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19 de out. de 2015

Análise da obra O pagador de promessas, Dias Gomes

Dados do autor

Dias Gomes (Alfredo de Freitas D. G.), romancista, contista e teatrólogo, nasceu em Salvador, BA, em 19 de outubro de 1922. Dias Gomes conquistou numerosos prêmios por sua atuação no Rádio e por sua obra para teatro, cinema e televisão. Poucas obras, no Brasil, foram tão premiadas quanto O pagador de promessas, que mereceu, dentre outros, a Palma de Ouro do Festival Internacional de Cinema de Cannes, em 1962. Outros trabalhos de Dias Gomes também foram distinguidos com os mais importantes prêmios nacionais em sua especialidade.

ASPECTOS ESTRUTURAIS
Publicada em 1959, trata-se de um texto escrito para teatro, ou seja, para ser levado ao palco, ser encenado. A peça é dividida em três atos, sendo que os dois primeiros ainda são subdivididos em dois quadros cada um. Após a apresentação dos personagens, o primeiro ato mostra a chegada do protagonista Zé do Burro e sua mulher Rosa, vindos do interior, a uma igreja de Salvador e termina com a negativa do padre em permitir o cumprimento da promessa feita. O segundo ato traz o aparecimento de diversos novos personagens, todos envolvidos na questão do cumprimento ou não da promessa e vai até uma nova negativa do padre, o que ocasiona, desta vez, explosão colérica em Zé do Burro. O terceiro ato é onde as ações recrudescem, as incompreensões vão ao limite e se verifica o dramático desfecho.
Tempo e espaço da narrativa
Tempo: a peça é contemporânea e universal. Podendo ser encenada em qualquer tempo.
Duração da história: 1 dia.
Há também a presença do tempo psicológico (flashbacks, lembranças)
Espaço: a história acontece no Estado da Bahia, na escadaria da igreja de Santa Bárbara.



QUESTÕES TEMÁTICAS
Intolerância, traição, intransigência, ambição, luxúria, sincretismo religioso e religiosidade.
A peça de Dias Gomes tem nítidos propósitos de evidenciar certas questões socio-culturais da vida brasileira, em detrimento do aprofundamento psicológico de seus personagens. Assim, ganha força no drama a visão crítica quanto:
a) à intolerância da Igreja católica, personificada no autoritarismo do Padre Olavo, e na insensibilidade do Monsenhor convocado a resolver o problema;
b) à incapacidade das autoridades que representam o Estado - no episódio, a polícia - de lidar com questões multiculturais, transformando um caso de diferença cultural em um caso policial;
c) à voracidade inescrupulosa da imprensa, simbolizada no Repórter, um perfeito mau-caráter, completamente desinteressado no drama do protagonista, mas muito interessado na repercussão que a história pode ter;       ·.
d) ao grande fosso que separa, ainda, o Brasil urbano do Brasil rural: Zé do Burro não consegue compreender porque lhe tentam impedir de cumprir sua promessa; os padres, a polícia, a imprensa não conseguem compreender quem é Zé do Burro, sua origem ingênua, com outros códigos culturais, outras posturas. Além disso, a peça mostra as variadas facetas populares: o gigolô esperto, a vendedora de quitutes, o poeta improvisador, os capoeiristas.
O final simbólico aponta em duas direções: em primeiro lugar a morte do Zé do Burro mostra-se com fim inevitável para o choque cultural violento que se opera na peça: ninguém, entre as autoridades da cidade grande, é capaz de assimilar o sincretismo religioso tão característico de grandes camadas sociais no Brasil, especialmente no interior nordestino. Em segundo lugar, a entrada dos capoeiristas na igreja, carregando a cruz com o corpo, sinaliza para rechaçar a inutilidade daquela morte: os populares compreenderam o gesto de Zé do Burro.
e) Há ainda a mistura do sagrado com o profano: um exemplo é a coexistência da Igreja e de “uma vendola, onde também se vende café, refresco e cachaça”, no mesmo espaço físico. A igreja de um lado, representando a oficialidade (defendida, no decorrer dos fatos, pela força policial), e a vendola do outro, como o símbolo do mundano, salientado principalmente pela alusão à cachaça.
f) Pluralidade e mistura dos mais variados estilos e gêneros, o que é a presença, no mesmo espaço público, do verso e a prosa, o sério e o cômico, o português, o espanhol e o “portunhol”, os discursos católicos e as mandingas, os cantos de capoeira, a poesia popular (os abecês), a entrevista e o texto jornalístico, os anúncios de feira, entre outras vozes que, interpenetrando-se, corrompem a pureza dos estilos.

Os choques entre a crença ingênua e a religião dogmática; a credulidade simples e a armação maliciosa; a sinceridade das intenções e a completa distorção dos fatos; a inocência e a malícia; a verdade e seu falseamento são alguns dos componentes do embate entre a cultura do campo e a da cidade, cuja raiz é a má vontade que coloca a incomunicabilidade como obstáculo intransponível a dividir as pessoas.

Elementos simbólicos:
A escadaria da igreja:
A grande maioria das cenas se passa na escadaria da Igreja Santa Bárbara. Ali, Zé do Burro, o protagonista, viverá seus momentos de maior alegria (por ter quase cumprido sua promessa e salvo seu burro Nicolau) e de maior agonia (por não reconhecer mais a mulher, por não compreender e não ser compreendido mais pela religião e, sobretudo, por não compreender os códigos morais e de conduta da grande cidade). Ali naquela escadaria, Zé do Burro encontrará seu fim. No entanto, a escada remete ao caminho a ser percorrido para a elevação espiritual, ou seja, o trajeto que Zé teria que percorrer para cumprir seu voto religioso.
A porta da igreja:
Considerando a escadaria como trajeto em busca do espiritual, a porta da igreja é justamente o que separa os dois mundos apresentados na obra de Dias Gomes: o universo sincrético dos populares, os quais estão fora da Igreja, e o mundo “oficial” do catolicismo, representado pelo interior da igreja. É atravessando a porta que o protagonista cumpriria sua promessa. Porém, essa passagem lhe é negada, o que impede a ascensão espiritual de Zé do Burro.
Zé do Burro: o nome dado ao personagem não é à toa. Primeiramente, é interessante observar que, o burro da história possui uma identidade, ele é Nicolau, enquanto que seu dono, mesmo humano, tem uma identidade dependente do animal, é o Zé do Burro. Zé é um nome genérico, traz consigo a ideia de “qualquer um”, não é sem razão que popularmente diz-se que uma pessoa sem importância é um “Zé-ninguém”. Isso mostra o quanto o personagem é uma alegoria daqueles que não têm vez nem voz na sociedade, é a minoria massacrada e oprimida, a qual não é permitida sequer uma escolha religiosa respeitada. Já o nome Nicolau significa “o que vence junto com o povo”. No final do filme, quando apenas depois de morto Zé do Burro, o sem identidade, consegue pagar sua promessa e entrar na igreja com a cruz, ele assume a identidade de seu burro, pois graças ao povo, numa vitória conjunta, ambos, Zé do Burro e o povo, conseguem adentrar o local sagrado, até então proibido para eles. Zé do Burro absorve o significado do nome Nicolau e vence junto com o povo.
Burro: além de ser o animal querido pelo personagem principal, é também sinônimo da teimosia e obstinação de Zé do Burro. Além disso, popularmente o animal é também uma imagem da ignorância.

 Zé do Burro: um personagem ambíguo

Desde o início da trama, Zé-do-Burro desperta a curiosidade das pessoas que circulam pela praça e muitas são as opiniões a seu respeito. O Bonitão o considera um idiota; Marli, um beato pamonha, carola de uma figa e corno manso; Minha Tia, um homem bom; Rosa, um homem bom até demais. Mais importante do que estas opiniões pessoais são aquelas que refletem a perspectiva do povo e da igreja. Segundo palavras de Rosa:
Rosa – Não brinque. Pelo caminho tinha uma porção de gente querendo que ele fizesse milagre. E não duvide. Ele é capaz de acabar fazendo. Se não fosse a hora, garanto que tinha uma romaria aqui, atrás dele (p. 24)

Em confronto com esta posição popular, temos a da igreja, expressa aqui pelo sacristão e pelo padre:
Sacristão – O senhor não ouviu ele [o padre Olavo] dizer? É Satanás! Satanás sob um dos seus múltiplos disfarces! (p. 59)
Seja visto como uma espécie de santo, seja visto como o diabo, a única constante em Zé-do-Burro é o signo ambivalente. E é esta visão que subsiste até no momento de sua morte: o pagador de promessas foi crucificado como Jesus Cristo e como Este, no dia de sua crucificação, teve os céus tempestuosos. No entanto, no caso de Zé-do-Burro, até os trovões possuem um duplo sentido: se por um lado fazem uma alusão à tempestade da cena bíblica, reforçando a simetria entre Cristo e Zé-do-Burro, por outro apontam para a esfera pagã da peça, sendo a própria representação dos poderes de “Iansan, a Santa Bárbara nagô”. Sua última “palavra” irônica a afirmar vitória pela entrada na igreja católica do seu pagador de promessas, o que significa a superação do universo oficial pelo universo sincrético e mundano.
Zé-do-Burro é a vítima-símbolo do criminoso, agressivo, massacrante e cruel sistema social e político de que até a religião se torna instrumento.

O pagador de promessas como paródia do sacrifício de Cristo
  
Em O pagador de promessas, o grande movimento parodístico consiste no pagamento da promessa de Zé-do-Burro. Com esta promessa, Zé-do-Burro assume um papel semelhante ao de Jesus Cristo. No entanto, com uma diferença apontada pelo Padre Olavo:
 -Por que então repete a Divina Paixão? Para salvar
a humanidade? Não, para salvar um burro! (p.37).
Resulta disto a seguinte analogia: Zé-do-Burro está para Jesus Cristo assim como o burro Nicolau está para a humanidade. Há também o fato de ser vítima, assim como o Cristo e outras personagens beatificadas, de tentações que o colocam à prova por sedução e martírio. Durante todo seu percurso foi tentado a descansar no hotel, sair do jejum, abandonar sua missão para ir tomar satisfação com o Bonitão, trocar de promessa, além de outras tentações atribuídas por ele a própria santa que estaria querendo testar a dimensão de sua fé. Essa analogia é reforçada no desfecho da obra, quando Zé-do-Burro, depois de morto, é colocado “sobre a cruz, de costas, com os braços estendidos, como um crucificado” (p. 95). Visto por este prisma, O pagador de promessas pode ser considerado como uma espécie de paródia sacra, uma profanação e dessacralização da via crucis. Ao rebaixamento da via crucis junta-se a profanação de Santa Bárbara, identificada com “Iansan, a Santa Bárbara nagô” (p. 29), como vem estampado na rubrica que inicia o segundo quadro do primeiro ato. É importante perceber que, neste caso, a profanação da santa só ocorre aos olhos das autoridades eclesiásticas e daqueles que adotam a oficialidade católica como valor absoluto e superior. Zé-do-Burro, ao contrário, não tem a consciência da profanação, pois ele, em virtude de sua mentalidade sincrética (e carnavalesca!), não vê a santa como uma entidade católica distanciada em sua sublimidade e a encontra em um terreiro de candomblé, transfigurada em Iansan, sem que isto seja para a figura católica nenhum desmérito. Ele apenas segue a “verdade popular não-oficial” também expressa por Minha Tia: “A discurpe, Iaiá, mas Iansan e Santa Bárbara não é a mesma coisa?” (p. 90).

Linguagem e comunicação

É questionada na peça os vícios e deturpações da linguagem. Procura denunciar como os fatos podem ser mal interpretados não só pela "imprensa marrom",  mas também pelas próprias pessoas.
O texto é marcado pelas falas populares com sua informalidade típica.

Personagens mais importantes:
Zé-do-Burro: "homem ainda moço, de 30 anos presumíveis, magro, de estatura média. Seu olhar é morto, contemplativo. Suas feições transmitem bondade, tolerância e há em seu rosto um 'que' de infantilidade. Seus gestos são lentos, preguiçosos, bem como sua maneira de falar. “
Rosa: "pouco parece ter de comum com ele (Zé-do-Burro). É uma bela mulher, embora seus traços sejam um tanto grosseiros, tal como suas maneiras. Ao contrário do marido, tem 'sangue quente'. É agressiva em seu 'sexy', revelando, logo à primeira vista, uma insatisfação sexual e uma ânsia recalcada de romper com o ambiente em que se sente sufocar.”
Marli:  Seus gestos e atitudes refletem o conflito da mulher que quer libertar-se de uma tirania que, no entanto, é necessária ao seu equilíbrio psíquico - a exploração de que é vítima por parte de Bonitão vem, em parte, satisfazer um instinto maternal frustrado. Há em seu amor e em seu aviltamento, em sua degradação voluntária, muito de sacrifício maternal, ao qual não falta, inclusive, um certo orgulho.
Bonitão: explora mulheres, é interesseiro e mau caráter. "É insensível a tudo isso (a Marli e o que ela faz por ele). Ele é frio e brutal em sua 'profissão. Encara a exploração a que submete Marli e outras mulheres, como um direito que lhe assiste, ou melhor, um dom que a natureza lhe concedeu, juntamente com seus atributos físicos. Veste-se sempre de branco, colarinho alto, sapatos de duas cores."
Beata : Simboliza a figura clássica da mulher que vive para a igreja, talvez para preencher algum vazio em sua vida ou talvez por uma fé ingênua.
Padre Olavo : É o retrato da intransigência
religiosa. "É um padre moço ainda. Deve contar, no máximo, quarenta anos. Sua convicção religiosa aproxima-se do fanatismo. Talvez, no fundo, isto seja uma prova de falta de convicção e autodefesa. Sua intolerância - que o leva, por vezes, a chocar-se contra princípios de sua própria religião e a confundir com inimigos aqueles que estão de seu lado - não passa, talvez, de uma couraça com que se mune contra uma fraqueza consciente."
Dedé Cospe-Rima : "mulato, cabeleira de pixaim, sob o surrado chapéu de coco - um adorno necessário à sua profissão de poeta-comerciante. Traz, embaixo do braço, uma enorme pilha de folhetos: abecês, romances populares em versos. E dois cartazes um no peito, outro nas costas. Num se lê: 'ABC da Mulata Esmeralda - uma obra-prima' e no outro 'Saiu agora, tá fresco-ainda! O que o cego Jeremias viu na Lua'.
Por meio de seus versos denuncia os problemas locais. É o símbolo do poder literário de demonstrar a realidade.
Repórter : "é vivo e perspicaz". Encontra em Zé-do-Burro uma grande matéria para o seu jornal. É o símbolo do sensacionalismo e da imprensa desumana que tudo faz para conseguir uma reportagem, ainda que explorando informações inverídicas.  
Secreta : "o 'tira clássico. Chapéu enterrado até os olhos, mãos no bolsos, inspira mais receio que respeito. À primeira vista, tanto pode ser o representante da lei quanto da criminalidade.
Galego: comerciante de origem estrangeira. É dono de um bar na praça da igreja de Santa Bárbara. É ambicioso e interesseiro, pois deseja que Zé do Burro permaneça na portaria da igreja somente para que possa lucrar com a movimentação que a situação promovia.
Minha Tia: típica comerciante de quitutes baianos. É umbandista.
Delegado : simboliza a lei e mantenedor da ordem.
Mestre Coca : "é um mulato alto, musculoso e ágil. Veste calças brancas "boca de sino" e camisa de meia. Representa o espírito de coletividade e a força do povo contra as forças oficiais (lembre-se que é ele e seus companheiros que defendem Zé do Burro do ataque da polícia) 

7 de abr. de 2013

Catártico

Através da exposição de outrem, aprender, seja por meio da leitura ou da representação teatral, cinematográfica, é alcançar a purificação, a catarse aristotélica. Aprendizados assim nos ensinam o poder curativo das linhas escritas pela pena ou pelo corpo. Testo-os, então, agora. A diferença é que a exposição é  (acredito) de mim para mim, tentativa de sarar as chateações que escorrem pelas minhas palavras e não encontram outra forma de purgar-me. 
Outro dia uma colega-amiga disse-me assim: "a gente precisa é de mais autoestima". Deve ser isso mesmo. Às vezes (ou muitas vezes, vá saber!) uma palavra fora do lugar, um olhar de desprezo ou de comparação tiram dos meus pés a firmeza e, ainda que eu me desvencilhe deles na precisão do instante, o tormento interno lateja, incomoda, vira dor prolongada. Assim, uma publicação à toa em redes sociais, uma "curtida" em mensagens que, indiretamente, denunciam a rejeição, se aliam às expressões corporais, aos recados escritos no papel ou na face e me lembram o peso de estar em um lugar, em uma situação que não pedi, não escolhi e da qual não posso fugir (e não me refiro à atividade docente em si). Questões desse tipo fazem com que o mel vire fel e tiram do cotidiano o sabor de existir levemente, de ser quem a gente é, gostando os demais ou não. 
Ainda não sei como lidar com a desaprovação falada, escrita, a reclamação explícita. Ela, modestamente, se apresenta poucos vezes a mim. Talvez por isso a estranheza. Mas a verdade é que há muita traição escondida em gestos sutis, na educação mentirosa de gente mascarada, no reconhecimento covarde de hierarquias que podem prejudicar, caso assim resolvam usar a posição ocupada. 
...
O exercício da docência é isto: despertamos amores e horrores, atração e ojeriza. Há quem espere salivando a presença e explicação de um dado mestre; outros, no entanto, aguardam, impacientes, a despedida do mesmo, conseguem pontuar cada segundo do relógio como infinito. O que se há de fazer? Ainda não há meio termo. 
Há, por aí, a cultura do professor-show: eles contam piadas, são debochados e ensinam, rasamente, os macetes para o aluno alcançar o primeiro lugar no vestibular. A garotada os adora. Com a relativa pouca idade que tenho, fui aluna de quase todos. Falam o que falamos em sala e despertam paixões perpétuas. O público não percebe que diferente ali não é o professor em si, mas sim o sujeito que está sentado na cadeira, que aprendeu a ter mais foco já que o vestibular realmente se aproxima. A escola, para os que ainda cursam e dividem o tempo com os preparatórios, é um lugar de "tirar" notas, apenas! Nós, professores de ensino regular, somos os chatos, afinal, somos aqueles que cobramos resultados, temos compromisso com a formação integral do aluno, pela atribuição de notas, por dar satisfação ao pai sobre a aprendizagem dos discentes... Cabe a nós a parte , concordo, chata! Assim, como é chato corrigir prova e ver que o aluno que estava o tempo todo "grudado" no celular durante a exposição do conteúdo não se prestou, minimamente, ao trabalho de ler a matéria em casa, desprezando o dinheiro empregado pelo coitado pai; assim como é chato também constatar que a criatura que não sabe nem do que se trata o que foi falado em sala "fechou" a avaliação, utilizando, obviamente de métodos escusos (contando com a cumplicidade dos "bons alunos" que nada refletem sobre meritocracia e ética nas relações); igualmente chato é contemplar as lindas mocinhas e os malhados rapazes e ver que são apenas estampas, embalagens belas de um produto, mais dia menos dia, perecível porque não têm qualidade, senso crítico ou repertório de vida para defender suas escolhas, escolher caminhos meritosos. Chato é perceber que estamos em uma estrada escura, em que a luz do conhecimento, do respeito ao próximo, às diferenças, tem dispersão baixíssima e não abstém quase ninguém  das trevas dessa terrível e abominável geração de corpos vazios.  
Triste assim!

4 de mai. de 2012

Romantismo: prosa!

Oi, galera do segundo ano!

Começamos aqui a conhecer a teoria sobre o prosa romântica, isso porque a aplicação vocês conhecem pelas telenovelas, as quais se inspiraram (e cansaram!) as fórmulas dos romances do século XVIII.

Os vídeos a seguir ajudam a relembrar nossas conversas de sala de aula. Eu adoroooo o professor dessas aulas virtuais: acho uma figuraça!

Bjos!
Até mais!









13 de fev. de 2011

Pré-Modernismo

Olá, galera do 3º Ano!

Recomeçamos nossos estudos abrindo com o Pré-Modernismo, período que, como já disse em sala, não é um movimento literário, mas sim uma época de transição das estéticas vigentes ainda em fins do século XIX e início do XX (Realismo-Naturalismo, Simbolismo e Parnasianismo) para o Modernismo.
O fator característico dessa fase é o nacionalimso temático: um nacionalismo crítico, questionador, muito diferente da visão idealizada dos românticos e muito próximo da perspectiva de país contornada pelo Modernismo a partir de 1922.

Observe os versos de Drummond:

Precisamos descobrir o Brasil!
Escondido atrás das florestas,
com a água dos rios no meio,
O Brasil está dormindo, coitado.

Agora, a letra escrita por Milton Nascimento e Fernando Brant:

A novidade é que o Brasil não é só litoral
é muito mais, é muito mais que qualquer zona sul
tem gente boa espalhada por esse Brasil
que vai fazer dese lugar um bom país

Uma notícia tá chegando lá do interior
não deu no rádio, no jornal ou na televisão
ficarde frente para o mar, de costas pro Brasil
não vai fazer desse lugar um bom país.

A literatura passa a ser um instrumento para que os brasileiros conheçam melhor o seu Brasil. O fazer literário se torna uma forma de ação social. No entanto, essa literatura não era a que agradava aos governantes do país: para os tais, o texto literário deveria expor a face bela e modernizante que o Brasil vivia. Era o período da Belle époque - expressão francesa que denomina o período entre 1885 e 1918, no qual Paris exportava cultura e modelos de comportamento -, e o Brasil passava por melhorias urbanas, especialmente no Rio de Janeiro, então capital brasileira.
Essa não era, entretanto, a verdade geral. Havia enormes diferenças sociais entre as regiões brasileiras. A literatura então se engaja e denuncia as inverdades da propaganda oficial, que procurava transmitir a sensação de que a República (1888) era a chegada da modernidade e da democracia para o país como um todo.
Os escritores pré-modernistas se encarregaram de revelar o Brasil não-oficial, não propagandeado, o país dos contrastes, os locais onde a modernidade não chega, inclusive, até os dias de hoje. Os tipos humanos marginalizados, como o sertanejo nordestino, o habitante dos subúrbios cariocas, o caipira paulista, ganharam espaço - e com eles a realidade de que faziam parte. O Brasil encontrou-se com os diferentes "Brasis" nesse trabalho de investigação e análise da realidade cultural.   

Características:
Ruptura com o passado: inovação nas obras, rompimento com os moldes pré-estabelecidos das obras dos períodos anteriores. A linguagem de Augusto dos Anjos, por exemplo, é cheia de palavras não-poéticas (cuspe, vômito, escarro, vermes...), oposição direta ao modelo parnasiano, ainda em vigor na época.

Denúncia da realidade brasileira: o Brasil deixa de ser idealizado e os verdadeiros problemas são mostrados, avesso da idealização romântica.O Brasil não-oficial dos nordestinos, caboclos e caipiras é exposto.

Regionalismo: descrição do universo brasileiro: o norte e nordeste são mostrados por meio da obra de Euclides do Cunha; o interior paulista com Monteiro Lobato; o Espírito Santo com Graça Aranha e o subúrbio carioca com Lima Barreto. 

Ligação com fatos políticos, econômicos e sociais: diminui a distância entre a realidade e a ficção. Em Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, por exemplo, é retratado o governo de Floriano Paeixoto e a Revolta da Armada; Os Sertões, de Euclides da Cunha, demonstra a crueldade da Guerra de Canudos; Canaã, de Graça Aranha, documenta a imigração alemã no Espírito Santo.  

O marco do Pré-Modenismo no Brasil é a publicação, em 1902, de Os Sertões, obra na qual Euclides da Cunha denuncia o absurdo da Guerra de Canudos. Com forte teor determinista, segundo o qual homem é fruto do meio, é o primeiro pré-modernista a aproximar literatura e História. A estrutura do livro é a seguinte:
A terra: caracteriza o sertão nordestino: clima, solo, relevo, vegetação...
O homem: quem é o sertanejo e quem foi Antonio Conselheiro.
A luta: confronto: narração da luta entre as tropas oficiais e os seguidores de Conselheiro. O livro termina com a descrição da queda do Arraial de Canudos e a destruição de todas as casas erguidas no local.


Foto de 1897, de Flavio Barros. Mulheres e crianças prisioneiras na Guerra de Canudos.

Dois olhares para o mesmo conflito:

Euclides da Cunha, no final de Os Sertões, registrava:

Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados.
Forremo-nos à tarefa de descrever os seus últimos momentos. Nem poderíamos fazê-lo. Esta página, imaginamo-la sempre profundamente emocionante e trágica; mas cerramo-la vacilante e sem brilhos...

Já Olavo Bilac, poeta parnasiano, escrevendo sobre o mesmo epísódio, comemorava:

Enfim, arrasada a cidadela maldita!enfim, dominado o antro negro, cavado no centro do abusto sertão, onde o Profeta das longas barbas sujas concentrava sua força diabólica, feita de fé e de patifaria, alimentada pela superstição e pela rapinagem!

Aqui, é importante a visão crítica do leitor ao comparar os textos:
é fato que interpretação da história é feita de acordo com o olhar ideológico de cada um.
O primeiro trecho deixa claro o desequilíbrio entre as forças do Governo e os seguidores de Antônio Conselheiro. Euclides da Cunha foi testemunha ocular dos acontecimentos e constata a crueldade e desproporção da luta.
O segundo demonstra  a visão de Olavo Bilac, o qual está sob a influência do "discurso oficial" do Governo brasileiro, para quem os seguidores do beato eram uma horda de fanáticos que desejavam destruir a ordem nacional.

Uma outra questão curiosa sobre a história de Canudos é que a profecia de Antônio Conselheiro que dizia que o sertão iria virar mar se cumpriu: hoje, o arraial de Canudos, à beira do rio Vaza-barris, em pleno sertão bahiano, encontra-se submerso nas águas do açude de Cocorobó. E mais: para reforçar a profecia do beato, outra imensa região do sertão bahiano virou mar. No vale do rio São Francisco foi construída a imensa barragem de Sobradinho, deixando submersas várias cidades.

Veja a letra da canção Sobradinho, de Sá a Guarabira, acqual confirma o cumprimento do dito de Antônio Conselheiro:

O homem chega e já desfaz a natureza
Tira a gente põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá prá cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia
Do beato que dizia que o sertão ia alagar
O sertão vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão

É isso, para um dia de domingo já está de bom tamanho.
Depois, deixo outra postagem sobre a obra de Augusto dos Anjos e Lima Barreto, viu?

Beijão!

20 de dez. de 2010

Repertório restrito: tecnologia pode reduzir vocabulário

Uso excessivo de internet e celulares pode reduzir o vocabulário de adolescentes.

Apesar de criar novos empregos e aumentar a interatividade entre as pessoas, a tecnologia também pode ser responsável por certa dificuldade de expressão que muitos jovens enfrentam. De acordo com uma pesquisa realizada no Reino Unido, muitos adolescentes estão perdendo vagas no mercado de trabalho por não saberem se expressar, o que se deve , segundo os pesquisadores, à escrita rápida e curta da internet e celulares, pouco propícia ao emprego de palavras novas. Estima-se que o vocabulário desses jovens esteja reduzido a uma média de 800 palavras, quando o normal para uma criança de 16 anos seriam 40 mil.

Fonte: Revista Língua Portuguesa (Junho 2010)

1 de nov. de 2010

Gabarito Viagem ao centro da Terra, Júlio Verne

Pessoal, perdão por não ter postado antes, conforme combinei com vocês! É esta vida super corridaaaaaa...

Bjos!!!

1- Os alemães Axel e seu tio, o professor Otto Lidenbrock e o islandês Hans Bjelke.

2- Saknussemm.

3- O manuscrito foi escrito com caracteres rúnicos. O professor explicou a Axel que as runas eram caracteres (letras) utilizados na Islândia há muito tempo.

4- Hans amontoou pedaços de rochas ao longo do caminho para orientar o retorno. Mas eles voltariam por caminho completamente diferente. Eles deixariam o interior da Terra por um vulcão localizado na Itália.

5- Na Islândia, em uma cratera do vulcão Sneffels.

6- Elas seguiram a orientação deixada pelo sábio Saknussem no pergaminho: ao meio-dia, antes do início de julho, a sombra do pico Scartaris se projetaria na entrada correta - o que realmente ocorreu.

7- F-V-F-F

8- O primeiro grande problema enfrentado foi a falta de água.

9- O professor deu o último gole de água para Axel, que já perdia as forças. O gesto demonstra amor porque o professor resistiu à vontade de beber a fim de garantir água para o sobrinho.

10- Hans conseguiu encontrar água corrente, quando eles já estavam quase sem forças.

11- Axel descobriu um efeito acústico na parede de pedra do lugar onde estava. Graças a esse efeito, ele podia ouvir seu tio e falar com ele.

12- Resposta pessoal.

13- Eles assistiram à luta entre um ictiossauro e um plesiossauro.

14- Eles encontraram um punhal, de cerca de 300 anos, época em que vivera Arne Saknussemm; em seguida, acharam uma placa de granito com as iniciais do sábio.

15- Eles usaram algodão-pólvora para explodir o bloco de pedra e, assim, desimpedir a passagem.

16- Eles saíram em Stromboli, na Sicília, região da Itália.

17- Resposta pessoal.

18- Não será necessário fazer a questão número 18.

Beijos!
Adoro vocês!!!

28 de out. de 2010

O homem feito, Fernando Sabino

Pessoal da 8ª série,

O livro O homem feito pode parecer uma grande incógnita para a maioria de vocês, mas não desanimem!!!

Primeiro, é importante salientar que uma das temáticas recorrentes na escrita de Fernando Sabino é a angústia do homem contemporâneo e seus momentos de tentativa de isolar-se. Na verdade, é o desejo do homem de encontrar-se consigo mesmo. A simbologia é altamente trabalhada no enredo. Cada obejto, ação do personagem ou alterações da natureza têm um significado próprio, como num sonho.

A epígrafe com os versos de Mário de Andrade revelam desde o primeiro momento o desenrolar da história:

"Me deixem num canto apenas, que seja este canto somente, 
Suspirar pela vida que nasceria apenas do meu ser!"

O personagem principal, Luís, desiludido, não sabemos bem por que, isola-se numa montanha, distante da cidade. Ali, através da ajuda do "menino", o homem começa a reviver alguns fatos de sua infância e aos poucos vai conseguindo reencontrar e libertar-se do desejo doentio de isolamento.

A montanha, cercada por matas e pedras, e a cabana, suja e escura, são símbolos da alma cheia de dureza e dores daquele ser entristecido. As pedras, por exemplo, transmitem a ideia do coração endurecido do homem. Luís estava amargurado e em crise: além de ter fugido para a montanha, ele acabou matando todos os animais que cruzavam seu caminho. Somente o garoto, também de nome Luís, consegue aproximar-se do homem. Pouco a pouco, a criança, que antes parecia um intruso, conquista o homem. Juntos, homem e menino, revivem momentos da infância do adulto, o que ajuda a trazer de volta a vontade de viver. Assim, podemos afirmar que a presença infantil é um ponto crucial na narrativa: ela representa a linha divisória entre a fantasia e a realidade. Basta lembrar que o garoto aparece justamente no instante do ímpeto suicida do protagonista. A realidade só se separa da fantasia quando o amigo do Luís adulto aparece para visitá-lo e alerta-o do perigo de enlouquecer ao qual está se expondo. É o princípio do fim...

O vídeo a seguir dialoga com o livro. Assistam-no e façam as associações.

Beijos, galera!!!

Diálogo com o livro O homem feito:14 Bis - Bola de Meia, Bola de Gude (Legendado).avi

Gabarito comentado 1º ano: obras PAES 2010

Romances de Cordel, Ferreira Gullar

1- B
O contexto histórico da obra Romances de Cordel refere-se à ditadura militar e não à Independência.

2- B
As histórias são ambientadas não somente no cenário rural (João Boa-Morte , cabra marcado pra morrer), como afirma a questão, mas também no meio urbano (Quem matou Aparecida?).

3- Todas estão corretas.

O santo e porca, Ariano Suassuna

1-  F - A obra situa-se no Nordeste e tem como espaço cênico a sala da casa de Euricão Engole Cobra.
     V- Apesar de o contexto histórico apontar para o governo JK (1956-1961) e realmente ter sido um momento de grande crescimento econômico para o nosso país, é preciso fazer uma leitura crítica das circunstâncias de desigualdades sociais que desde sempre existiram e existem até hoje.

2- Todas as alternativas são verdadeiras.

Sermão do Bom ladrão, Pe. Antônio Vieira

1- a) A afirmação central foi expressa em cima do seguinte paradoxo: "o roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza; o roubar com pouco poder faz piratas, o roubar com muito, os Alexandres".

b) Resposta pessoal.
Aluno, é importante que você perceba que o autor mostra-se irônico. Não é o pensamento dele que é absurdo, paradoxal, mas a realidade social a que ele se refere.

2- Para Vieira a culpa deve ser relativizada. Há para o autor dois tipos de ladrôes: os miseráveis, desculpados pela própria miséria que os constrangeu ao crime, e os de maior calibre, os poderosos, ligados aos governos, cujo crime é maior e afeta um grande número de vítimas, e para os quais não pode haver desculpa.

3- Um exemplo é o seguinte: "... os outros, se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam."

4- Vieira diz que o Seronato era rigoroso na condenação de ladrões, não porque estivesse preocupado com o rigor da justiça, mas porque, condenando-os à morte, eliminava seus concorrentes ao ofício de ladrão.

Poemas Escolhidos, Cláudio Manoel da Costa

1- No primeiro soneto é o rio de Portugal, Mondego; no segundo é o rio brasileiro, o Ribeirão do Carmo, em Mariana.

2- O eu lírico revela sentimentos de amizade, confiança e de dependência afetiva em relação ao Mondego; e de piedade, comiseração pela inferioridade poética do rio brasileiro.

3- O rio europeu é claro, suavíssimo, fresco, ameno, margens úmidas, habitado por ninfas... O rio brasileiro é turvo(sujo), é o campo da ambição, produz ouro, não produz sombra fresca, nem há ninfas cantando em suas margens.

4- Não. O locus amoenus (lugar ameno) pressupõe uma paisagem perfeita, aprazível: a natureza idealizada, as flores, os pássaros, as brisa, o riacho... A paisagem por onde passa o Ribeirão do Carmo não possui os elementos convencionais, como a sombra do álamo, a ninfa (mitologia) e o gado para a convenção do pastoralismo.

5- As águas do rio são turvas (sujas) por causa do garimpo do ouro aluvião. Assim, associam-se a elas (as águas) o ciclo do ouro de MG e a ambição dos exploradores, que dominaram a história da colônia no século XVIII ("riquíssimo tesouro", "brota de ouro").

20 de out. de 2010

Gabarito avaliação Viagens de Gulliver, Jonathan Swift

GABARITO

1) b- Lilliput

2) a- Blefuscu

3) c- Após um passeio na praia, Gulliver é levado por um pássaro.

4) a- 4 ferrões de vespa, um anel de ouro e um dente de criado.

5) c- Personagem disposto a lidar com o desconhecido, esforçou-se para se adaptar às situações que as diferenças de tamanho lhe impunham, tanto em Lilliput quanto  em Brobdingnag.

6) 1ª Viagem
a) Destino: Lilliput
b) Como Gulliver chega nesse local:
Gulliver chega em Lilliput após o naufrágio do barco em que viajava.
c) Como eram seus habitantes:
Os habitantes de Lilliput eram pequenos, tinham menos de um palmo de altura.
d) Problemas enfrentados por Gulliver:
Gulliver teve que se adaptar e ter muito cuidado na cidade dos homens pequeninos para que não machucasse nenhum deles. Além disso, teve que se comprometer a ser aliado do povo contra os inimigos da ilha de Blefuscu e fazer o máximo para destruir a esquadra do outro país. Depois, foi acusado de trair o povo de Lilliput.
e) Como consegue sair de lá:
Gulliver foi acusado de traição pelo povo de Lilliput, então vai para Blefuscu. Lá encontra um barco no mar, reforma-o e retorna para a Inglaterra.

2ª Viagem:
a) Destino: Brobdingnag
b) Como Gulliver chega nesse local:
Dois meses após o retorno da viagem a Lilliput, Gulliver recebe um convite para embarcar em direção à África. O barco então foi atingido por uma tempestade que os tirou da rota. Pararam em uma ilha para buscar água potável. Quando Gulliver voltou de sua busca, os amigos do barco já haviam partido, deixando-o sozinho na ilha.
c) Como eram seus habitantes:
Os habitantes de Brobdingnag eram homens enormes.
d) Problemas enfrentados por Gulliver:
Como Gulliver era muito pequeno, teve problemas com o bebê da família que o acolhera, já que a criança queria levá-lo à boca, também com o gato da casa e o macaco no castelo da rainha. Gulliver também foi explorado pelo pai de babazinha a ponto de ficar gravemente doente.
e) Como consegue sair de lá:
Em um passeio, Gulliver foi levado à praia e ali uma águia o levou e jogou a caixa em que estava no mar. Ali, foi encontrado por navegantes que o levaram de volta para a Inglaterra.

3ª Viagem:
a) Destino: Laputa e arredores
b) Como Gulliver chega nesse local:
Na Inglaterra, o capitão William, amigo de Gulliver, o convida para uma nova viagem. Após uma tempestade, o barco foi assaltado por piratas. Como o médico discutiu com um dos piratas, foi abandonado em alto mar. Após se instalar em uma ilha, viu uma imensa ilha voadora e foi então para essa nova aventura.
c) Como eram seus habitantes:
Os habitantes de Laputa tiram a cabeça inclinada para a direita ou para esquerda. Tinham também um dos olhos virado para dentro e o outro para cima, sempre olhando para o céu. As roupas eram enfeitadas com figuras de sóis, luas, estrelas ou então violinos, flautas, harpas e outros instrumentos musicais. Em Laputa os habitantes só se preocupavam com matemática, astrologia e música.
d) Problemas enfrentados por Gulliver:
Gulliver não conseguiu se adaptar ao jeito estranho do povo de Laputa, então achou melhor voltar para sua terra.
e) Como consegue sair de lá:
Gulliver soube que havia uma ilha na qual poderia ir com ajuda do povo de Laputa e de lá embarcar para o Japão e enfim voltar para a Inglaterra.

4ª Viagem:
a) Destino: Houyhnhnms
b) Como Gulliver chega nesse local:
Gulliver volta a viajar, agora como comandante do barco Aventura. Durante o percurso, como a maioria dos marinheiros haviam morrido depois de uma febre, ele teve que recrutar homens sem saber direito quem eram. Estes homens eram bandidos e deixaram Gulliver em uma ilha.
c) Como eram seus habitantes:
Os habitantes eram cavalos inteligentes e homens irracionais (os Yahoos), os quais aparentavam e agiam como animais ferozes.
d) Problemas enfrentados por Gulliver:
Como Gulliver também era homem, devia receber o mesmo tratamento dado aos cavalos irracionais. Gulliver descobriu ali que a mentira e a ambição dos homens eram prova de que somos mais irracionais que muitos animais.  
e) Como consegue sair de lá:
Como era um yahoo, Gulliver não pôde ficar na cidade. Construiu então um barco e parou em uma ilha, na qual foi encontrado por um navio português que o levaria de volta para a Inglaterra.

7) Uma das situações de exploração e ambição é o tratamento que o pai de Babazinha dava ao “bonequinho”: Gulliver tinha de se apresentar diante das pessoas e o pai da menina recebia por permitir que o homenzinho fosse visto. Gulliver não comia direito e teve uma grave febre por causa dessa exploração.

8) Em Lagado, as pessoas faziam projetos para melhorar a cidade, mas como os projetos não atingiam nunca a perfeição, não eram aplicados. Assim, nada era feito para melhorar a cidade e as pessoas viviam miseravelmente, morrendo de fome.

9) Os habitantes de Laputa eram fascinados por matemática, mas como se consideravam muito inteligentes, acreditavam que os pedreiros não entenderiam a geometria prática, portanto não os ensinava a fazer construções bem feitas: tudo o que era construído em Laputa parecia estar prestes a desabar.

4 de out. de 2010

Quem é quem em A megera Domada

Gente, quanto nome estranho nessa peça teatral do Shakespeare, né?!!!


Vamos lá, agora é hora de saber quem é quem:












Hortênsio: apaixonado por Biança, disfarça-se de professor de música para cortejar a moça. Por fim, desiste de Bianca e casa-se com uma viúva. Usa um nome falso: Lício.

Grêmio: também apaixonado pela filha caçula de Batista Minola. Contrata Lucêncio como professor de latim e grego a fim de agradar o pai de Bianca.

Lucêncio: jovem rico, viajante, passa-se por professor de latim contratado por Grêmio. Conquista o coração de Bianca. Usa o nome falso de Câmbio.

Trânio: empregado de Lucêncio. Assumiu o papel do patrão para ajudar Lucêncio a se passar por professor de línguas.

Biondello: também empregado de Lucêncio. Tem pouca participação na obra. Algumas adaptações não citam esse personagem.

Grúmio: empregado de Petrúquio.

27 de set. de 2010

Dias e Dias, Ana Miranda (para a galerinha do cursinho)

Olá, pessoal!

Promessa é dívida, né?!! Pois é, deixo aqui para vocês alguns "esclarecimentos" sobre a linda obra Dias e Dias, da Ana Miranda. Lembrando que nada (nada mesmo!!!) substitui a leitura da obra, pois um estudo, por melhor que seja, nunca esgota as possibilidades de interpretação da mesma.

Boa leitura e bom trabalho!


O esboço que deixo aqui está, propositalmente, em forma de tópicos, assim você terá de construir seu texto, "amarrar" os pontos listados ao todo do livro e buscar as passagens da obra que comprovem cada afirmação.

       Dias e Dias é uma narrativa moderna, escrita em 1ª pessoa, simples e clara onde irá predominar a retomada do Romantismo. É inspirada na poesia Dias Após Dias de Rubem Fonseca.
    Ana Miranda leva para sua narrativa a biografia do poeta Antônio Gonçalves Dias, relatando a fase de intensa produção literária e agitados casos amorosos, o mais marcante deles é com a jovem Ana Amélia. É uma obra de cunho histórico, lírico romanesco e amoroso ao mesmo tempo. 
      Há cenas descritivas relatando a nossa história onde cita os índios e a Revolução Balaiada, um retrato do Brasil em transição da condição de Império para República. 
       Feliciana é a protagonista da história. Ela escreve uma carta a sua amiga e confidente, Maria Luiza, com data de 11 de maio de 1838, em Caxias, no Maranhão. É interessante lembrar que a data da carta corresponde a dois anos após o momento histórico-literário do Romantismo no Brasil com a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves Magalhães. O enredo gira em torno das cartas que o poeta envia a seu amigo, Alexandre, lidas por Feliciana por intermédio de Maria Luiza, esposa de Alexandre. Através destas cartas é que Feliciana irá acompanhar todo o trajeto de Antonio.  
      O enredo reúne três personagens centrais: Feliciana, uma jovem sonhadora e obstinada; o poeta Gonçalves Dias, por quem ela nutre uma longa e intensa paixão, e o sabiá específico, que na “Canção do Exílio” simboliza a pátria distante.  


CARACTERÍSTICAS MARCANTES:
Combinação história e ficção
Amor platônico
Elementos da história nacional, como a Balaiada.
O sábia e a palmeira: Feliciana é cativa do sentimento amoroso, representa a angústia causada pelo sentimento de ausência e pela distância.
Medievalismo: as expectativas de volta do amado remete às cantigas medievais.
A vírgula substitui  o ponto-final: tal uso revela a tempestade de pensamentos, o ritmo oral é que predomina, há ainda a repetição de palavras, o que dá o tom mais próximo do diálogo, da escrita de diários, pouco estruturada.
O leitor como confidente: escrita como diário, literatura de testemunho: desconhece-se o que se passa na cabeça e no coração dos demais.
Romance escrito como um círculo: começa e termina com a data 3 de dezembro de 1864. Início e fim da obra perpetuam o estado de espera. Representa também o ciclo da vida.
Mistura de vozes autorais: Ana Miranda e Gonçalves Dias: o história ficcional mais o elementos históricos da vida do poeta e seus poemas.
Embaralhamento de vozes: a correspondência pessoas de Gonçalves Dias + os poemas+ o poema Dias após Dias, de Rubem Fonseca + a escrita de Ana Miranda

O poema Olhos Verdes de Gonçalves Dias é o mote do amor platônico de Feliciana e a porta de acesso ao mundo romântico que a obra reconstrói.
O poema Canção do Exílio: o sábiá, metáfora do poeta nacional, retoma sob a forma de Feliciana, personagem que retorna a um só tempo o amor e a saudade.

Foco narrativo:
Escrita em 1ª pessoa: Feliciana: a voz do romance. Visão limitada e subjetiva
Felici + Ana: seu nome é um desdobramento: Ana é o nome da autora; Ana é o nome do amor platônico de Gonçalves Dias (Ana Amélia).
Felici: indica a mulher que queria ser feliz: característica da escola romântica.

Memorialismo: confiar ou não na memória.
Olhos: subjetividade, une o Gonçalves biográfico ao lírico. Janela da alma: a realidade submetida ao olhar romântico da personagem.

A partir da memória, Feliciana busca reatar o fio gerador do amor platônico

O tempo da obra transcorre sob o elemento da saudade, é marcado pelos flashbacks, pela rememoração.Subtrai da memória todo o material narrativo, mas o forja de modo cronológico, seguindo da infância a maturidade.

PERSONAGENS PRINCIPAIS:
Antonio (Gonçalves Dias 1823-19864) – Antonio Gonçalves Dias. Personagem inspirado no Romantismo brasileiro. É um protagonista fantasma: é um espelhamento paródico do sistema literário romântico. Antônio: sob o signo do duplo, do ambíguo: é infiel e leal, rebelde e desleal,
Feliciana – Maria Feliciana Ferreira Dantas. Nasceu em 1824. Seu pai era um especialista em sabiás. No enredo ela vai nutrir um amor platônico por Antonio. Há 28 anos, acredita que ele havia escrito um poema para ela falando dos seus olhos verdes, mas, na verdade seus olhos não eram verdes.É personagem plana, representação do Romantismo. Devotada e passiva. Espelha a poética gonçalvina. Rompe com a escrita puramente historiográfica.
Maria Luísa: esposa de Alexandre Teófilo: fornece as cartas do poeta maranhense à Feliciana. Representa a oscilação entre o real e o possível.


BEIJÃO, GALERA!

15 de set. de 2010

História da Linguagem: de Babel aos nossos dias

Visitando o site da Editora ÁTICA, encontrei um link que direciona para um contéudo excelente sobre a história da nossa Língua.

Segue o link para os amantes da "última flor do lácio": Breve história da linguagem

10 de ago. de 2010

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