28 de jan. de 2012

Parâmetro

 

Deus é mais belo que eu.
E não é jovem.
Isto sim, é consolo.
Adélia Prado

 

Não funciona assim

Eu minto pra quem quando digo que estou me protegendo? Não funciona assim com o amor. Ele não admite cercas, muros visíveis ou invisíveis. Amor é liberdade pura, só aceita o abraço como guarda-costas e o beijo como mordaça desejável. O amor me desprotege, idiotiza meus medos, revira minha mente e faz fluir minha vontade romântica de infinito.

27 de jan. de 2012

Namoramar

Namoramar
para seguir de mãos dadas
e projetar no futuro o presente.
Namoramar
para se sentir acompanhada
mesmo quando o outro está ausente.
Namoramar
para encontrar no amor sua casa.
Namoramar
para ter em si o aconchego que é estar
tão na-morada.

Namoramar para desenhar sentido na rotina e descobrir no
verso seu inverso ou sua rima.



(Marla de Queiroz)

Apego

Serei sempre apego pelo que vale a pena e
desapego pelo que não quer valer. 

Clarice Lispector

Prece Letra e Luz


Senhor, dá-me o dom de pintar o mais escuro céu de azul com a delicadeza e elegância de palavras belas. 
Dani

Matéria-prima para milagre



Não tenho nada além de um sonho e uma inesgotável fé.

Nívea Soares

26 de jan. de 2012

Posicione-se!

"(...) Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. Mas me diga logo para que eu possa desocupar o coração. Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida. E não darei. Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranquilidade possível do que ficar à mercê de visitas adiadas, encontros transferidos. No plano REAL: que história é essa? No que depende de mim, estou disposto & aberto. Perguntei a ele como se sentia. Que me dissesse. Que eu tomaria o silêncio como um não e que também ficaria em silêncio. (...) Anyway, me dói a possibilidade de um não, me dói a possibilidade de um silêncio, me dói não saber de que forma chegar a ele, sacudi-lo dizer me olha, me encara, vamos ou não vamos nessa?".

(Caio F. em carta para Juliana Cantore, 20/05/83 - Caio Fernando Abreu, Cartas, Ed. Aeroplano, organizado por Italo Moriconi)

Do lindo blog "Vem cá, Luísa": http://vemcaluisa.blogspot.com/

17 de jan. de 2012

Novo ano

Todo o meu ano 2011 está descrito aqui pela linha da falta: a ausência de mim, das escritas autobiográficas ou das frases prontas e tradutoras do que vai por dentro, de publicações da professora empenhada e dedicada refletem o desassossego, a desmotivação que apontava outros caminhos, enquanto me ensinava o valor do silêncio (verbal ou não). Estive reclusa, fechada no meu descontentamento com não sei o quê, aprendendo que não querer às vezes revela que estou me negando ao outros porque me nego a mim mesma, me recuso à estaticidade e à ausência de alegrias que me façam rir desmedidamente e acreditar sempre. O ano de tristezas sem nomes, sem rostos e aparentemente sem motivos me fez enxergar quão importante é estar livre de pesadelos emocionais. Aprendi e estou aprendendo, mas agora preciso de outras lições: daquelas que façam exercitar o sorriso de novooooo. A novidade desses doze próximos meses me limpa a alma e gera expectativas tão lindas e cheias de ânimo que fazem com que eu acorde sorrindo e querendo tudo de uma única vez.

Ah, vida, surpreenda-me todo dia.
Meu desejo de alegrias sufocantes, delirantes e inesgotáveis tem raiz profunda, fecundada no céu.

Bem-vindo, meu 2012, o ano da minha vida!




Simplificado?

Passei os meus dias pensando sobre o que, afinal, é isso que todo mundo enche a boca para chamar de amor, como se fosse algo simplificado: defina em meia dúzia de frases, é fácil, querida. É fácil? Pois a querida não entende como uma palavrinha simples formada por apenas duas vogais e duas consoantes pode absorver um universo imenso de sensações contraditórias, diabólicas, insensatas, incandescentes e intraduzíveis. O que é amor? Já tentei explicar a mim mesma e, por mais que tente, jamais conseguirei atingir a essência dessa anarquia que dispensa palavras.

Martha Medeiros - Fora de mim
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