Oi, pessoal!
Conforme avisei em sala de aula, deixo aqui as instruções sobre o trabalho a respeito do conto Verba Testamentária Clique aqui para ler, de Machado de Assis.
Após a leitura e compreensão do texto, redija um texto contendo suas considerações sobre o conto Verba Testamentária:
-1º parágrafo (introdução): em no máximo seis linhas, resuma a história;
-2º parágrafo (desenvolvimento): em no mínimo oito linhas, escreva sobre o personagem principal do conto: características, estranhezas e seu percurso no enredo. Demonstre características da escrita machadiana e comprove-as com citaçõe do texto. Você poderá utilizar os textos contidos na parte final do livro "O espelho e outros contos machadianos": Machado de Assis e a Filosofia. Este parágrafo pode ser dividido em dois ou mais.
-3º parágrafo (conclusão): em no mínimo seis linhas, encerre seu texto deixando sua conclusão sobre a leitura, suas expectativas e como elas foram sendo confirmadas ou refutadas.
NÃO entregue o trabalho em folha de fichário.
Para a capa:
Folha branca contendo:
a) no alto da página, centralizado, o nome do colégio (fonte arial ou times,14)
b) No centro, nome do livro e conto trabalhado, nome do autor da obra literária (arial ou times, tamanho 18 ou 20).
c) Em baixo, centralizado, escreva o nome da cidade e data (fonte arial ou times, 14).
Use cor preta.
Folha de rosto (uma espécie de segunda capa)
a) Em cima, centralizado, coloque o nome do aluno
b)No centro, nome do livro e conto trabalhado, nome do autor da obra literária (arial ou times, tamanho 18 ou 20).
c) Abaixo do item anterior, recuado a direita, tamanho 12, informe o nome da disciplina, professora, trimestre letivo e ano. ATENÇÃO: Para evitar erros, Veja os modelos de capa e folha de rosto clicando AQUI
c) Embaixo, centralizado, escreva o nome da cidade e data (fonte arial ou times, 14).
Anexos:
Ao finalizar, poderá enriquecer seu trabalho com fotos e/ou ilustrações sobre o tema.
É imprescindível que você apresente as fontes pesquisadas para construir seu texto.
ATENÇÃO:
Imprima este roteiro de trabalho e cole-o em seu caderno de literatura. Além de ser parte do nosso estudo, devendo assim ficar registrado em seu caderno, você necessitará das instruções aqui dispostas para outros trabalhos.
O texto deverá ser produzido individualmente e entregue até o dia 01/06 (8ª A) e 02/06 (8ª B).
P.S.: Constam aqui no blog os vídeos e textos sobre Machado de Assis. Vocês poderão ultilizá-los também como material de apoio para construir sua produção. Só não se esqueçam de citar a fonte, ok?
Beijão, lindos!
18 de mai. de 2010
12 de mai. de 2010
Avaliação Barroco 1º Ano
Galerinha,
Conforme prometido, deixo aqui o roteiro da avaliação e o gabarito da atividade corrigida hoje em sala de aula.
É importante que vocês deem uma olhada aqui no arquivo do blog(março e abril): há vídeos e textos sobre o movimento de época Barroco.
Fiquem atentos ao modelo de análise dos poemas que deixei aí na última questão.
Lembrem-se na hora da prova de deixar as respostas bem elaboradas e completinhas, hein...
Deixem um comentário aqui para fazer uma professorinha feliz, gente...(entrem com a conta do orkut).
Beijão, Povo Bonito!
Roteiro:
Conforme prometido, deixo aqui o roteiro da avaliação e o gabarito da atividade corrigida hoje em sala de aula.
É importante que vocês deem uma olhada aqui no arquivo do blog(março e abril): há vídeos e textos sobre o movimento de época Barroco.
Fiquem atentos ao modelo de análise dos poemas que deixei aí na última questão.
Lembrem-se na hora da prova de deixar as respostas bem elaboradas e completinhas, hein...
Deixem um comentário aqui para fazer uma professorinha feliz, gente...(entrem com a conta do orkut).
Beijão, Povo Bonito!
Roteiro:
Livro didático: pg. 224 a 237 (ênfase no quadro comparativo Classicismo X Barroco).
Texto de apoio: “Barroco: uma pérola imperfeita?”
Registros no caderno.
Exercícios
Explicações, vídeos trabalhados em sala e textos postados aqui no blog.
Gabarito:
1- Segundo o texto, a função do sal é impedir que a corrupção se dissemine entre os fiéis.
2- Vieira questiona os ouvintes sobre as causas da corrupção que toma conta da terra, já que há tantos pregadores que poderiam impedi-la. “mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção?”
3- O questionamento que faz aos ouvintes serve para enfatizar a afirmação que fará a seguir, apresentando o que ele considera as duas causas para a corrupção que se vê na sociedade em que vive.
4- Vieira identifica os seguintes motivos para que os pregadores não cumpram sua função: não pregam a verdadeira doutrina; dizem uma coisa e fazem outra; pregam a si mesmos e não a Cristo em seus sermões.
5- Segundo o texto, “a terra não se deixa salgar” porque os ouvintes não querem receber a verdadeira doutrina; querem imitar as atitudes incorretas dos pregadores e não seguir seus ensinamentos; servem aos seus próprios desejos em lugar de servir a Cristo.
6-Vi eira constrói sua argumentação a partir de paralelismos, por meio da repetição de estruturas sintáticas: a cada período repete cada uma das partes da afirmação destacada no enunciado anterior (“Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar...”)
7- A retomada por meio de estruturas paralelísticas, além de enfatizar os argumentos de Vieira, conduz o raciocínio do ouvinte para que ele chegue à conclusão a que o padre deseja.
8- Vieira conclui que o pregador que não cumpre seu papel de forma adequada deve ser lançado fora “como inútil para que seja pisado de todos”.
9- Pessoal.
10- Análise dos poemas:
Buscando a Cristo, Gregório de Matos
LEMBRETE: Visão barroca: a insignificância do homem perante Deus, a consciência nítida do pecado e a busca do perdão. Ao lado de momentos de verdadeiro arrependimento, muitas vezes o tema religioso é utilizado como simples pretexto para o exercício poético, desenvolvendo engenhosos jogos de imagens e conceitos.
Análise: As ideias de Deus e do pecado, ao mesmo tempo que se opõem, são complementares. Embora Deus detenha o poder da condenação da alma, está sempre disposto ao perdão, por sua misericórdia e bondade; daí deriva Sua maior glória. Interpretação positiva do gesto divino: braços abertos para acolher, cravados por levar o castigo humano sobre si. Os olhos abertos simbolizando o perdão; fechado, a recusa em condenar o pecador.
Juízo Anatômico da Bahia. Gregório de Matos
LEMBRETE: Poesia satírica (visa à crítica, o deboche, a denúncia). O alvo da crítica de Gregório de Matos é a Bahia e Pernambuco em fins do século XVII.
Paralelismo: repetição de estruturas sintáticas.Crítica à sociedade bahiana, o cenário político e social. Os defeitos, desonestidades e mau comportamento do povo e dos governantes da Bahia são denunciados.
5 de mai. de 2010
Dor em anjo, Daniele Ribeiro
Sei lá o que dizer nessa hora em que a escrita parece ser meu grito mudo.
Não é literatura isso aqui, é descanso de mim, das palavras não ditas,
do orgulho ferido, do gosto amargo na sáliva.
Meu olhar decora as cenas do passado.
Por favor, não as amplie!
O peito não suportaria.
Coração campo inimigo.
Lembro-me da devoção, do calmo querer.
Depois de mim, vento de morte em você.
Onde foram parar os anjos, os príncipes?
Encontro-me doente de um mal que já foi bem.
Solicito ao céu, lugar de amparo, socorro:
há dilúvio em minhas janelas!
Estúpido tempo, pensei que eras mais eficaz,
achava que os remédios receitados
não seriam paliativos.
não seriam paliativos.
Acreditei na cura. Estou morrendo em permanência.
Daniele Ribeiro
O espelho, Machado de Assis - 8ª série
Oi, Gente!!!!!!!!!!
Depois destas aulas extras (duas aulas de Literatura durante a semana é algo bem atípico, né?), pudemos dar uma adiantada na introdução aos contos machadianos. Foi ótimo poder assistirmos aos vídeos sobre a vida e o contexto de época que envolveu, influenciou e reverberou na produção de Machado de Assis.
Como viram, ler Machado é ter em mente algumas características marcantes de sua escrita: ironia, pessimismo, humorismo, conversa com o leitor, o ceticismo (descrença em Deus e no homem) e a metalinguagem.
Conforme disse em sala, deixo aqui o link para que leiam o conto O espelho (Clique aqui para ler). Para a próxima aula será necessário que todos já tenham lido (depois não digam que não avisei!)...
Caso seja possível (vejam que não estou prometendo) passo para deixar um comentário sobre o conto e ajudá-los a entender a obra do maior escritor brasileiro de todos os tempos.
Beijinhos!
Depois destas aulas extras (duas aulas de Literatura durante a semana é algo bem atípico, né?), pudemos dar uma adiantada na introdução aos contos machadianos. Foi ótimo poder assistirmos aos vídeos sobre a vida e o contexto de época que envolveu, influenciou e reverberou na produção de Machado de Assis.
Como viram, ler Machado é ter em mente algumas características marcantes de sua escrita: ironia, pessimismo, humorismo, conversa com o leitor, o ceticismo (descrença em Deus e no homem) e a metalinguagem.
Conforme disse em sala, deixo aqui o link para que leiam o conto O espelho (Clique aqui para ler). Para a próxima aula será necessário que todos já tenham lido (depois não digam que não avisei!)...
Caso seja possível (vejam que não estou prometendo) passo para deixar um comentário sobre o conto e ajudá-los a entender a obra do maior escritor brasileiro de todos os tempos.
Beijinhos!
Ainda sobre o Barroco
Pessoal,
O vídeo abaixo é uma leitura atual da forma barroca de encarar o sentimento e a relação amorosa. O texto está repleto de figuras de linguagem (antíteses, metáforas, comparações...). Assistam-no buscando identificar o espírito de época do movimento: a presença da dúvida, o homem dividido, a tentativa de unir elementos opostos e o que mais você encontrar que seja condizente com os comentários que fizemos em sala de aula.
Carpe diem, amigos!!!!
O vídeo abaixo é uma leitura atual da forma barroca de encarar o sentimento e a relação amorosa. O texto está repleto de figuras de linguagem (antíteses, metáforas, comparações...). Assistam-no buscando identificar o espírito de época do movimento: a presença da dúvida, o homem dividido, a tentativa de unir elementos opostos e o que mais você encontrar que seja condizente com os comentários que fizemos em sala de aula.
Carpe diem, amigos!!!!
Vídeo aula sobre Literatura Barroca
Galerinha dos 1ºs anos,
Estou deixando aqui o vídeo que passei hoje na nossa aula. Como puderam perceber, não há nenhuma novidade propriamente dita. É só mesmo para fecharmos o panorama sobre o Barroco deixando vocês com a certeza de que vimos tudo o que será necessário neste momento. Recomendo que deem uma pesquisada aqui no arquivo do blog: há uma postagem muito boa, com um videozinho legal sobre essa estética da dúvida, da tentativa de conciliação dos contrários e do exagero.
Estudem, pesssoal! Quem sabe, vocês já devem ter percebido, não nasceu sabendo, ok?!!!
Beijão
Estou deixando aqui o vídeo que passei hoje na nossa aula. Como puderam perceber, não há nenhuma novidade propriamente dita. É só mesmo para fecharmos o panorama sobre o Barroco deixando vocês com a certeza de que vimos tudo o que será necessário neste momento. Recomendo que deem uma pesquisada aqui no arquivo do blog: há uma postagem muito boa, com um videozinho legal sobre essa estética da dúvida, da tentativa de conciliação dos contrários e do exagero.
Estudem, pesssoal! Quem sabe, vocês já devem ter percebido, não nasceu sabendo, ok?!!!
Beijão
Língua materna ou língua madrasta, Daniele Ribeiro
O escrito a seguir estava perdido aqui entre minhas muitas produções/recordações do período acadêmico. Hoje, ao procurar um material que escrevi sobre o conto O espelho, de Machado de Assis, tive a alegria de encontrar um artigo sobre ensino de língua materna. Leiam aqui e, se possível, por meio de comentários e críticas, me ajudem a torná-lo melhor.
Daniele Soares Ribeiro
LÍNGUA MATERNA OU LÍNGUA MADRASTA?
A Língua Portuguesa é a nossa língua-mãe: a utilizamos desde as primeiras palavras que aprendemos. Sendo assim, parece haver uma grande incoerência quando falantes nativos de Português são levados a aprender sobre a língua que já fazem uso. Contudo, o objetivo central de se ensinar língua materna ao falante é ajudá-lo a desenvolver sua competência comunicativa, expandir a capacidade de empregar adequadamente a língua nas diversas situações de comunicação do dia a dia. O grande problema está em como se dá essa aprendizagem: no nosso caso, somos apresentados, com certo estranhamento, à Gramática, uma “senhora” dura e intransigente que insiste em nos fazer engolir suas regras. E são muitas as tais regras! Elas nunca acabam e ficamos com a impressão de que nós nunca as dominaremos: quando ameaçamos triunfar, surgem, sarcáticas, as exceções...
Sem o objetivo principal de provocar reflexões, o que deveria ser o centro do estudo, aprender Gramática torna-se sinônimo de aumentar o conhecimento técnico a respeito do Português. E se não nos dá liberdade para pensar, repensar, refletir e agir, sempre com criatividade, desconhecemos e não nos vemos como filhos legítimos dessa língua. Somos seus enteados. Língua madrasta!
É verdade que o papel da escola é ensinar a língua padrão, criando condições para que ela seja de fato aprendida. O domínio do Português deve ser aliado a um determinado grau de aquisição da escrita e da leitura. É fato que o aluno que lê mais, fala e escreve melhor, além de se aprimorar em criticidade. Se ao ser questionado sobre o que é certo ou errado, a resposta for embasada somente pelas normas elencadas no livro das regras e nos dicionários, revela-se então uma atitude problemática do que é realmente uma língua: lugar de interação, de prazer, de crítica, de fruição e de encontro do sujeito consigo mesmo: língua é colo de mãe.
Ensinar com o intuito de instrumentalizar o falante/leitor/escritor para a adequação e domínio da variedade culta demanda esclarecimento sobre variedades e preconceitos linguísticos para que “os erros” só sejam considerados erros se o critério de avaliação for social.
A Gramática deveria mostrar o lado lógico, inteligente, racional dos processos linguísticos. Mas não é assim que ela tem sido ensinada. Sobra um amontoado de regras que não se relacionam com a língua viva do cotidiano, das músicas, dos textos de jornais, das revistas, dos blogs...
A Gramática poderia ser mãe se nos atraísse a ler, escrever, discutir, reescrever, reler e reescrever mais, para escrever e ler sempre de forma mais requintada. Todavia, se faz madrasta quando nos repele e com suas gramatiquices tenta nos roubar o censo crítico e equacionar a magia da Língua materna.
Daniele Soares Ribeiro
29 de abr. de 2010
Ainda quero voar
Quis deixar no papel a cortina de azul costurada com palavras cardíacas
e desenho de balões inventados.
Esse ar se irmana ao meu anseio de ir além, de subir alto, sem esquecer-me da condição de humana limitada, do cinza que me rodeia e da cor vibrante que mora dentro.
Esse ar se irmana ao meu anseio de ir além, de subir alto, sem esquecer-me da condição de humana limitada, do cinza que me rodeia e da cor vibrante que mora dentro.
Dentro. É lá que tenho guardado meu coração, esse mar de vontades, caprichos e exigências. Aproveito o instante para queixar-me dele: queria um coração duro, forte, não-iludível, matemático talvez.
Pra quê preciso de tantos sonhos, tantas luas, tantas histórias que conto todos os dias antes da chegada do sono?
Parar de querer, deixar de saber é perder a essência de correr atrás de mim?
E depois de encontrado o delírio do real, será momento de fazer o quê? Ai, não sei!
Pra quê preciso de tantos sonhos, tantas luas, tantas histórias que conto todos os dias antes da chegada do sono?
Parar de querer, deixar de saber é perder a essência de correr atrás de mim?
E depois de encontrado o delírio do real, será momento de fazer o quê? Ai, não sei!
Continuo olhando os balões... Ainda quero voar!
Minha condição de mulher, de dona do vestido encorpado,
da meia-arrastão, rompendo a pura delicadeza, é mais que o tentar fugir.
da meia-arrastão, rompendo a pura delicadeza, é mais que o tentar fugir.
O meu mundo permanece e está aí, impresso em mim, no balé dos meus planos e no sorriso feito para esquecer o medo.
26 de abr. de 2010
Oficina da Comunicação: Entrevista de emprego
Prometi aos alunos da turma A, do curso Técnico em Informática, que deixaria os vídeos aqui no blog para que vejam as dicas do Max Gehringer sobre entrevista de emprego. Assistam comparando o conteúdo com o que discutimos hoje em sala. Após analisarem, vocês verão que a nossa discussão foi bem pertinente e proveitosa.
Apreciem sem moderação!
Até a próxima aula!
O vídeo a seguir é um complemento do anterior. Vale a pena ver também!
Apreciem sem moderação!
Até a próxima aula!
O vídeo a seguir é um complemento do anterior. Vale a pena ver também!
De olho no vestibular: Sermões de Pe. Antônio Vieira
Pessoal, conforme falei em sala, as obras Sermão de Santo Antônio (aos peixes) e Sermão do Bom Ladrão encontram-se disponíveis para download. Basta clicar no link e baixar. Ok?!!!
Sermão de Santo Antônio:
Clique aqui para baixar
Sermão do Bom Ladrão:
Clique aqui para baixar
Boa leitura!
Sermão de Santo Antônio:
Clique aqui para baixar
Sermão do Bom Ladrão:
Clique aqui para baixar
Boa leitura!
24 de abr. de 2010
Republicação: Movimento BARROCO
Esse vídeo remete a MUITAS coisas do estilo de época que o Barroco é: a representação do ser humano como algo impotente em relação ao mundo (ele é uma criança, um bebê), e que, submetido às intenções divinas (a asa de anjo que vem do alto), passa por uma fragmentação na sua própria identidade (mente - espírito - e corpo se separam, sendo o destino deste sofrer). Com essa fragmentação, o corpo é jogado ao inferno (e lá o movimento dos corpos sem cabeça praticando sexo mostram a associação que se faz entre sexo e pecado) e a cabeça - símbolo do espírito e da mente - é alçada ao céu, onde se cristaliza, torna-se eterna. Perceba, também, que nesta eternidade, a expressão dos anjinhos que se formam no céu é infeliz, sofrida, retorcida. Essa infelicidade é marcante no Barroco, visto que em sua visão de mundo o destino do homem é o sofrimento, sofrimento que vem de sua condição frágil e passageira na Terra. Ao contrário do Classicismo, movimento anterior, o Barroco é teocêntrico. Ele não acredita mais no poder humano de dirigir a própria vida, mas sim no fato de o ser humano estar submisso a uma entidade maior, que o controla por completo: Deus.
Esse modo de ver o mundo, profundamente pessimista, não é só fruto da revisão que o Barroco faz dos princípios do Classicismo. Ele também se coordena com o momento histórico que se vive na Europa e no Brasil. O Barroco coincide com o acirramento da Contra-Reforma em todos os países de maioria católica (Espanha e Portugal, principalmente, e também a Itália). Esse acirramento promoveu um sentimento de histeria coletiva profunda. Havia um policiamento ideológico e cultural tão fortes que as pessoas o tempo todo se policiavam para não cometerem atos que pudessem levar a uma denúncia ao Tribunal do Santo Ofício (conhecido também como Santa Inquisição). Era um período em que tudo o que se falasse e fizesse, em público ou na vida privada poderia ser usado contra as pessoas no tribunal. E até levar à condenção à morte.
Esse pessimismo, essa infelicidade, esse policiamento religioso vão resultar, na arte, numa fascinação pelo grotesco, característica que chamamos de feísmo. É uma característica do vídeo também: ver aquela degolação do bebê e o corpo cair, sem cabeça, engolido pela terra e, por fim, pilhas de corpos sem cabeça praticando sexo é uma coisa muito bizarra. Outra consequência é a angústia diante da vida, da inconstância das coisas que nos cercam, da inconstância do próprio homem, que está destinado a morrer. E, por fim, mais uma, que se nota particularmente no plano da linguagem, é a tensão das coisas do mundo em planos opostos.
Como assim? É o seguinte. O homem barroco, como qualquer outro, quer ser feliz. Não pense nele como um emo deprimido que adora chorar. Não, ele quer aproveitar o corpo, os prazeres mundanos, acreditar no poder do homem. Mas por uma questão religiosa, ele tem uma noção de que esses elementos são falsos. O corpo e os prazeres que ele pode dar são passageiros e levarão à perdição da alma, porque estão ligados ao pecado. Para salvar-se, o homem precisa valorizar o que está ligado à vida eterna, ao espírito. Então ele tenta conciliar estas duas dimensões, corpo e espírito, e aquilo que estará associado a elas: efêmero e eterno, pecado e salvação, inferno e paraíso. Tenta, mas não consegue resolver isso de forma satisfatória. Ou ele se resolve pela salvação (abandonando a realidade do corpo), ou demonstra sua insatisfação pelo fato de as coisas serem instáveis.
Por isso, no plano da linguagem, o movimento Barroco vai usar (e abusar) do uso da antítese, do paradoxo e de uma outra figura de linguagem: o hipérbato. Já que a existência dele é polarizada em coisas opostas, ele vai demonstrar isso através da oposição de idéias (antítese) e da criação de uma realidade contraditória e ilógica, em que as coisas opostas convivem ao mesmo tempo no mesmo ser (paradoxo). Assim ele assinala os conflitos da existência humana no plano da linguagem. E para mostar como é difícil para ele entender e organizar as impressões que ele tem deste mundo que o cerca, tão contraditório a si mesmo, ele usa o hipérbato, que consiste na inversão dos termos que formam uma oração.
Não entendeu o hipérbato? Lembre do Hino Nacional. Tente cantar os primeiros versos em ordem direta: "As margens plácidas do Ipiranga ouviram / O brado retumbante de um povo heróico". Sem ritmo, não é? É, é que além de demonstrar essa dificuldade de organização do mundo ao redor (esse é um uso particular do movimento Barroco) a inversão, ou hipérbato, auxiliam a manter o ritmo e a musicalidade de um texto, garantindo sua métrica e sua rima, por exemplo.
17 de abr. de 2010
Livros PAES 2010 - UNIMONTES
No último sábado, 10/04, a Unimontes divulgou a lista dos livros indicados para o vestibular deste ano. Eis aí a lista:
1ª ETAPA:
Sermões Escolhidos, de Padre Antônio Vieira (Sermão de Santo Antônio e Sermão do Bom Ladrão);
Poemas Escolhidos, de Cláudio Manoel da Costa;
Romances de Cordel; de Ferreira Gullar;
O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna.
Casa Velha, de Machado de Assis;
Crônicas Selecionadas, de Machado de Assis;
Dias e Dias, de Ana Miranda.
Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues;
Mar Morto, de Jorge Amado;
Dois Irmãos, de Milton Hatoum;
Parangolivro, de Aroldo Pereira
1ª ETAPA:
Sermões Escolhidos, de Padre Antônio Vieira (Sermão de Santo Antônio e Sermão do Bom Ladrão);
Poemas Escolhidos, de Cláudio Manoel da Costa;
Romances de Cordel; de Ferreira Gullar;
O Santo e a Porca, de Ariano Suassuna.
2ª ETAPA:
Melhores Poemas, de Gonçalves Dias; Casa Velha, de Machado de Assis;
Crônicas Selecionadas, de Machado de Assis;
Dias e Dias, de Ana Miranda.
3ª ETAPA:
Solombra, de Cecília Meireles;Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues;
Mar Morto, de Jorge Amado;
Dois Irmãos, de Milton Hatoum;
Parangolivro, de Aroldo Pereira
15 de abr. de 2010
Palavras, Palavras, Palavras Mário Prata
Crônica ótima do Mário Prata. Vale a pena ler!
A frase que dá título a esta crônica é do Shakespeare. Word, word, word, já dizia Hamlet meio século atrás, lá na Dinamarca, onde havia algo de podre.
E começo com as palavras dele esta bobagera, ao receber da Editora Objetiva o dicionário do Houaiss. Onde, aliás, não existe o verbete Aurélio. Mas tem 63 mil palavras a mais do que o supracitado Aurélio.
Sei que o Verissimo já tergiversou aqui no sábado sobre o calhamaço. E fê-lo (me desculpe!) muito bem.
Adoro dicionário. Adoro as palavras. Trabalho com eles, vivo delas. Procuro palavras exatas para a hora certa. Bisbilhoto dicionários. São meu ganha-pão (esta palavra, por exemplo, está nos dois dicionários).
Minha paixão pelos dicionários começou quando descobri - com uns 8 anos - que lá tinha palavrão. Todos. Aquilo, na minha turma da Rua Oswaldo Cruz, lá em Lins, foi uma loucura. Nossa vida nunca mais seria a mesma. Estavam todos lá. E mais, com sinônimos. Centenas, milhares de palavrões. Com a explicaçãozinha e tudo. Pornografia pura e impressa. Um masturbatório deleite.
E gosto também de inventar palavras. Já inventei três. Mas os dicionaristas ainda não as incluíram no corriqueiro da língua pátria.
A primeira, foi em 1982: homoternurismo. Eu precisava explicar a relação entre dois homens na minha peça Besame Mucho. Era uma relação de amor, mas sem sexo. Essas amizades que duram para a vida toda. Que vem lá da infância. Tem gente que acha que isso é coisa de veado, mas não é não. Tenho várias relações de homoternurismo pelo mundo afora.
Depois, ao sentir que estava chegando a velhice, inventei a palavra envelhescência para me justificar. Ou seja, entre a maturidade e a velhice, existe a envelhescência. É onde me encontro agora, entre os 50 e os 70. Esta palavra pegou bem na boca dos psicanalistas. Outro dia vi um deles a usando na televisão com a maior naturalidade, sem dar a fonte. Claro que ele era um envelhescente. O envelhescente é muito parecido com o adolescente. Mas isso é outra crônica e deixa pra lá. Está no meu último livro Minhas Tudo.
A terceira palavra eu ainda não inventei, para falar a verdade. Mas vou inventar . É que, daqui a cinco anos, se eu ainda não tiver inventado uma palavra nova, vou me tornar em sexagenário. Sexagenário, não! Posso ser tudo, mas esta palavra, não! É horrorosa. Fulano é um sexagenário!, é um xingamento. Não sei por que, mas me lembra broxa, um cara que não tem mais sexo. Um fim de linha, mesmo.
Tenho pensando numa nova palavra. Para começar a usar agora e quando eu chegar lá, ela já estar bem difundida. Sessentinha, pensei. Mas não soa bem. É um pouco gay, também. Sessentão é muito machista, dirão as meninas.
A nova palavra tem de ter um charme, um quê, um buquê. O Jabor, por exemplo, fez 60 anos outro dia. Ele é tudo, menos um sexagenário. Você olha para a cara do Jabor e vê, percebe, sente que ele não é um sexagenário. Um homem como ele, bonito, inteligente, alto daquele jeito, com aquela mulher ao lado, não pode ser um sexagenário. Na minha cabeça, sexagenário é baixinho, barrigudinho e encurvado. E tem mau hálito. E o Jabor perfuma o lugar onde entra. Definitivamente meus amigos com 60 (o Tenório de Oliveira Lima é outro) não são sexagenários. Amigo meu, jamais! E muito menos eu! No ano que vem, olhe bem na cara do Caetano Veloso. Duvido que você o chame de sexagenário. Aquilo é, no máximo, um quarentão bem esticado.
Já septuagenário e octogenário eu gosto. São palavras adultas, fortes, masculinas e sonoras. Se eu chegar lá, vou me orgulhar. Mario Prata, octogenário da silva. Beleza.
Mas sexagenário a minha geração não assume. Vamos todos, colegas, numa frente ampla, procurar uma palavra mais nossa, menos velha. Quem sabe um dia o Aurélio e o Houaiss não tirem essa bobagem do dicionário deles.
Pensei agora em sexenvelhescente. Não, uma bobagem. Parece fim de linha também. Me ajude aí. Me mande uma colaboração. Mas mande logo, antes que eu chegue lá.
Jô Soares define "professor"
O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um "Adesivo".
Precisa faltar, é um "turista".
Conversa com os outros professores, está "malhando" nos alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não se sabe impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as hipóteses do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é retido, é perseguição.
O aluno é aprovado, deitou "água-benta".
É! O professor está sempre errado, mas
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um "Adesivo".
Precisa faltar, é um "turista".
Conversa com os outros professores, está "malhando" nos alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não se sabe impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as hipóteses do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é retido, é perseguição.
O aluno é aprovado, deitou "água-benta".
É! O professor está sempre errado, mas
se conseguiu ler até aqui, agradeça a ele.
Verdade incontestável: nós, professores, fomos transformados em bode expiatório da incompetência política, da vaidade acadêmica, da irresponsabilidade dos pais, da falta de envolvimento dos alunos e da ideologia dos românticos.
Somos uma saída fácil para uma situação complexa.
Pense nisso!
Fonte: tiredeletras.blogspot.com
7 de abr. de 2010
Ouvir Estrelas, Olavo Bilac
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!"
Perdeste o senso!"
E eu vos direi, no entanto,
que, para ouvi-las, muitas vezes desperto e
abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto a
E conversamos toda a noite, enquanto a
via-láctea, como um pálio aberto, cintila.
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Direis agora: "Tresloucado amigo!
que conversas com elas? que sentido
tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
pois só quem ama pode ter ouvido
capaz de ouvir e de entender estrelas."
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