ANÁLISE LITERÁRIA: CLARA DOS ANJOS, Lima Barreto
SOBRE O AUTOR:
Afonso
Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1881 - ano
da publicação de Memórias Póstumas de
Brás Cubas, de Machado de Assis e de O
Mulato, de Aluísio Azevedo. Mulato,
pobre, socialista convicto, atormentado pela loucura do pai, não pôde completar
um curso universitário. O pai de Lima
Barreto, João Henrique, era tipógrafo. Sua mãe, Amália Augusta, professora,
dirigia em sua casa um pequeno colégio para meninas, o Santa Rosa, que foi fechado
na época do nascimento do escritor, devido à situação econômica da família e do
estado de saúde de sua mãe, que contraíra tuberculose. Em 1887, Amália morreu,
deixando cinco filhos.
Estudante brilhante, Lima Barreto ingressou na
Escola Politécnica, em 1897. Teria sido um excelente aluno, não fosse o preconceito racial que sofria dentro da
escola, que fez com que se isolasse dos colegas e sofresse a perseguição
explícita do professor Licínio Cardoso. Sofria constantes reprovações injustas
e, para agravar ainda mais a sua situação, seu pai enlouqueceu. Para cuidar do
pai e sustentar os irmãos, ele abandonou o curso antes da formatura e foi
trabalhar no funcionalismo público, em 1903. Sentindo-se frustrado
profissionalmente, começa a beber e a frequentar cafés, livrarias e redações de
jornais do Rio de Janeiro. Ingressa no jornalismo profissional em 1905, com uma
série de reportagens no Correio da Manhã. Na mesma época inicia sua militância
política, participando no comitê do Partido Operário Independente, de Pausílipo
da Fonseca.
Em 1909, publica o seu primeiro romance, Recordações do Escrivão Isaías Caminha,
elogiado no ano seguinte por José Veríssimo. Animado com o sucesso, Lima Barreto
passa a trabalhar intensamente. Esta fase, porém, também é marcada por muita pobreza e desgostos familiares, que o levam à primeira internação no hospício, em agosto de
1914. Quando sai, está completamente dominado
pelo álcool.
Revoltado contra as injustiças e os
preconceitos de que também era vítima, dedica
sua obra a desmascarar a falsidade dos poderosos: políticos, intelectuais,
burocratas, jornalistas, militares, etc. Em 1917, foi um dos primeiros
intelectuais brasileiros a saudar a Revolução Russa, e passou a defender o
comunismo com ardor. Rejeitado pela Academia Brasileira de Letras, foi acusado
de ser um escritor semianalfabeto, por insistir em utilizar uma linguagem
coloquial, distante da norma culta parnasiana. Alcoólatra, depressivo, viveu, por
vezes literalmente, na sarjeta e foi internado duas vezes no Hospício Nacional.
A boêmia e o alcoolismo parecem não ter prejudicado seu trabalho intelectual,
mas o levaram à morte prematura. Em 1o de novembro de 1922, morreu, aos 41
anos, de colapso cardíaco, em completa miséria. Dois dias depois, seu pai, João
Henrique, também faleceu. Por ironia do destino, Lima Barreto morreu exatamente
no ano da explosão do modernismo no Brasil, de que foi o maior precursor e que
viria a provar o seu valor.
CONTRIBUIÇÃO
MODERNISTA
O abandono do modo artificial e erudito de
escrever, dominante em seu tempo, foi a principal contribuição de Lima Barreto
para a literatura contemporânea. Adotou em seus romances a informalidade
estilística própria do jornalismo e da fala cotidiana, colaborando para a
soltura e descontração da frase, o que agradou parte dos escritores modernistas
da Semana de Arte Moderna, de 1922. Registrou com riqueza de detalhes muitos
aspectos da vida social e política do Rio de Janeiro no tempo da Primeira
República, compondo, em suas obras, um interessante painel das pessoas
remediadas do Rio de Janeiro.
A obra de Lima Barreto revela forte influência do naturalismo de
Aluísio Azevedo, assim como de Machado de Assis, a quem dizia não admirar,
Dostoievski e dos positivistas franceses, como Taine e Brunetière. Apesar
dessas influências, é um dos autores mais independentes de nossa ficção. Partilhava da ideia de que a literatura
devia expressar diretamente os sentimentos e as ideias pessoais do escritor.
Por isso, quase todos os seus romances possuem lances autobiográficos. Julgava, ainda, que a função primordial da
literatura é unir os homens e desmascarar os falsos valores e as instituições
que exploram a inconsciência popular.
ANÁLISE DA OBRA
ESPAÇO
O romance passa-se no subúrbio carioca e Lima
Barreto descreve o ambiente suburbano
com riqueza de detalhes, como os vários tipos de “casas, casinhas, casebres,
barracões, choças” e a vida das pessoas que ali vivem.
FOCO
NARRATIVO e TIPO DE NARRADOR
O romance é narrado em 3ªpessoa. Conta a
história, e ao mesmo tempo, vai descrevendo os personagens e espaço. É
onisciente, foca a condição social, econômica étnica, cultural e psíquica dos
personagens. Possui características do narrador flâneur: perambula pela cidade
descrevendo seus espaços e habitantes típicos.
LINGUAGEM
O autor procura usar uma linguagem simples,
aproximando-se da língua falada da época. O estilo da narrativa é objetivo,
incorporando a linguagem do texto
jornalístico, com frases espontâneas. Foi muito critico por escrever desse
modo e mostra a questão social do uso da linguagem em trechos do livro.
MOVIMENTO
LITERÁRIO
Durante as primeiras duas décadas do século
XX, enquanto a Europa se via invadida pelos movimentos da vanguarda modernista,
a literatura brasileira ainda se encontrava dominada pelos estilos surgidos no
século anterior. Parnasianismo e simbolismo predominavam na poesia, Realismo e
Naturalismo na prosa. Alguns escritores, no entanto, rompiam com estas quatro
tendências, e, ainda que muito diferentes, não comungando de um estilo comum,
antecipavam, cada um a seu modo, as inovações que seriam propagadas pelos
modernistas de 1922, problematizando a realidade social e cultural brasileira.
Entre estes escritores, destacam-se Graça Aranha (1868-1931), Simões Lopes Neto
(1865-1916), e, principalmente, Euclides da Cunha (18 - 1909), Augusto dos
Anjos (1884 - 1914), Lima Barreto (1881 - 1922) e Monteiro Lobato (1882 -
1948).
O olhar crítico de Lima Barreto frente à
sociedade de seu tempo transparece na construção de várias de suas obras. No
caso de Clara dos Anjos, esse olhar
direciona-se, especialmente, para a questão do preconceito racial-social vivido por sua personagem principal e
para o questionamento sobre a situação
das mulheres do início do século XX. Lima Barreto traça um perfil
lamentável de sua protagonista: Clara era de formação débil, sem força e nem
ideias, sua principal preocupação é preparar-se para um casamento, no qual o
marido tomaria as decisões por ela. O autor critica, desta forma, a inércia na
formação de Clara que, mesmo pertencendo a uma família de baixa renda, tinha
sido educada dentro dos parâmetros burgueses vigentes no momento – valores que
primavam pela sujeição da mulher às ordens do marido, o provedor da casa. Os
pais de Clara haviam cercado a menina de cuidados e atenções para que se
preparasse para o esperado dia do casamento, assim não se preocuparam em
instruí-la sobre a vida e muito menos ensinar um ofício a jovem, pois
acreditavam não ser necessário, seu papel seria somente cuidar da casa e dos
filhos quando estes viessem.
Lima Barreto não era necessariamente um
defensor da causa feminista, ao contrário, sustentava várias críticas ao
movimento feminista e em alguns momentos chegou a colocar em dúvida a capacidade
do sexo feminino. Embora, tivesse deslanchado críticas ao movimento feminista
brasileiro, essas não miravam as mulheres, mas, como dissemos, seu alvo era a
maneira como a sociedade as preparava,
ricas ou pobres, para o futuro matrimônio. A imagem da imigrante Margarida –
uma mulher forte, decidida, inimiga da inércia, delatora das injustiças
sociais, e mesmo vivendo sem um marido (era viúva) mostrava-se capaz de
trabalhar em inúmeras atividades e ainda conseguir educar seu filho,
representava o protótipo da mulher ideal no imaginário do autor. O autor sugere que a educação dada as jovens
brasileiras deveria se pautar no modelo de Margarida, ou seja, em mulheres mais
independentes que não precisariam necessariamente de um casamento, de um
marido, para enfrentarem as dificuldades cotidianas.
Somente a instrução poderia gerar mais
mulheres ao estilo de Margarida que estariam aptas a resistirem a influência de
homens ao estilo de Cassi; homens que buscavam as mulheres mais frágeis
socialmente, justamente por saberem que sairiam impunes de seus atos, podendo
desta forma, continuar a buscar novas “presas” para satisfazerem seus egos
moldados por uma educação que lhes garantia como legítima o busca do prazer,
sem assumirem compromissos matrimoniais. Clara não foi instruída por seus pais
que a deixaram alheia aos fatos da vida, sua mentalidade era formada por sonhos
e desta forma foi fácil ser seduzida pelas melodias das cantigas de Cassi.
Somente no final do livro é que Clara consegue desnudar sua situação, mas isso
foi feito à base da dor moral ferida e da vergonha (valores sociais) que a
cobriram ao perceber sua “ desonra” – o futuro planejado se manchara para
sempre. Para Lima Barreto, todo o drama
vivido pelas inúmeras Claras teria
outro final se o abandono social causado pela pobreza, o estigma “racial” ou a
vigilância excessiva tivesse sido substituídos pelo esclarecimento e orientação
franca que preparasse essas jovens para o enfrentamento da vida adulta.
CLARA
DOS ANJOS: SÍNTESE DO ENREDO
Ambientado no subúrbio do Rio de Janeiro, Clara dos Anjos encena sobre a jovem e
ingênua mulata Clara, filha do
carteiro Joaquim dos Anjos, que é seduzida pelo malandro Cassi Jones. Cassi é
um jovem branco e ignorante, que usa este sobrenome porque, supostamente,
descende de um nobre inglês. Seu pai não fala mais com ele após suas diversas
aventuras que desonraram várias donzelas e acabaram com vários casamentos (a
mãe de uma das vítimas se suicidou; o marido que ela arranjou depois distribui
anonimamente um dossiê sobre Cassi pelo RJ). Cassi toma Clara como seu próximo
alvo e vai tentando se aproximar dela. Começa pela festa de aniversário desta e
vai seguindo, apesar dos pais dela não deixarem e do padrinho e tantos outros
falarem sobre ele. Clara não acredita e continua curiosa sobre Cassi.
Cassi passa a usar um velho,
"dentista", que tratava de Clara; ele manda as cartas de um e outro.
Depois de um tempo Cassi parte para São Paulo para um possível emprego; Clara
está grávida. Após pensar em aborto, Clara revela a verdade à mãe, que vai
falar à família de Cassi. Lá ela é tratada como só "mais uma
mulatinha" e percebe a verdade total. Pontilhado com referências sobre o preconceito racial (um dos personagens é poeta
Leonardo Flores; mulato e talentoso, fica pobre, pois foi explorado), este foi
o primeiro romance de Lima Barreto, mas um dos últimos a ser publicado.
Todos os personagens são tipicamente
suburbanos e o vocabulário já transpira a coloquialidade como é característico
ao autor.
PERSONAGENS
Marrameque - Poeta modesto,
semiparalisado, Marramaque frequentara uma pequena roda de boêmios e literatos
e dizia ter conhecido Paula Nei e ser amigo pessoal de Luís Murat. Lima Barreto
denuncia, na figura de Marramaque, a influência das rodas literárias, grupos
fechados que abundam no Brasil; a cultura da oralidade, dos que aprendem “muita
coisa de ouvido e, de ouvido, falava de muitas delas”, tendo um cultura superficial,
de verniz; e o azedume dos que não conseguem brilhar nas “rodas de gente fina”.
Clara: a “natureza
elementar” - Clara era a segunda filha do casal, “o único filho sobrevivente…os
demais…haviam morrido.” Tinha dezessete anos, era ingênua e fora criada “com
muito desvelo, recato e carinho; e, a não ser com a mãe ou pai, só saía com
Dona Margarida, uma viúva muito séria, que morava nas vizinhanças e ensinava a
Clara bordados e costuras.”
O
autor reitera sempre a personalidade
frágil da moça – sua “alma amolecida, capaz de render-se às lábias de um
qualquer perverso, mais ou menos ousado, farsante e ignorante, que tivesse a
animá-lo o conceito que os bordelengos fazem das raparigas de sua cor” – como
resultado de sua educação reclusa e “temperada” pelas modinhas: “Clara era uma
natureza amorfa, pastosa, que precisava mãos fortes que a modelassem e
fixassem. Seus pais não seriam capazes disso. A mãe não tinha caráter, no bom
sentido, para o fazer; limitava-se a vigiá-la caninamente; e o pai, devido aos
seus afazeres, passava a maioria do tempo longe dela. E ela vivia toda entregue
a um sonho lânguido de modinhas e descantes, entoadas por sestrosos cantores,
como o tal Cassi e outros exploradores da morbidez do violão. O mundo se lhe
representava como povoado de suas dúvidas, de queixumes de viola, a suspirar
amor.”
Cassi: o
corruptor
- Por intermédio de Lafões, o carteiro Joaquim passa a receber em casa o
pretendente de Clara, Cassi Jones de Azevedo, que pertencia a uma posição
social melhor. Assim o descreve Lima Barreto: Era Cassi um rapaz de pouco menos
de trinta anos, branco, sardento, insignificante, de rosto e de corpo; e,
conquanto fosse conhecido como consumado "modinhoso", além de o ser
também por outras façanhas verdadeiramente ignóbeis, não tinha as melenas do
virtuose do violão, nem outro qualquer traço de capadócio. Vestia-se
seriamente, segundo as modas da rua do Ouvidor; mas, pelo apuro forçado e o
degagé suburbanos, as suas roupas chamavam a atenção dos outros, que teimavam
em descobrir aquele aperfeiçoadíssimo "Brandão", das margens da
Central, que lhe talhava as roupas. A única pelintragem, adequada ao seu
mister, que apresentava, consistia em trazer o cabelo ensopado de óleo e
repartido no alto da cabeça, dividido muito exatamente ao meio — a famosa
"pastinha". Não usava topete, nem bigode. O calçado era conforme a
moda, mas com os aperfeiçoamentos exigidos por um elegante dos subúrbios, que
encanta e seduz as damas com o seu irresistível violão.”
Joaquim
dos Anjos
- carteiro, acredita-se músico escreveu a polca, valsas, tangos e
acompanhamentos de modinha. polca: siri sem unhas; valsa: magos do coração. Uma
polca sua - "Siri sem unhas" - e uma valsa - "Mágoas do Coração:
- tiveram algum sucesso, a ponto de vender ele a propriedade de cada uma, por
cinquenta mil-réis, a uma casa de músicas pianos da Rua do Ouvidor. O seu saber
musical era fraco; adivinha mais do que empregava noções teóricas que tivesse
estudo. Aprendeu a "artinha" musical da terra do seu nascimento, nos
arredores de Diamantina, em cujas festas de igrejas a sua flauta brilhara, e
era tido por muitos como o primeiro flautista do lugar. Embora gozando desta
fama animadora, nunca quis ampliar os seus conhecimentos musicais. Ficara na
"artinha" de Francisco Manuel, que sabia de cor, mas não saíra dela,
para ir além“. Natural de Diamantina, filho único. A convite de um inglês,
pesquisador, foi para o Rio de Janeiro e lá ficou. Confiava em todos que o
rodeavam.
Dona
Engrácia
- era católica, romana, filhos trazidos na mesma religião, era caseira,
insegura, e rude.
Calado - músico e compositor
brasileiro (polcas "Cruzes, minha prima!")
João
Pintor
- era um cidadão que visitava "os bíblias" aqueles que pregavam o
evangelho. "era preto retinto, grossos lábios, malares proeminentes, testa
curta dentes muito bons e muitos claros, longos braços, manoplas enormes,
longas pernas e uns tais pés que não havia calçado."
Mr. Shays - chefe da seita bíblica,
homem tenaz cheio de eloquência bíblica faz seus adeptos ouvir a palavra.
Quando os adeptos se acham preparados põem-se a propagá-la.
Eduardo
Lafões
- religiosamente ia aos domingos à casa de Joaquim para jogar o solo. Eduardo
Lafões gostava dos assuntos do comércio. Era um homem simplório, que só tinha
agudeza de sentidos para o dinheiro. Vivendo sempre em círculos limitados,
habituado a ver o valor dos homens nas roupas e no parentesco, ele não podia
conceber que torvo indivíduo era o tal Cassi; que alma suja e má era dele para
se interessar generosamente por alguém.
Manuel
Borges de Azevedo e Salustiana Baeta de Azevedo - pais de Cassi. O
pai não gostava dos procedimentos do filho, enquanto a mãe, cobria-lhe as
desfeitas com as proteções.
Dona
Margarida Weber Pestana - viúva, mãe de Ezequiel, descendente de Alemão; ela,
russa. Casou no Brasil com tipógrafo que falecera dois anos após o casamento.
Era dona de uma pensão, mulher corajosa.
D.
Laurentina Jácone
- gostava de rezAr, ficar zelando a igreja.
D.
Vicêntina
- cartomante. "Além desta, havia uma digna de nota: era Dona Vicência.
Morava na vizinhança também e vivia a deitar cartas e cortar "cousas
feitas". O seu procedimento era inatacável e exercia a sua profissão de
cartomante com toda a seriedade e convicção."
Praxedes
Maria dos Santos
- gostava de ser tratado por doutor Praxedes. Foi um dos convidados de Joaquim.
Era um homem bom. Ficou indeterminada das correspondências de Clara com o
Cassi.
Etelvina - crioula, colega de
Clara, notou a impaciência de Clara porque o rapaz Cassi ainda não chegara à
festa.
Leonardo
Flores
- grande poeta.
Velho
Valentim
- era português.
Barcelos - um português
fichado na detenção.
Arnaldo - era um colega do
grupo dos valdevino (desocupados que andavam com Cassi).
Menezes - o dentista da
família. Intermediário dos bilhetes e cartas de Cassi para Clara.
Senhor
Monção
- caixeiro vendedor;
Belmiro
Bernedes & Cia.
- "tocava realejo", era um moço português, simpático, educado, e bom
porte.
Helena - tia de Marramaque,
econômica, prendada, costurava para o arsenal do governo.
D.
Castolina
- mulher de Meneses.
Leopoldo
-
marinheiro. Cedo, saiu de seio da família para melhorar de vida. Há 30 anos não
via família. Meneses com a sua pobreza tratou de visitar o irmão já que
eram os únicos vivos da família.