28 de mai. de 2010

INDISCIPLINA BIOGRÁFICA

Eu busco um jeito bem parecido com o que preciso para escapar da indisciplina do que sou.

Essa indisciplina gostosa de ser, de amar como amo, sem muitos medos, só rascunhos de inseguranças.

Trago os olhos cheios de nostalgia e vontade de encher o universo de uma vida muita minha.

Ando enfeitando meus dias de saberes ainda muito vãos para o que quero:
ser presa de mim, porém serva de quem tem todo poder.

Apaixonada pelo mar que ainda não vi, amante de olhos cor de piscina ou escuridão, dançarina das horas no recôndito do meu quarto...

Só mesmo o querer me alimentando. Querer querendo, desejar desejando conhecer.
Baixa estatura, corpo mignon: disfarce, eles não sabem e nem percebem que debaixo dessa pele há uma cria de leão com alma de gigante.

Coração de menina, sonho de construir casa, de bater na cara do passado escasso, de voar mais alto porque condição e herança de águia tenho.

No fundo, não me dou se não me jurarem que não mais me deixarão. E ainda se me jurarem, não crerei. 

Até que a vida me prove o contrário, só conheço a  primeira chance, a segunda pertence ao tempo de algum dia... talvez o dia de sempre. 

Quero esquecer como se  forma a nuvem escura...!
Viver agora é pra ver o sol brilhar!

Eu apenas queria que você soubesse

A dupla divina, poesia e música, lindamente na letra e voz de Gonzaguinha.

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira


Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé


Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida

De olho no vestibular: livros PAES 2010

Alunos e amigos,

Abaixo, deixo três links para os livros do vestibular da Unimontes 1ª Etapa. O "Poemas escolhidos", de Claúdio Manoel da Costa, de fato, só é encontrado em Domínio Público. Os "Sermões Escolhidos", do Padre Antônio Vieira também estão em Domínio público, mas a editora indicada pela Unimontes é a Martin Claret.

Clique nos links a seguir para ler e baixar duas das indicações da primeira etapa:

Em Domínio Público consta também o livro "Casa Velha", de Machado de Assis, indicado para a 2ª Etapa do PAES. Veja o link:
Casa Velha, Machado de Assis 

Brevemente publicarei comentários sobre as obras.

Beijão!

27 de mai. de 2010

Viver: campo minado de incertezas

"...porque a vida ri-se das previsões e põe palavras onde imaginávamos silêncios e súbitos regressos quando pensávamos que não voltaríamos a encontrar-nos." 
José Saramago, em A Viagem do Elefante

18 de mai. de 2010

Quando o próprio amor vacila, Maria Bethânia

 No vídeo abaixo há um poema (de autoria desconhecida, por mim, pelo menos!) lindamente declamado pela Maria Bethânia.
É emocionante, tira o ar, acelera o batimento e rouba dos pés o chão.

 

"Eu te amo de alma para alma e mais que as palavras
ainda que seja através delas que eu me defenda quando digo que te amo
mais que o silêncio dos momentos difíceis quando o próprio amor vacila."


LINDOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Um pouco de Clarice (Mas Clarice nunca é pouco...) - Para a Querida Andréia Souto

Poema de Clarice Lispector: tão humano que me deixa envergonhada dessa condição passageira que nos embaça a visão daquilo que de fato é bom e frutífero.

Anseio de Poemar




















Seria só mais um pouco dos outros em mim, ou 
uma quantidade do meu ser  versado por outras bocas, 
outras mãos, outros poemas? 

Ando me entregando aqui: essa criatura frágil que sou, 
amante de alguém que ainda não sei, 
dona de um masoquismo ansioso de poemar. 

Não é questão pra rima. É encanto pelas palavras alheias,
devoção aos grandes autores, condição de minha pequenês. 
Identidade não, tradução sequer.

É o tirar a máscara, aí resta apenas delirantes gritos 
de deslumbre ao ver as palavras tão bem arrumadas e elegantes, 
exalando amor, doçura, dor, encanto.

Dany Ribeiro

Trabalho Machado de Assis - 8ª série

Oi, pessoal!

Conforme avisei em sala de aula, deixo aqui as instruções sobre o trabalho a respeito do conto Verba Testamentária Clique aqui para ler, de Machado de Assis.

Após a leitura e compreensão do texto, redija um texto contendo suas considerações sobre o conto Verba Testamentária:
-1º parágrafo (introdução): em no máximo seis linhas, resuma a história;
-2º parágrafo (desenvolvimento): em no mínimo oito linhas, escreva sobre o personagem principal do conto: características, estranhezas e seu percurso no enredo. Demonstre características da escrita machadiana e comprove-as com citaçõe do texto. Você poderá utilizar os textos contidos na parte final do livro "O espelho e outros contos machadianos": Machado de Assis e a Filosofia. Este parágrafo pode ser dividido em dois ou mais.
-3º parágrafo (conclusão): em no mínimo seis linhas, encerre seu texto deixando sua conclusão sobre a leitura, suas expectativas e como elas foram sendo confirmadas ou refutadas.   
 
NÃO entregue o trabalho em folha de fichário.

Para a capa:
Folha branca contendo:
a) no alto da página, centralizado, o nome do colégio (fonte arial ou times,14)
b) No centro, nome do livro e conto trabalhado, nome do autor da obra literária (arial ou times, tamanho 18 ou 20). 
c) Em baixo, centralizado, escreva o nome da cidade e data (fonte arial ou times, 14).
Use cor preta.

Folha de rosto (uma espécie de segunda capa)
a) Em cima, centralizado, coloque o nome do aluno
b)No centro, nome do livro e conto trabalhado, nome do autor da obra literária (arial ou times, tamanho 18 ou 20).
c) Abaixo do item anterior, recuado a direita, tamanho 12, informe o nome da disciplina, professora, trimestre letivo e ano. ATENÇÃO: Para evitar erros, Veja os modelos de capa e folha de rosto clicando AQUI
c) Embaixo, centralizado, escreva o nome da cidade e data (fonte arial ou times, 14).

Anexos:
Ao finalizar, poderá enriquecer seu trabalho com fotos e/ou ilustrações sobre o tema.
É imprescindível que você apresente as fontes pesquisadas para construir seu texto.

ATENÇÃO: 
Imprima este roteiro de trabalho e cole-o em seu caderno de literatura. Além de ser parte do nosso estudo, devendo assim ficar registrado em seu caderno, você necessitará das instruções aqui dispostas para outros trabalhos.

O texto deverá ser produzido individualmente e entregue até o dia 01/06 (8ª A) e 02/06 (8ª B).
P.S.: Constam aqui no blog os vídeos e textos sobre Machado de Assis. Vocês poderão ultilizá-los também como material de apoio para construir sua produção. Só não se esqueçam de citar a fonte, ok?

Beijão, lindos! 

12 de mai. de 2010

Avaliação Barroco 1º Ano

Galerinha,

Conforme prometido, deixo aqui o roteiro da avaliação e o gabarito da atividade corrigida hoje em sala de aula.
 É importante que vocês deem uma olhada aqui no arquivo do blog(março e abril): há vídeos e textos sobre o movimento de época Barroco.
 Fiquem atentos ao modelo de análise dos poemas que deixei aí na última questão.

Lembrem-se na hora da prova de deixar as respostas bem elaboradas e completinhas, hein...

Deixem um comentário aqui para fazer uma professorinha feliz, gente...(entrem com a conta do orkut).

Beijão, Povo Bonito!

Roteiro: 
Livro didático: pg. 224 a 237 (ênfase no quadro comparativo Classicismo X Barroco).
Texto de apoio: “Barroco: uma pérola imperfeita?”
Registros no caderno.
Exercícios
Explicações, vídeos trabalhados em sala e textos postados aqui no blog.

Gabarito:

1- Segundo o texto, a função do sal é impedir que a corrupção se dissemine entre os fiéis.
2- Vieira questiona os ouvintes sobre as causas da corrupção que toma conta da terra, já que há tantos pregadores que poderiam impedi-la. “mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção?”
3- O questionamento que faz aos ouvintes serve para enfatizar a afirmação que fará a seguir, apresentando o que ele considera as duas causas para a corrupção que se vê na sociedade em que vive.
4- Vieira identifica os seguintes motivos para que os pregadores não cumpram sua função: não pregam a verdadeira doutrina; dizem uma coisa e fazem outra; pregam a si mesmos e não a Cristo em seus sermões.
5- Segundo o texto, “a terra não se deixa salgar” porque os ouvintes não querem receber a verdadeira doutrina; querem imitar as atitudes incorretas dos pregadores e não seguir seus ensinamentos; servem aos seus próprios desejos em lugar de servir a Cristo. 
6-Vi eira constrói sua argumentação a partir de paralelismos, por meio da repetição de estruturas sintáticas: a cada período repete cada uma das partes da afirmação destacada no enunciado anterior (“Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar...”)
7- A retomada por meio de estruturas paralelísticas, além de enfatizar os argumentos de Vieira, conduz o raciocínio do ouvinte para que ele chegue à conclusão a que o padre deseja.
8- Vieira conclui que o pregador que não cumpre seu papel de forma adequada deve ser lançado fora “como inútil para que seja pisado de todos”.
9- Pessoal.

10- Análise dos poemas:
Buscando a Cristo, Gregório de Matos
LEMBRETE: Visão barroca: a insignificância do homem perante Deus, a consciência nítida do pecado e a busca do perdão. Ao lado de momentos de verdadeiro arrependimento, muitas vezes o tema religioso é utilizado como simples pretexto para o exercício poético, desenvolvendo engenhosos jogos de imagens e conceitos.
Análise: As ideias de Deus e do pecado, ao mesmo tempo que se opõem, são complementares. Embora Deus detenha o poder da condenação da alma, está sempre disposto ao perdão, por sua misericórdia e bondade; daí deriva Sua maior glória. Interpretação positiva do gesto divino: braços abertos para acolher, cravados por levar o castigo humano sobre si. Os olhos abertos simbolizando o perdão; fechado, a recusa em condenar o pecador.

Juízo Anatômico da Bahia. Gregório de Matos
LEMBRETE: Poesia satírica (visa à crítica, o deboche, a denúncia). O alvo da crítica de Gregório de Matos é a Bahia e Pernambuco em fins do século XVII.
Paralelismo: repetição de estruturas sintáticas.Crítica à sociedade bahiana, o cenário político e social. Os defeitos, desonestidades e mau comportamento do povo e dos governantes da Bahia são denunciados. 

5 de mai. de 2010

Dor em anjo, Daniele Ribeiro




















Sei lá o que dizer nessa hora em que a escrita parece ser meu grito mudo.
Não é literatura isso aqui, é descanso de mim, das palavras não ditas,
do orgulho ferido, do gosto amargo na sáliva.

Meu olhar decora as cenas do passado. 
Por favor, não as amplie!
O peito não suportaria.

Coração campo inimigo.

Lembro-me da devoção, do calmo querer.
Depois de mim, vento de morte em você.
Onde foram parar os anjos, os príncipes?

Encontro-me doente de um mal que já foi bem.
Solicito ao céu, lugar de amparo, socorro: 
há dilúvio em minhas janelas!

Estúpido tempo, pensei que eras mais eficaz,
achava que os remédios receitados
não seriam paliativos.
Acreditei na cura. Estou morrendo em permanência.

Daniele Ribeiro

O espelho, Machado de Assis - 8ª série

Oi, Gente!!!!!!!!!!

Depois destas aulas extras (duas aulas de Literatura durante a semana é algo bem atípico, né?), pudemos dar uma adiantada na introdução aos contos machadianos. Foi ótimo poder assistirmos aos vídeos sobre a vida e o contexto de época que envolveu, influenciou e reverberou na produção de Machado de Assis.

Como viram, ler Machado é ter em mente algumas características marcantes de sua escrita: ironia, pessimismo, humorismo, conversa com o leitor, o ceticismo (descrença em Deus e no homem) e a metalinguagem.

Conforme disse em sala, deixo aqui o link para que leiam o conto O espelho (Clique aqui para ler). Para a próxima aula será necessário que todos já tenham lido (depois não digam que não avisei!)...
Caso seja possível (vejam que não estou prometendo) passo para deixar um comentário sobre o conto e ajudá-los a entender a obra do maior escritor brasileiro de todos os tempos.

Beijinhos!

Ainda sobre o Barroco

Pessoal,
O vídeo abaixo é uma leitura atual da forma barroca de encarar o sentimento e a relação amorosa. O texto está repleto de figuras de linguagem (antíteses, metáforas, comparações...). Assistam-no buscando identificar o espírito de época do movimento: a presença da dúvida, o homem dividido, a tentativa de unir elementos opostos e o que mais você encontrar que seja condizente com os comentários que fizemos em sala de aula.

Carpe diem, amigos!!!!

Vídeo aula sobre Literatura Barroca

Galerinha dos 1ºs anos,

Estou deixando aqui o vídeo que passei hoje na nossa aula. Como puderam perceber, não há nenhuma novidade propriamente dita. É só mesmo para fecharmos o panorama sobre o Barroco deixando vocês com a certeza de que vimos tudo o que será necessário neste momento. Recomendo que deem uma pesquisada aqui no arquivo do blog: há uma postagem muito boa, com um videozinho legal sobre essa estética da dúvida, da tentativa de conciliação dos contrários e do exagero.

Estudem, pesssoal! Quem sabe, vocês já devem ter percebido, não nasceu sabendo, ok?!!!
Beijão 

Língua materna ou língua madrasta, Daniele Ribeiro

O escrito a seguir estava perdido aqui entre minhas muitas produções/recordações do período acadêmico. Hoje, ao procurar um material que escrevi sobre o conto O espelho, de Machado de Assis, tive a alegria de encontrar um artigo sobre ensino de língua materna. Leiam aqui e, se possível, por meio de comentários e críticas, me ajudem a torná-lo melhor.

LÍNGUA MATERNA OU LÍNGUA MADRASTA?

A Língua Portuguesa é a nossa língua-mãe: a utilizamos desde as primeiras palavras que aprendemos. Sendo assim, parece haver uma grande incoerência quando falantes nativos de Português são levados a aprender sobre a língua que já fazem uso. Contudo, o objetivo central de se ensinar língua materna ao falante é ajudá-lo a desenvolver sua competência comunicativa, expandir a capacidade de empregar adequadamente a língua nas diversas situações de comunicação do dia a dia. O grande problema está em como se dá essa aprendizagem: no nosso caso, somos apresentados, com certo estranhamento, à Gramática, uma “senhora” dura e intransigente que insiste em nos fazer engolir suas regras. E são muitas as tais regras! Elas nunca acabam e ficamos com a impressão de que nós nunca as dominaremos: quando ameaçamos triunfar, surgem, sarcáticas, as exceções...
Sem o objetivo principal de provocar reflexões, o que deveria ser o centro do estudo, aprender Gramática torna-se sinônimo de aumentar o conhecimento técnico a respeito do Português. E se não nos dá liberdade para pensar, repensar, refletir e agir, sempre com criatividade, desconhecemos e não nos vemos como filhos legítimos dessa língua. Somos seus enteados.  Língua madrasta!
É verdade que o papel da escola é ensinar a língua padrão, criando condições para que ela seja de fato aprendida. O domínio do Português deve ser aliado a um determinado grau de aquisição da escrita e da leitura. É fato que o aluno que lê mais, fala e escreve melhor, além de se aprimorar em criticidade.  Se ao ser questionado sobre o que é certo ou errado, a resposta for embasada somente pelas normas elencadas no livro das regras  e nos dicionários, revela-se então uma atitude problemática do que é realmente uma língua: lugar de interação, de prazer, de crítica, de fruição e de encontro do sujeito consigo mesmo: língua é colo de mãe.
Ensinar com o intuito de instrumentalizar o falante/leitor/escritor para a adequação e domínio da variedade culta demanda esclarecimento sobre variedades e preconceitos linguísticos para que “os erros” só sejam considerados erros se o critério de avaliação for social.
A Gramática deveria mostrar o lado lógico, inteligente, racional dos processos linguísticos. Mas não é assim que ela tem sido ensinada. Sobra um amontoado de regras que não se relacionam com a língua viva do cotidiano, das músicas, dos textos de jornais, das revistas, dos blogs...
A Gramática poderia ser mãe se nos atraísse a ler, escrever, discutir, reescrever, reler e reescrever mais, para escrever e ler sempre de forma mais requintada. Todavia, se faz madrasta quando nos repele e com suas gramatiquices tenta nos roubar o censo crítico e equacionar a magia da Língua materna.

Daniele Soares Ribeiro
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