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4 de nov. de 2017

Redação: "O problema do feminicídio na sociedade"

   A violência contra a mulher tem atingido índices alarmantes. O ápice das situações ocorre com a morte das vítimas, fato que acontece, na maior parte das vezes, após uma série de outras atitudes de amedrontamentos, humilhações e agressões. A permanência da cultura machista e a baixa eficácia dos aparatos legais têm feito do feminicídio um problema que ameaça não somente o público feminino, mas a harmonia geral da sociedade.
             A herança patriarcal de domínio e submissão do feminino à supremacia do homem tem sido fator motivador da violência física e psicológica contra mulheres. Muitas são aquelas que, no âmbito doméstico, são alcançadas pela morte como o último grau de uma escala de violências contínuas praticadas por parceiros. Na maior parte das vezes, o fim de um enlace de afeto impulsiona o feminicídio. O sentimento de perda, a não aceitação de um rompimento amoroso e o ciúme são fatores que impulsionam a violência extremada na morte. O homem, tendo a mulher como objeto de domínio, feito para o seu prazer, conforme alimentado pela cultura machista, não reconhece que as companheiras tenham a liberdade de escolha e de direito a rechaçá-lo. A desproporção de forças, o silenciamento diante de agressões frequentes e a sensação de desproteção levam ao trágico, mas não raro, fim de cessamento da vida.
                Além disso, há falhas por parte do Estado em proteger o feminino. A Lei Maria da Penha, de 2006, existe com a intenção de coibir e penalizar qualquer tipo de ato que vitimize as mulheres. No entanto, a aplicação da lei se mostra ainda falha. Inúmeras são as vítimas que, após acionarem a proteção policial, não contam com a vigilância e proteção constante. Diversos são os casos em que elas morrem sob a tutela de uma “medida protetiva”, que, paradoxalmente, não as livra do assassinato. Ademais, a ausência de denúncias, o medo, a dependência financeira e ou sentimental fazem com que as notificações ainda sejam poucas frente à realidade escondida no interior dos lares. Assim, os percentuais de violência permanecem elevados e leis, como a do feminicídio, de 2015, buscam minimizar brechas e  garantir punição aos que maltratam e matam as mulheres brasileiras, mas esbarram em questões culturais e comportamentais que precisam ser mudadas.
           Diante desse cenário, é importante que medidas sejam tomadas a fim de atenuar o problema na sociedade. A educação que, conforme Immanuel Kant, é a arma mais poderosa que se pode usar para mudar o mundo, é a principal via para conscientizar quanto aos perigos da ideia de dominação de um gênero sobre outro. O incentivo à denúncia e a proteção efetiva às vítimas deve ser uma das prioridades das Defensorias de Atendimento à Mulher. Acompanhamento psicológico e amparo social também são necessários para as vítimas de violência e seus filhos. Ações como essas e o enfrentamento do patriarcalismo destrutivo podem ajudar a tornar a sociedade mais harmônica, democrática e menos amedrontadora às mulheres de hoje e de amanhã.

Redação “O combate ao consumo de entorpecentes no Brasil”

REDAÇÃO DISSERTATIVA (NÃO NECESSARIAMENTE MODELO ENEM, POIS PARA TAL SERIA NECESSÁRIO INCLUIR CITAÇÕES E UM DETALHAMENTO ÚNICO DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO).

                   O uso de entorpecentes no Brasil é um problema que, apesar de antigo, tem repercussões no agora e compromete o futuro, especialmente, dos jovens do país. O aumento no número de usuários revela que as estratégias de traficantes têm sido mais eficazes que a ação policial de repressão violenta à comercialização das drogas. Diante disso, a busca por programas de prevenção ao consumo, com o forte envolvimento da família e da sociedade, e  práticas políticas e policiais que busquem a real recuperação daquele que fez uso de entorpecentes e a reinserção social dele são essenciais para enfraquecer as teias da dependência.
                     Quando se trata de vícios, o melhor é evitá-los. A problemática relacionada ao uso de entorpecentes também passa por esse pressuposto, uma vez que manter jovens e adultos distantes do forte domínio das drogas, especialmente as ilícitas, por meio do diálogo familiar, da assistência da comunidade e de programas sociais que promovam melhores oportunidades podem ser os caminhos mais eficientes. As notícias rotineiramente difundidas sobre a guerra entre traficantes e forças policiais seriam desarticuladas se menos pessoas buscarem refúgio, psicológico ou social, no consumo das drogas, abalando o mercado do tráfico.
                     Ademais, a ideia difundida pela mídia quanto ao pobre ser o pivô e o maior consumidor de substâncias tóxicas acoberta os cartéis e organizações criminosas que espalham o vício. O governo e a polícia ainda falham por permiter que esta trabalhe sem os recursos necessários para enfrentar a articulação dos aliciadores, já que o investimento em armamento e preparo policial é parco por parte do Estado. Tal cenário é propício para que os megatraficantes expandam seu mercado consumidor. Pensando nisso, não só combater o tráfico, mas também dar oportunidades para que os viciados se recuperem e sejam reinseridos, diminuindo os índices de reincidência, é uma importante ação para atenuar o problema.
                     Portanto, para que o combate ao uso de entorpecentes alcance êxito família, sociedade e governo devem se comprometer. Programas comunitários que promovam encontros envolvendo familiares, profissionais de saúde e policiais podem auxiliar para que os mais jovens conheçam os riscos das drogas. Políticas públicas que disseminem propagandas de desestímulo às drogas lícitas, como álcool e cigarro, também podem ser úteis, já que estas, em muitos casos, funcionam como via de encorajamento a outros usos ilícitos. Garantir trabalho, educação e chances reais aos mais pobres, inclusive àqueles que estão em fase de reinserção social, mantêm-nos distantes do problema. Além disso, é muito importante investimento governamental em preparo policial para barrar não só a ação do traficante da “boca de fumo”, mas também da apreensão dos verdadeiros mandantes dos crimes. Medidas como essas poderão ajudar a dirimir o efeito devastador que os tóxicos produzem, especialmente nos mais jovens.

3 de nov. de 2013

PAES 2013 –"CARAMURU" análise literária

O AUTOR: FREI JOSÉ DE SANTA RITA DURÃO

Frei José de Santa Rita Durão nasceu em Minas Gerais no ano de 1722, estudou no colégio dos jesuítas no Rio de Janeiro, e aos nove anos foi para Portugal continuar os estudos. Em Lisboa, ingressa na Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho, em seguida, cursou Teologia, na Universidade de Coimbra, aos trinta e quatro anos, doutorou-se em Filosofia e Teologia na mesma Universidade. Em 1781, foi publicado seu poema épico Caramuru. Morreu em 1784, após ter dedicado uma vida inteira aos estudos, deixando além de poemas outros textos.

1 - CONTEXTO HISTÓRICO
A Arcádia, cujo nome deu origem ao período literário europeu, denominado Arcadismo, era uma região lendária da Grécia, habitada por pastores que levavam uma vida muito simples, em perfeita harmonia com a natureza. Assim, arcadismo passou a designar academias, lugares onde poetas, estudantes e escritores se reuniam para discutirem assuntos artísticos e literários adotando pseudônimos pastoris. O último estilo da Era Clássica evoluiu pela necessidade de transformação, fazendo novamente uma retomada dos valores clássicos com simplicidade, procurando restaurar o equilíbrio, por isso é também chamado de neoclassicismo. 
O movimento Arcádico caracterizou-se pela rejeição polêmica do Barroco e o retorno ao Classicismo. O movimento surgiu posicionando-se contra os exageros de expressão do Barroco que já havia cansado o público, procurando por todos os meios negar-lhe o estilo. 

2 – ARCADISMO: MOVIMENTO E SUAS CARACTERÍSTICAS
O movimento árcade iniciou na carreira na segunda metade do século XVIII, este século ficou marcado como o século das luzes, do Iluminismo, este movimento filosófico divulga a ideia de que o uso da razão, da liberdade de pensamento é o único meio para satisfazer as necessidades e a felicidade humana. Nossa literatura logo adotou as novas ideias. Desse modo as influências do pensamento burguês se alastram em toda a Europa.
No Brasil, os estudiosos da história da literatura consideram o marco inicial do Arcadismo a publicação, em 1768, das Obras Poéticas de Cláudio Manoel da Costa. Ainda seguindo o modelo europeu, os poetas já abordam os temas neoclássicos, introduzindo elementos da realidade colonial e da natureza brasileira. O movimento árcade, no Brasil é também conhecido como Escola Mineira por corresponder ao período do século do ouro em Minas Gerais que passa a ser neste momento o centro econômico, político e cultural. Está ligado, sobretudo em particular a cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto) e do Rio de Janeiro.
São características deste período: o culto à natureza, o bucolismo, o homem natural, o uso de palavras simples, a presença da mitologia, a simplicidade na forma e no conteúdo. Durante esse período, formou-se o chamado grupo Mineiro, composto por jovens estudantes, a maioria graduado pela Universidade de Coimbra, que procuravam implantar aqui as ideias extraídas do exterior; dessa forma, foram considerados revolucionários com o episódio da Inconfidência Mineira, dos componentes desse grupo destacam-se: Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto, Silva Alvarenga, Basílio da Gama e Frei José de Santa Rita Durão.

4 - ANÁLISES DA OBRA CARAMURU
Santa Rita Durão em sua obra Caramuru trata da colonização da Bahia no século XVI, tendo como ação central a lenda que envolve Diogo Álvares Correia, português que, após um naufrágio, amedronta os índios com um tiro de espingarda, o suficiente para que os índios atribuam características sobrenaturais chamando-o de "Caramuru", na versão de Santa Rita Durão "Filho do Trovão". Devido ao prestígio de Diogo com os índios, estes lhe oferecem a índia Paraguaçu como esposa.
                O poema segue rigorosamente o modelo Camoniano, obedecendo as regras apresentadas em os Lusíadas: 10 cantos, estrofes de 8 versos, esquema de rima ABABABCC. Em resumo, Caramuru "nasceu da crença de que a nossa história reservava um assunto tão digno quanto o de Os Lusíadas .
O Frei caracteriza-se em sua obra por ser o primeiro a abordar o habitante nativo do Brasil, também por apresentar uma descrição detalhada dos primórdios da colonização do Brasil, relatos de cenas de guerras entre as nações indígenas, de dados sobre a fauna, a flora, a paisagem brasileira, os costumes e tradições indígenas e, por fim, sobre os acontecimentos históricos em relação à formação do Brasil, os quais podem ser citados, as Invasões francesas e Holandesas e a divisão dos países em capitanias.
A narrativa épica deste notável escritor mineiro destaca-se a exaltação das terras brasileiras, descrita de forma maravilhosa e curiosa, dessa forma, apresenta-se o ufanismo, isto é, "atitude ou sentimento de quem se vangloria exageradamente das belezas, riquezas e vantagens do Brasil".
Esta obra, "Caramuru", apresenta para a sociedade a exaltação das terras brasileiras, cuja preocupação do poeta foi narrar de forma cuidadosa, descrevendo com precisão de base realista e com riqueza de detalhes a natureza. É relevante ressaltar que Santa Rita Durão para descrever de forma realista inspirou-se no mito ufanista e também através de toda uma biblioteca de informações sobre a terra que constituía a literatura de Informação, ou seja, os primeiros escritos da nossa vida, documentando precisamente a instauração do processo de descobrimento: são informações que viajantes e missionários europeus colheram sobre a natureza e o homem brasileiro.  Desse modo constitui-se a literatura informativa com documentos de navegantes que relatavam sobre suas viagens aventureiras a terra descrevendo as paisagens exóticas, catalogando as espécies de animais e vegetais encontradas. Da mesma forma, Santa Rita Durão conservou estas informações da terra afirmando ser um verdadeiro paraíso colorido. Dentre essas informações de relatos sobre a terra em particular baseou-se na carta de Pero Vaz de Caminha.
Nesse sentido, as ideias de exaltação das belezas, riquezas e vantagens de um novo mundo podem ser descritos claramente nas palavras do poeta observadas no canto VII, na estrofe XXI, aproximando sua narrativa épica da carta do achamento do Brasil, nos aspectos que nos remetem a visão do paraíso refletida na descrição ufanista.




Vi, não sei será impulso imaginário, 
Um globo de diamante claro e imenso;
E nos seus fundos figurar-se vário
Um país opulento, rico e extenso:
E aplicando o cuidado necessário, 
Em nada do meu próprio a diferença;
Era o áureo Brasil tão vasto e fundo,
Que parecia no diamante um mundo


(Durão, 2003, p. 182).

Frei José de Santa Rita Durão descreve sua primeira visão da terra de caráter maravilhoso chegando a confundir-se com a realidade. Dessa forma ao escrever sua obra "Caramuru", demonstra em suas narrativas descrições inspiradas na Carta do Achamento do Brasil, da mesma maneira como Caminha faz sua descrição espontânea e fluente, através das informações sobre as belezas e grandezas da nova terra, cultivando o espírito ufanista que caracterizou todo o período colonial. Enfatizemos estas informações no canto VII, na estrofe XXIII, fazendo a comparação com o trecho da Carta de Caminha.




Mil e cinqüenta e seis léguas de costa,
De vales e arvoredos revestidas, 
Tem a terra brasílica composta
De montes de grandeza desmedida:
Os Guararapes, Barborema posta
Sobre as nuvens na cima recrescida,
A serra de Aimorés, que ao pólo é raia
As de Ibo-Ti-catu e Itatiaia.
(DURÃO, 2003, p. 163).

Esta terra, senhor, me parece que dá 
Ponta que mais contra o sul vimos até
Outra ponta que contra o norte vem 
De que nos deste Porto houvemos vista,
Será tamanha que haverá nela bem
Vinte ou vinte e cinco léguas por costa.
Tem, ao longo do mar, nalgumas
Partes, grandes barreiras, delas vermelhas, 
delas brancas; e a terra por cima
toda chã e muito cheia de grandes
arvoredos. De ponta a ponta, é tudo 
praia-palma, muito chã e muito formosa.
(Trecho da Carta de Caminha).




Percebe-se que o estilo de narração de Santa Rita Durão assemelha-se ao de Caminha, embora terem sido escritas uma após outra, ambas apresentam a visão de um colorido paradisíaca demonstrando o espírito observador dos autores.

Portanto, esta visão paradisíaca de elevação da nova terra que fora descrita no primeiro documento histórico brasileiro, ou seja, a certidão de nascimento do Brasil, prevalece com grande semelhanças no poema Caramuru, levando à tendência retrospectiva da epopeia clássica, pois, só o capítulo da historicidade do descobrimento da Bahia era incapaz de suportar a obra "Caramuru" como um poema épico brasílico.
Não podemos nos esquecer que epopeia é um poema narrativo em que prevalece o maravilhoso, isto é a mistura de fatos reais e mitos, heróis e deuses. Para tanto, "Caramuru" é de extrema importância nacionalmente, pois está baseado na vida histórica do nosso país no tempo em que fomos colônia, sendo assim, o resultado de uma visão teocêntrica do nosso passado histórico. Em suma, Santa Rita Durão proclamava nas reflexões prévias e argumentos e as motivações que o levaram a escrever o poema "os sucessos do Brasil não mereciam menos um poema que os da índia". (Durão, 2003, p. 13).

Personagens

Diogo Álvares Correia - o Caramuru                                          Paraguaçu - filha do cacique Taparica
Gupeva e Sergipe - chefes indígenas                                         Moema - índia amante de Diogo.

Enredo e estrutura da obra
Caramuru  tem os elementos tradicionais do gênero épico: duros trabalhos de um herói, contato de gentes diversas, visão de uma sequência histórica. 
É composto de dez cantos e, de acordo com o gênero, divide-se em cinco partes: proposição, invocação, dedicação, narração e epílogo, e segue o esquema camoniano, usando a oitava-rima, observando a divisão tradicional em proposição, invocação, dedicatória, narrativa e epílogo. Uso da linguagem mitológica e do maravilhoso pagão e cristão, rigorosamente nos moldes camonianos.
Canto I - Na primeira estrofe, o poeta introduz a terra a ser cantada e o herói - Filho do Trovão -, propondo narrar seus feitos (proposição). Na estrofe seguinte, pede a Deus que o auxilie na realização do intento (invocação), e da terceira à oitava estrofes, dedica o poema a D. José I, pedindo atenção para o Brasil, principalmente a seus habitantes primitivos, dignos e capazes de serem integrados à civilização cristã. Se isso for feito, prevê Portugal renascendo no Brasil.
Da nona estrofe em diante, tem-se a narração. A caminho do Brasil, o navio de Diogo Álvares Correia naufraga. Ele e mais sete companheiros conseguem se salvar. Na praia, são acolhidos pelos nativos que ficam temerosos e desconfiados. Os náufragos, por sua vez, também temem aquelas criaturas antropófagas, vermelhas que, sem pudor, andam nuas. Assim que um dos marinheiros morre, retalham-no e comem-lhe, cruas mesmo, todas as partes. 
Sem saber o futuro, os sete são presos em uma gruta, perto do mar, e, para que engordem, são bem alimentados. Notando que os índios nada sabem de armas, Diogo, durante os passeios na praia, retira, do barco destroçado, toda pólvora e munições, guardando-as na gruta. Desde então, como vagaroso enfermo, passa a se utilizar de uma espingarda como cajado.
Para entreter os amigos, Fernando, um dos náufragos, ao som da cítara, canta a lenda de uma estátua profética que, no ponto mais alto da ilha açoriana, aponta para o Brasil, indicando a futuros missionários o caminho a seguir. Um dia, excetuando-se Diogo, que ainda estava enfermo e fraco, os outros seis são encaminhados para os fossos em brasa. Todavia, quando iam matar os náufragos, a tribo do Tupinambá Gupeva é ferozmente atacada por Sergipe. Após sangrenta luta, muitos morrem ou fogem; outros se rendem ao vencedor que liberta os pobres homens que desaparecem, no meio da mata, sem deixar rastro.
Canto II - Enquanto a luta se desenvolve, Diogo, magro e enfermo para a gula dos canibais, veste a armadura e, munido de fuzil e pólvora, sai para ajudar os seis companheiros que serão comidos. Na fuga, muitos índios buscam esconderijo na gruta, inclusive Gupeva que, ao se deparar com o lusitano, saindo daquele jeito, cai prostrado, tremendo; os que o seguiam fazem o mesmo; todos acham que o demônio habita o fantasma-armadura. 
Álvares Correia, que já conhecia um pouco a língua dos índios, espera amansá-los com horror e arte. Levantando a viseira, convida Gupeva a tocar a armadura e o capacete. Observa, amigavelmente, que tudo aquilo o protege, afastando o inimigo, desde que não se coma carne humana. Ainda aterrorizado, o chefe indígena segue-o para dentro da gruta, onde Diogo acende a candeia, levando-o a crer que o náufrago tem poder nas mãos. 
Sob a luz, vê, sem interesse, tudo que o branco retirara da nau. Aqui, o poeta, louva a ausência de cobiça dessa gente. Entre os objetos guardados pelos náufragos, Gupeva encanta-se com a beleza da virgem em uma gravura.Tão bela assim não seria a esposa de Tupã? Ou a mãe de Tupã? Nesse momento, encantado pela intuição do bárbaro, Diogo o catequiza, ganhando-lhe, assim a dedicação. 
Saindo da gruta, o índio, agora manso e diferente, fala a seu povo Tupinambá, ao redor da gruta. Conta-lhes sobre o feito do emboaba, Diogo, e que Tupã o mandara para protegê-los. Para banquetear o amigo, saem para caçar. Durante o trajeto, Álvares Correia usa a espingarda, aterrorizando a todos que exclamam e gritam: Tupã Caramuru! Desde esse dia, o herói passa a ser o respeitado Caramuru - Filho do Trovão. Querendo terror e não culto, Diogo afirma-lhes que, como eles, é filho de Tupã e a este, também, se humilha. Mas que como filho do trovão, (dispara outro tiro) queimará aquele que negar obediência ao grande Gupeva.
Nas estrofes seguintes, o poeta descreve os costumes da selva. Caramuru instala-se na aldeia, onde imensas cabanas abrigam muitas famílias, que vivem em harmonia. Muitos índios querem vê-lo, tocá-lo. Outros, em sinal de hospitalidade, despem-no e colocam-no sobre a rede, deixando-o tranqüilo. Paraguaçu é uma índia, de pele branca e traços finos e suaves. Apesar de não amar Gupeva, está na tribo por ter-lhe sido prometida. Como sabe a língua portuguesa, Diogo quer vê-la. Após o encontro os dois estão apaixonados.
Canto III - À noite, Gupeva e Diogo conversam sob a tradução feita por Paraguaçu. O lusitano fica pasmo ao saber que, para o chefe da tribo, existe um princípio eterno; há alguém, Tupã, ser possante que rege o mundo; aquele que vence o nada, criando o universo. O espírito de Deus, de alguma maneira, comunica-se com essa gente. Gupeva eloqüente fala acerca da concepção dos selvagens sobre o tempo, o Céu, o Inferno. Abordam a lenda da pregação de S. Tomé em terras americanas. Concluindo a conversa, o cacique diz que estão para ser atacados pelos inimigos; Caramuru aconselha-o a ter calma. De repente, chegam os ferozes índios Caetés que, ao primeiro estrondo do mosquete, batem em retirada, correndo, caindo; achando, enfim, que o céu todo lhes cai em cima.
Canto IV - O temido invasor noturno é o Caeté, Jararaca, que ama Paraguaçu perdidamente. Ao saber que ela esta destinada a Gupeva, declara guerra. Após o ataque estrondoso do Filho do Trovão, Jararaca convoca outras nações indígenas com as quais tinha aliança: Ovecates, Petiguares, Carijós, Agirapirangas, Itatis. Conta-lhes que Gupeva prostrou-se aos pés de um emboaba pelo pouco fogo que acendera, oferecendo-lhe até a própria noiva. O cacique alerta-os que se todos agirem assim, correm o risco de serem desterrados e escravizados em sua própria terra, enchendo de emboabas a Bahia. Apela para a coragem dos nativos, dizendo que apesar do raio do Caramuru ser verdadeiro, ele nada teme, porque não vem de Deus. Não há forças fabricadas que a eles destruam. A guerra tem início e Paraguaçu também luta heroicamente e, num momento de perigo, é salva pelo amado lusitano.
Canto V - Depois da batalha, os amantes discorrem sobre o mal que habita o ser humano e qual a razão de Deus para permiti-lo. Em seguida, em Itaparica, o herói faz com que todos os índios se submetam a ele, destruindo as canoas com as quais Jararaca pretendia liquidá-lo.
Canto VI - As filhas dos chefes indígenas são oferecidas ao destemido Diogo, para que este os honre com o seu parentesco. Como ama Paraguaçu, aceita o parentesco, mas declina as filhas. Na mata, o herói encontra uma gruta com tamanho e forma de igreja e percebe ali a possibilidade dos nativos aceitarem a Fé Cristã, e se dispõe a doutriná-los. Mais tarde, salva a tripulação de um navio espanhol naufragado e, saudoso da Europa, parte com Paraguaçu em um barco francês.
Quando a nau ganha o mar, várias índias, interessadas em Álvares Correia, lançam-se nas águas para acompanhá-lo. Moema, a mais bela de todas, consegue chegar perto do navio Agarrada ao leme, brada todo seu amor não correspondido ao esquivo e cruel Caramuru. Implora para que ele dispare sobre ela seu raio. Ao dizer isso, desmaia e é sorvida pela água. As outras, que a acompanhavam, retornam tristes à praia. Nas demais estrofes do canto, a história do descobrimento do Brasil é contada ao comandante do barco francês.
Canto VII - Na França, o casal é recebido na corte e Paraguaçu é batizada com o nome da rainha Catarina de Médicis, mulher de Henrique II, que lhe serve de madrinha. Diogo lhes descreve tudo o que sabe a respeito da flora e fauna brasileira. 
Canto VIII - Henrique II se predispõe a ajudar Diogo Álvares na tarefa de doutrinamento e assimilação dos índios, oferecendo-lhe tropa e recompensa. Fiel à monarquia portuguesa, o valente lusitano recusa tal proposta. Na viagem de volta ao Brasil, Catarina-Paraguaçu profetiza, prospectivamente, o futuro da nação. Descreve as terras da Bahia, suas povoações, igrejas, engenhos, fortalezas. Fala sobre seus governadores, a luta contra os franceses de Villegaignon, aliados aos Tamoios. Discorre sobre o ataque de Mem de Sá aos franceses no forte da enseada de Niterói e sobre a vitória de Estácio de Sá contra as mesmas forças.
Canto XIX - Prosseguindo em seu vaticínio, Catarina-Paraguaçu descreve a luta contra os holandeses que termina com a restauração de Pernambuco.

Canto X - A visão profética de Catarina-Paraguaçu acaba se transformando na da Virgem sobre a criação do universo. Ao chegar, o casal é recebido pela caravela de Carlos V que agradece a Diogo o socorro aos náufragos espanhóis. A história de Pereira Coutinho é narrada, enfatizando-se o apoio dos Tupinambás na dominação dos campos da Bahia e no povoamento do Recôncavo baiano. Na cerimônia realizada na Casa da Torre, o casal revestido na realeza da nação espanhola, transfere-a para D. João III, representado na pessoa do primeiro Governador Geral, Tomé de Souza. A penúltima estrofe canta a preservação da liberdade do índio e a responsabilidade do reino para com a divulgação da religião cristã entre eles. Na última (epílogo), Diogo e Catarina, por decreto real, recebem as honras da colônia lusitana.

21 de mar. de 2013

Questão comentada 3º ano: Simbolismo


Leia o texto:


Eis que temos aqui a Poesia,
a grande Poesia.
Que não oferece signos
nem linguagem específica, não respeita
sequer os limites do idioma.
Ela flui, como um rio.
Como o sangue nas artérias,
tão espontânea que nem se sabe como foi escrita.
E ao mesmo tempo tão elaborada -
feito uma flor na sua perfeição minuciosa,
um cristal que se arranca da terra
já dentro da geometria impecável
da sua lapidação.
(...)       Rachel de Queiroz


Conforme seus conhecimentos, explique por que é possível afirmar que o poema de Rachel de Queiroz, escritora modernista, expressa tendências da poesia de fins do século XIX no Brasil e a qual escola literária ele remete. Cite passagens do texto que comprovem sua resposta.

RESPOSTA ALMEJADA:
Rachel de Queiroz, escritora modernista, expressa características do Parnasianismo, estética brasileira que vigorou em fins de século XIX, ao demonstrar a valorização da arte de escrever poesia, "a grande poesia", da arte que se propõe a escrever arte, sem preocupação social. A aproximação do trabalho do poeta ao dos artistas plásticos é a demonstração da busca pela perfeição formal, típica do Parnasianismo. São exemplos que comprovam a influência parnasiana no texto de Rachel de Queiroz:
"E ao mesmo tempo tão elaborada -
feito uma flor na sua perfeição minuciosa,
um cristal que se arranca da terra
já dentro da geometria impecável
da sua lapidação."



Leia atentamente os textos a seguir:
Texto 1: Alphonsus de Guimaraens (Afonso Henriques da Costa Guimaraens), nasceu em Ouro Preto (MG), em 1870 e faleceu em Mariana (MG), em 1921. Bacharelou-se em Direito, em 1894, em sua terra natal. Desde seus tempos de estudante colaborava nos jornais “Diário Mercantil”, “Comércio de São Paulo”, “Correio Paulistano”, “O Estado de S. Paulo” e “A Gazeta”. Em 1895 tornou-se promotor de Justiça em Conceição do Serro (MG) e, a partir de 1906, Juiz em Mariana (MG), de onde pouco sairia. Seu primeiro livro de poesia, Dona Mística, (1892/1894), foi publicado em 1899, ano em que também saiu o “Setenário das Dores de Nossa Senhora. Câmara Ardente”. Em 1902 publicou “Kiriale”, sob o pseudônimo de Alphonsus de Guimaraens. Sua “Obra Completa” foi publicada em 1960. É considerado um dos grandes nomes do Simbolismo. Sua obra é perpassada pela tragicidade que marcou sua biografia pessoal. Fonte: http://www.releituras.com/alphonsus_ismalia.asp. Acesso em 05 de março de 2013.
Texto II: ISMÁLIA


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...



Texto III: PRÉ-HISTÓRIA


Mamãe vestida de rendas
Tocava piano no caos.
Uma noite abriu as asas
Cansada de tanto som,
Equilibrou-se no azul,
De tonta não mais olhou
Para mim, para ninguém!
Cai no álbum de retratos.



In: MENDES, Murilo. Poesia Completa e Prosa. Organização, preparação do texto e notas, por Luciana Stegagno Picchio. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1995.
Usando como referência as informações obtidas através da explanação do conteúdo em sala de aula, seus conhecimentos sobre o Simbolismo e a biografia de Alphonsus de Guimaraens, produza um parágrafo-texto de, aproximadamente, 10 linhas, demonstrando como as características simbolistas, dentre elas a influência mística, onírica e subjetiva permeiam a obra do autor, e como tais influências refletem raízes da vida do mesmo. Demonstre, ainda, de que modo é possível reconhecer ecos da produção do poeta mineiro na escrita moderna de Murilo Mendes, em “Pré-história”.
No momento de produzir seu parágrafo-texto, fica atento:
- Uma resposta a uma questão dissertativa, por menor que seja, é sempre um texto. Sendo assim, seja claro,  coeso, coerente.
- Não responda às questões copiando frases dos textos motivadores. Leia, atentamente, o material que está  sendo analisado e construa a resposta com o seu  próprio discurso. Os recortes de frases devem ser feitos apenas quando se tratar de exemplos, respeitando, inclusive, o uso das aspas. 

RESPOSTA ALMEJADA: 

Alphonsus Guimaraens, escritor simbolista, teve sua trajetória pessoal marcada pela trágica perda da noiva, Constança. O acontecimento deixou marcas na carreira do autor, uma vez que sua poética é repleta de imagens referentes à morte, ao transcendentalismo, ao espiritual. No poema "Ismália", a descrição da loucura da moça que se expõe no alto de uma torre, no intuito sonhador de alcançar a "lua do céu" e a "lua do mar", expressa a atmosfera de morte do poema de Alphonsus. Murilo Mendes, representante da poética modernista, retoma as imagens oníricas ensaiadas pelo poeta de Ouro Preto em "Pré-História". Aqui, a lembrança infantil da loucura da mãe que "tocava piano no caos" e que torna-se apenas recordação, "cai no álbum de retratos", denuncia a influência da estética simbolista na poesia moderna ao enunciar a atitude suicida da mulher. 


Questão comentada 2º Ano: 1ª Geração Romântica


Leia o texto a seguir:
Pátria minha (Vinícius de Moraes - 1913-1980)
Fragmentos



A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades da minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, porque e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, é o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos da minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação e o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!
...
Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama...
Vinícius de Moraes."



INSTRUÇÃO: Usando como referência as informações obtidas através da explanação do conteúdo em sala de aula, seus conhecimentos sobre a primeira geração romântica e as imagens do Brasil que, desde o Quinhentismo, visam propagandear a terra brasileira, produza um parágrafo-texto de, aproximadamente, 10 linhas, analisando a paródia escrita por Vinícius de Moraes. Considere o olhar ufanista da primeira geração e a criticidade típica das produções modernas. Assim, demonstre como o texto-matriz, escrito por Gonçalves Dias, foi retomado e que novos olhares sobre a terra brasileira o poema de Vinícius de Moraes sugere e quais antigos (caso hajam) permanecem. (2,0)

No momento de produzir seu parágrafo-texto, fique atento:
- Uma resposta a uma questão dissertativa, por menor que seja, é sempre um texto. Sendo assim, seja claro,  coeso, coerente. Faça um texto com encadeamento lógico: introdução, desenvolvimento e conclusão.
- Não responda às questões copiando frases dos textos motivadores. Leia, atentamente, o material que está  sendo analisado e construa a resposta com o seu  próprio discurso. Os recortes de frases devem ser feitos apenas quando se tratar de exemplos, respeitando, inclusive, o uso das aspas e a citação das referências. 


RESPOSTA ALMEJADA:
A primeira geração romântica brasileira tem como bandeira a idealização da pátria, demonstrando a exuberância da terra, quão valorosa é sua flora e fauna e a superioridade da nação Brasil quando comparada a outras nações. Gonçalves Dias eternizou a beleza do país em sua famosa "Canção do exílio". Nela, o autor confessa a saudade que sente, estando exilado do seu lugar, das terras brasileiras e do aconchego que ela lhe dá. Vinícius de Morais, escritor modernista, ao retomar o ufanismo típico da primeira geração romântica também engrandece e confessa amar o Brasil: para o autor, também exilado, a terra também é amada, mas agora sofre com problemas sociais graves, desperta no eu lírico o sentimento de piedade e desejo de cuidar, como se cuida de uma filho, da "mãe gentil". A "pátria minha" descrita por Vinícius tem cores "tão feias", está "sem sapatos", é "tão pobrinha". 

Questão 1º Ano comentada: gêneros literários


Questão aberta 1º Ano: Gêneros Literários

Leia com atenção um trecho da obra clássica A Odisseia, de Homero, a letra da canção Homem-aranha, cujo áudio ouvimos em sala de aula, e a reportagem veiculada em alguns jornais nesta semana:



TEXTO I:
O homem canta-me, ó Musa, o multifacetado, que muitos         
males padeceu, depois de arrasar Troia, cidadela sacra.
Viu cidades e conheceu costumes de muitos mortais. No
mar, inúmeras dores feriram-lhe o coração, empenhado em
salvar a vida e garantir o regresso dos companheiros. Mas
não conseguiu contê-los, ainda que abnegado. Pereceram.
vítimas de suas presunçosas loucuras. Crianções! Forraram
a pança com a carne das vacas de Hélio Hipérion. Este os
privou, por isso do dia do regresso. Das muitas façanhas,
Deusa, filha de Zeus, conta-nos algumas a teu critério.

Fonte: A Odisseia, de Homero. Tradução de Donaldo Shuller.



TEXTO II:
Eu adoro andar no abismo
Numa noite viril de perseguição
Saltando entre os edifícios
Vi você!...

Em poder de um fugitivo
Que cercado pela polícia
Te fez refém
Lá nos precipícios
Foi paixão à primeira vista...

Me joguei de onde o céu arranha
Te salvando com a minha teia
Prazer!
Me chamam de Homem-Aranha
Seu herói!...

Hoje o herói aguenta o peso
Das compras do mês
No telhado, ajeitando
A antena da tevê
Acordado a noite inteira
Pra ninar bebê...

Chega de bandido pra prender
De bala perdida pra deter
Eu tenho uma ideia:
Você na minha teia...

Chega de assalto pra impedir
Seja em Brasília ou aqui
Eu tive a grande ideia:
Você na minha teia...

Hoje eu estou nas suas mãos
Nessa sua ingênua sedução
Que me pegou na veia
Eu tô na tua teia...

[...]




Fonte: http://letras.mus.br/jorge-vercillo/63282/. Acesso em 06 de março de 2013.

TEXTO II:
Câmeras do circuito interno de TV de uma delegacia em Bradford, no norte da Inglaterra, registraram o momento em que um homem vestido de Batman entregou às autoridades um criminoso procurado pela polícia.
O caso ocorreu no último dia 25 de fevereiro.
Segundo a polícia, o homem-morcego apareceu na delegacia de madrugada levando um jovem de 27 anos acusado de porte de objetos roubados e fraude.
"A pessoa que trouxe o homem estava vestida com uma fantasia de Batman. A sua identidade, entretanto, permanece desconhecida". O suspeito irá a julgamento na próxima sexta-feira, dia 8 de março.

INSTRUÇÃO: Usando como referência as informações obtidas através da explanação do conteúdo em sala de aula, conhecimentos sobre os gêneros literários e seu senso crítico, produza um parágrafo-texto de, aproximadamente, 10 linhas, demonstrando como as características do herói, postuladas por Aristóteles, têm sofrido modificações ao longo da história da humanidade. Demonstre como as necessidades humanas, individuais e coletivas, têm contribuído para a mudança da percepção sobre quem é herói hoje em dia e sobre quais inimigos, de fato, se luta (É importante, conforme visto em sala, traçar a trajetória das modificações sofridas pelo herói, da Antiguidade ao cenário atual). (2,0)

No momento de produzir seu parágrafo-texto, fique atento:
- Uma resposta a uma questão dissertativa, por menor que seja, é sempre um texto. Sendo assim, seja claro,  coeso, coerente. Faça um texto com encadeamento lógico: introdução, desenvolvimento e conclusão.
- Não responda às questões copiando frases dos textos motivadores. Leia, atentamente, o material que está  sendo analisado e construa a resposta com o seu  próprio discurso. Os recortes de frases devem ser feitos apenas quando se tratar de exemplos, respeitando, inclusive, o uso das aspas e a citação das referências.

RESPOSTA ALMEJADA:

Na Antiguidade Clássica, o herói grego épico era um ser com uma missão: enviado pelos deuses, deveria lutar por si e pelo seu povo.  Com Os Lusíadas, de Camões, o herói não é mais um sujeito particular, mas sim uma nação, que realiza feitos grandiosos, ilustres. Hoje, o herói aos moldes aristotélicos cedeu lugar ao cidadão comum, limitado, mas que luta para driblar os problemas cotidianos e vencer inimigos como a violência, a corrupção e a vida enlouquecedora do mundo moderno. 




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