mal
que o escravo faz de assento propósito ou às vezes irrefletidamente ao senhor”.
Mesmo com o sinal invertido, a obra é considerada como o retrato de uma
ideologia abolicionista. Talvez por esta razão não tenha atraído o leitor do
século XIX, nem convencido os críticos assim que foi lançado, em 1869, dezenove
anos antes da libertação dos escravos.
Estilisticamente
ela integra as fileiras do Romantismo,
um dos movimentos literários mais significativos da literatura brasileira. Mas
sua fama nasceu do fato de ter sido uma das produções românticas mais alvejadas
pela crítica. Apesar de tudo, As Vítimas
Algozes é uma representação precisa do país logo depois da abolição dos
escravos.
Filme
Rio
Rio, também referenciado como Rio: The Movie, é um filme 3D, animado
por computador produzido pela 20th
Century Fox e pela Blue
Sky Studios. Dirigido por Carlos
Saldanha, o título do filme refere-se ao município de Rio
de Janeiro, onde é ambientado. Recebeu
uma indicação ao Oscar 2012 com "Melhor
Canção Original", com "Real
in Rio", cantada por Sérgio
Mendes e Carlinhos Brown.
Depois de chamar atenção como
co-diretor de A Era do Gelo (2002) e Robôs (2005) e como diretor das duas continuações da aventura glacial, o
brasileiro Carlos Saldanha decidiu homenagear sua cidade natal com a animação Rio. O trabalho em 3D, com planos abertos e profundidade de campo, valoriza
as belíssimas paisagens e belezas naturais da cidade, resultando em uma animação
visualmente perfeita. Rio tem como principal aspecto visual exaltar as belezas e o carnaval da cidade do Rio de Janeiro, embora se aproprie de uma
espécie de desfocado "olhar estrangeiro", que ignora a vida
cotidiana de uma metrópole com tantos problemas e desigualdades, criando uma visão caricata
de sua população.
Segundo cálculos da Riotur, a empresa
municipal de turismo, as campanhas promocionais do filme alcançaram um número
próximo aos dois bilhões de pessoas no mundo todo, em uma tentativa de projetar
uma imagem idílica do Rio de Janeiro, cidade-sede da Copa do Mundo 2014 e sede
das Olimpíadas de 2016.
O longa conta a história de Blu, uma arara azul domesticada, que não sabe voar.
Após ser capturado por contrabandistas de aves
exóticas, ainda filhote, Blu acaba indo parar na fria Minnesota (norte dos EUA), bem longe do Rio de Janeiro, mas é tratado com amor e
cuidado por Linda. Por ser o
último macho de sua espécie, o ornitólogo (biólogo que se dedica ao estudo das
aves) Túlio quer convencer Linda a levá-lo para o Rio de Janeiro, a fim de perpetuar a espécie com a fêmea Jade.
E é na "cidade maravilha,
purgatório da beleza e do caos", que Blu irá viver a
maior aventura de sua vida e se ver obrigado a esquecer o ambiente
doméstico a que estava acostumado, para poder encarar a temida vida
numa natureza desconhecida e, aparentemente, hostil.
Além da relevante e bem humorada crítica ao contrabando e comércio ilegal de aves exóticas, também
é abordado, embora superficialmente, o importante tema da extinção. O Brasil, hoje, está
entre os países lideres na comercialização ilegal de animais silvestres, com
mais de 12 mil espécies comercializadas por ano, e movimentando uma rede de
mais de 1 milhão de reais nesse mesmo período.
Desde a Carta de Caminha, busca-se criar uma imagem de Brasil que atraía o
olhar estrangeiro. É a busca pela identidade, reafirmada pelo Romantismo e pela
fase heroica do Modernismo. A brasileira Carmem Miranda, imagem do país
conhecida lá fora, é lembrada na figura do buldogue Luís. Assim, o filme,
metonimicamente, é um retrato do Brasil. Desde a abertura do longa, com a vista panorâmica do Pão de Açúcar, e o empolgante desfile de carnaval
de aves exóticas, são destacados pontos turísticos do Rio de Janeiro, como os Arcos da Lapa, Cristo Redentor, Praia de Copacabana e Santa Teresa. Tanto para os moradores da cidade, quanto para quem a conhece,
as paisagens são bem desenhadas e transpostas com perfeição para o filme, mas, a
visão exageradamente carnavalesca da cidade faz supor que o carioca, representação de todo o povo brasileiro,
só se preocupasse com futebol e festividades, assim como o fato de em Rio praticamente toda a população
carioca ser fluente em inglês, o que não corresponde à realidade. A
cor local, a descrição das belezas do país “abençoado por Deus e bonito por
natureza” é recorrente. As cores da bandeira são repetidamente ressaltadas, mas
o recorte que se faz do que é o país é redutor: o Brasil tem o Sul, o
churrasco, os trajes típicos. Tem o nordeste, com suas peculiaridades. A
Amazônia e tudo o que ela oferece. O Rio de Janeiro é uma metrópole, com carros
importados e de luxo e não apenas kombis velhas e carros ultrapassados, como
aparece no filme.
Personagens:
Blu:
arara
azul domesticada que vem para o Brasil a fim de perpetuar sua espécie. No
entanto, chegando aqui não se adapta à vida na selva. Não sabe voar e declara
amar sua gaiola. Ele “pensa demais”, odeia samba. No baile funk dança
instintivamente, denunciando o “sangue nativo”.
Jade: arara azul, fêmea destinada a cruzar
com Blu. Ama a liberdade, mas acaba ficando acorrentada à Blu. É forte e
independente, mas se apaixona por Blu e sua salvação, no fim do filme, depende
da ação de Blu.
Desmundo, Ana Miranda
DESMUNDO, Ana
Miranda
Sobre a autora:
Nascida
em Fortaleza, em agosto de 1951, Ana Miranda viveu grande parte de sua vida
fora do Ceará. Aos cinco anos de idade, mudou-se para o Rio de Janeiro e em
1959 foi para Brasília. Chegou a estudar Artes no Rio de Janeiro. A autora,
como se vê, cresceu nas cidades que mais intensamente viveram os efeitos das
radicais transformações e da efervescência na vida política, social e,
sobretudo, cultural do país. Nesse período, podemos destacar a bossa nova, a
contracultura hippie, os festivais de música que deram origem ao Tropicalismo,
principal movimento cultural da época, isso tudo em meio a ditadura militar que
exercia forte repressão. Enfim, Ana
Miranda é de uma geração que não consegue, e nem tenta, ignorar a história.
É essa história que figura em sua obra como principal cerne, adornado pela sua
ficção internacionalmente reconhecida. Ana Miranda publicou vários livros entre
poesias, romances, crônicas e contos. Estreou com o livro de poesia Anjos e
Demônios, em 1978, mas foi seu primeiro romance, Boca do Inferno, publicado em 1989, que rendeu a escritora o
reconhecimento nacional e internacional, prova disso está no grande número de
traduções do livro. A obra foi publicada na França, Inglaterra, Itália, Estados
Unidos, Argentina, Noruega, Espanha, Suécia, Dinamarca, Holanda e Alemanha. Já
nesse primeiro romance, notamos a propensão de Ana Miranda ao romance histórico, fazendo dessa obra
uma recriação histórico-literária do
Brasil colonial, trazendo personagens como o poeta Gregório de Matos e o
jesuíta Antônio Vieira. Por esse livro a autora recebeu o prêmio Jabuti, em
1990. A recriação aparece também no livro publicado em 1996, Desmundo. Dessa vez, a recriação é
feita na linguagem do século XVI, contando a história de órfãs mandadas de
Portugal ao Brasil para se casar com os colonos. O romance histórico mistura história e ficção, reconstruindo
ficticiamente acontecimentos, costumes e personagens. Nessa mistura que se
edifica Desmundo mesclam-se fatos identificados na história do Brasil com o
viço ficcional edificado pela perspicaz escritora.
Enredo
Em
1570, Oribela, uma órfã, jovem sensível
e religiosa, é mandada de Portugal, junto com sete outras, a mando da Rainha
para se casarem com colonos no Brasil. No caminho, os relatos sobre a viagem e
os medos gerados por ela dão o tom da narrativa.
Outra personagem,
mandada para o Brasil também é uma viúva, a Velha, que, devido a sua experiência de vida, acaba por se tornar
uma espécie de conselheira das mulheres que foram mandadas para o degredo. Logo
que chegam ao Brasil, hospedam-se em uma pensão, enquanto os casamentos são
arranjados. Oribela casa-se com Francisco de Albuquerque, rico colono,
proprietário de terras e escravos, mesmo que ela só reconhecesse nele o que há
de mais repugnante no mundo (seu cheiro, seu aspecto físico, seu passado de
viajante...). Ainda virgem, é forçada a manter relações sexuais com Francisco
na noite de núpcias. Após isso, ele a deixa livre para que, quando ela tivesse
vontade de se entregar para ele, que o viesse procurar, pois ele não mais a
forçaria. Oribela arquiteta planos para a fuga, buscando encontrar uma forma de
retornar para Portugal. Descobre um meio: entrar clandestina (fantasiada de
homem) em uma nau. Para tanto, precisava arranjar dinheiro para subornar as
pessoas que lhe deixariam embarcar. Durante meses (enquanto se esperava a
chegada da nau), junta dinheiro. Mas, ao fugir de casa e dirigir-se para
embarcar, é enganada e quem deveria ajudá-la rouba seu dinheiro e a estupra.
Durante o estupro, seu marido, Francisco, aparece, mata os estupradores e leva
Oribela novamente para casa, onde a prende com uma corrente nos pés. Ao sair
para suas expedições de caça de índios,
Oribela é obrigada a
viver o cotidiano da casa, durante o qual torna-se cada vez mais íntima de Temericô, uma índia que trabalhava na
casa, a quem ensina um pouco do português e de quem aprende a língua indígena,
além de receber diversos costumes.
Durante uma das
expedições, Francisco de Albuquerque a leva junto. É quando vê uma certa
grandeza em seu marido, ao guerrear com os indígenas, mas esse reconhecimento
do valor do marido não é suficiente para gerar nela amor. Ao retornarem, com
milhares de índios cativos (que em parte seriam vendidos como escravos, em
parte seriam aproveitados nas terras do marido), Oribela sente pena deles. As
terras de Francisco de Albuquerque são atacadas pouco tempo depois e é quando
Oribela aproveita a confusão para fugir novamente. Torna a esperar por uma nau
que a pudesse levar para Portugal, mas desta vez esconde-se na casa de Ximeno Dias, um mouro. Apesar dele se
mostrar gentil, educado, instruído, de possuir livros (que Oribela não vê
sentido), os preconceitos dela sobre os mouros estão sempre a fazendo
desconfiar dele. A sua cor (vermelho), o seu corpo sem pelos, ao mesmo tempo
que a atraem, fazem com que ela reconheça nele a possibilidade dele ser o
diabo, mas por fim acaba por entregar-se a ele. Logo da chegada de uma nova
nau, meses depois de sua fuga, é descoberta pelo marido que vagava pela cidade
a buscá-la. Está grávida. É levada para casa, onde tem o bebê. Pouco tempo
depois do nascimento, Francisco de Albuquerque pega o filho e parte com ele
para Portugal.
Oribela, não
desejando nada daquele homem, queima a casa onde moravam com tudo que nela
houvesse. Parte, então, sozinha, para enfrentar a vida na colônia, um lugar que
não gostaria de estar, lembrando de Portugal, mas sentindo ódio de toda essa
situação.
Análise da obra: Entre ficção e história: Desmundo, de Ana Miranda
A Carta do Achamento
A CARTA DO ACHAMENTO, Pero Vaz de Caminha
Estilo
de época
O primeiro período da história da
literatura brasileira é chamado de Quinhentismo. Começou em 1500, ano em que
Pero Vaz de Caminha, escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, enviou a D.
Manuel I a famosa Carta, em que se
comunicava ao soberano o “achamento” das terras brasileiras. Em 1601foi
publicado o poema “Prosopopeia”, de Bento Teixeira, tradicionalmente
considerado a obra inicial do Barroco literário brasileiro.
A produção literária do Brasil do
século XVI liga-se a duas necessidades práticas principais da empresa
colonizadora portuguesa: a de fornecer informação sobre a nova terra e a de
converter os indígenas ao cristianismo. Nessa literatura de valor
principalmente documental, encontramos elementos importantes para a compreensão
de nossas origens históricas e literárias.
Essa produção literária proveio
principalmente dos esforços iniciais de conquista das novas terras. Dessa
forma, houve várias manifestações em prosa, em sua maioria tratados, cartas e
diários, cuja principal finalidade era descrever a paisagem e a vida brasileiras,
atuando como fonte de informação aos europeus. Além disso, o teatro conheceu
algum desenvolvimento sob forma de autos versificados compostos pelos jesuítas
em seu trabalho de catequização do índio. Também ocorreram algumas
manifestações poéticas, principalmente de caráter religioso, ligados ao esforço
catequético.
A
apresentação da Carta
A carta de Pero Vaz de Caminha ao
rei de Portugal, D. Manuel I, foi escrita na ocasião da descoberta do Brasil. O
autor fazia parte da frota comandada por Pedro Álvares Cabral que aportou no
litoral brasileiro no ano de 1500. É a primeira representação literária da
realidade brasileira. Fixa a nossa origem, inaugura a visão do que somos,
iniciando a formação da identidade do país e da nossa formação cultural.
O conteúdo da Carta de Caminha
dialoga com a História, sendo considerada, por isso, um documento histórico. O
autor se revela o primeiro cronista do Brasil. A carta realiza uma espécie de
relatório para o rei sobre a descoberta da nova terra e o autor se posiciona
como testemunha ocular dos fatos. Registra os primeiros momentos do encontro do
português com a região, descreve a geografia física e humana do Novo Mundo e
revela o impacto cultural dos estrangeiros com os Ameríndios.
A carta classifica-se como gênero
epistolar por possuir, em sua estrutura formal, remetente, destinatário e
mensagem. Mas como sua mensagem foi redigida durante vários dias e o seu
conteúdo foi dividido a partir dos principais acontecimentos de cada um deles,
ela também classifica-se como um Dário. O texto de Caminha pode ser denominado
como carta-diário ou um diário atípico.
9 de set. de 2012
Se quer saber, ainda te espero, baby!
Tudo o que há de bom em mim
Eu já te dei (...)
Tudo o que há de bom me faz
Lembrar você...
Se quer saber, ainda te espero, baby!
Maurício Maniery
Por que eu nunca soube purgar aqui dentro as lembranças de você? E elas hoje chegaram e trouxeram consigo tua voz, teu cheiro e uma vontade imensa de fazer de você e eu de novo nós dois.
15 de ago. de 2012
Conto "Gennaro"
Olá, galera da 8ª série!
Conforme combinado, deixo aqui o link para vocês lerem o conto "Gennaro", parte da obra "Noite na Taverna", de Álvares de Azevedo.
Clique AQUI para ler o texto!
Até a próxima aula!
Conforme combinado, deixo aqui o link para vocês lerem o conto "Gennaro", parte da obra "Noite na Taverna", de Álvares de Azevedo.
Clique AQUI para ler o texto!
Até a próxima aula!
11 de jul. de 2012
Chuva na janela
"Deus, mesmo que eu não consiga entender
E queira tudo do meu jeito
Eu até choro e as vezes até chego a dizer
Por que é que tem que ser tão difícil pra mim
Parece que é difícil só pra mim
(...)
Deus, porque sou tão pequenino assim
Vou ficar quetinho aqui em seu colo
Esperando o tempo certo de tudo
Porque eu sei que vais cuidar de mim
E o seu melhor está por vir
Eu sei que é o melhor pra mim."
Da canção "Mesmo sem entender", Thalles Roberto
E queira tudo do meu jeito
Eu até choro e as vezes até chego a dizer
Por que é que tem que ser tão difícil pra mim
Parece que é difícil só pra mim
(...)
Deus, porque sou tão pequenino assim
Vou ficar quetinho aqui em seu colo
Esperando o tempo certo de tudo
Porque eu sei que vais cuidar de mim
E o seu melhor está por vir
Eu sei que é o melhor pra mim."
Da canção "Mesmo sem entender", Thalles Roberto
Levante-me
A vida me pregou mais uma peça
Por essa não pude esperar
Tudo o que sonhei desmoronou
Há anos que eu vivo em cavernas
E ninguém nunca notou
Sorrisos que se foram com a dor
Mas eu não vou morrer aqui
Deus me prometeu assim
Vou clamar até que o céu se abra sobre mim
Por essa não pude esperar
Tudo o que sonhei desmoronou
Há anos que eu vivo em cavernas
E ninguém nunca notou
Sorrisos que se foram com a dor
Mas eu não vou morrer aqui
Deus me prometeu assim
Vou clamar até que o céu se abra sobre mim
...
Da canção Coração que sangra - Fernanda Brum
De que são feitos os dias?
De que são feitos os dias?
- De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.
Entre mágoas sombrias,
momentâneos lampejos:
vagas felicidades,
inatuais esperanças.
De loucuras, de crimes,
de pecados, de glórias
- do medo que encadeia
todas essas mudanças.
Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
em duros desenlaces
e em sinistras alianças.
Cecília Meireles
- De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.
Entre mágoas sombrias,
momentâneos lampejos:
vagas felicidades,
inatuais esperanças.
De loucuras, de crimes,
de pecados, de glórias
- do medo que encadeia
todas essas mudanças.
Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
em duros desenlaces
e em sinistras alianças.
Cecília Meireles
Assinar:
Postagens (Atom)