Mostrando postagens com marcador Escritos de Dany. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Escritos de Dany. Mostrar todas as postagens

22 de jul. de 2010

Sozinha nada posso fazer

"Nunca me deixes esquecer que tudo o que tenho, tudo o que sou 
e o que vier a ser vem de Ti, Senhor"
Ana Paula Valadão

Gratidão repetida

Como é bom ter a ideia da eternidade, a chama de que tudo, tudo mesmo, 
está cooperando para que a vida seja plena, embora problemas todos os viventes tenham. 
O período de choro não anula( digo isso sempre) a certeza de que após o inverno rigoroso, as árvores voltarão a sorrir e frutificar. 
 É tão lindo e tão bom encontrar esperança no amanhecer! 
Melhor ainda é saber que trazer à memória as coisas e poesias 
que a vida não cansa de escrever nos deixa alimentados. 
A melancolia produz sim belos poemas; as dores de amor, as melhores canções, 
mas ser feliz ainda é o texto mais lindo de ser ler.

20 de jul. de 2010

Gratidão

Dos muitos desejos que possuo, das vontades que não me deixam,
obrigada, meu Deus, por não permitir faltar o que de fato preciso.

Feliz dia do Amigo




Para ser bem verdadeira, não tenho muitos amigos. Nunca fui boa em conquistá-los. A razão? Não sei... Considero-me uma pessoa fiel, dedicada, mas não sou popular, engraçada. Talvez seja isso: as pessoas gostam de ter por perto quem as divirta. Não é o meu caso. Tenho esse jeito de quem leva tudo à sério. Deve ser isso. Sei lá... 

Apesar disso, tenho uma amiga de infância, dessas que mesmo depois de muito tempo sem nos vermos, nos abraçamos e contamos os segredos íntimos. Tenho também amigos dos tempos de agora, pessoas de quem gosto e me sinto à vontade para partilhar, ouvir os lamentos e rir das coisas cotidianas. 

É aos de ontem e aos de hoje que dedico minha gratidão por me ensinarem a ser gente, a aprender e reconhecer as minhas limitações e as de quem me rodeia.
Cada um de nós é uma colcha de retalhos: somos feitos de partes dos outros e a verdade é que as vezes nem dimensionamos o quanto de nós há nos demais e que quantidade dos outros é que delineia quem somos. 

Para mim é assim: sou uma constituição, dentre outras coisas, daquilo que meus amigos deixaram comigo. Gratidão, então, por ajudarem a montar todo dia o castelo de quem sou. 
"Amigo se faz em tempos de paz, mas na angústia é que se prova o seu amor." 
Ludmila Ferber

5 de jul. de 2010

Palavras, Samuel José

Palavras















Grandes cadeias de ilusões
Mas também libertadoras de emoções
São como espadas de dois gumes
Cortam o meu e o teu coração.


São como um corredor:
Em cada frase uma surpresa
Sejam pequenas como um Não
Ou maiores que a leveza.


Para quem ouve, veludo
Ou mesmo cacto
Com seus espinhos,
Podem ser ditas com leveza
E serem mortais para o ouvinte.


Palavras são espaço vazio
Que com emoções preenchidos
Levam a emoção de quem fala
São recebidas e misturadas
às emoções de quem está ouvindo.



Samuel José é aluno do 1º Ano A,
Do Colégio Delta,
em Montes Claros- Minas Gerais

É só alegria mesmo
















Resposta recebida
Amor compartilhado
Dança liberdade
Sol de brilho quente
Frio que não congela
Herança bendita:família

                                  Trabalho que não cansa
                                  Dinheiro que não corrompe
                                  Amor próprio
                                  Letras, poesia, música
                                 Cheiro de chuva
                                 De perfume também
                                De bebê melhor ainda
                                                                           
                                                                           Nas manhãs, força
                                                                           Nas noites, sentido
                                                                          Esperança imortal
                                                                          Pintura do Deus
                                                                          Poderoso,no coração
                                                                         Altar e gratidão...


                                                                       Beijo da vida
                                                                      

                                                                     É só alegria mesmo!!!

Dê-me corda


Nem tão extrovertida que o acanhamento não alcance.
Nem tão sorridente que não conheça o gosto salgado da lágrima furtiva.
Permanente é só essa alma de águia e o desejo de ir além, de abençoar a muitos
e caminhar neste mundo desafiando a escuridão.

23 de jun. de 2010

"Ela é assim! Pronto."

 
















Ela é assim! Pronto.
Mas assim como? Explica!
Ela é assim um mix de tudo que se possa imaginar dentro de uma grande capacidade de apenas não ser nada em definitivo. Ela é aquilo que não consegue se encaixar em moldes pré-existentes, parece que ninguém nunca foi antes dela. Ela se incomoda com isso, às vezes, muito.
Ela é cheia de sentimentos, parece que suas experiências se manifestam é no dorso do seu colo, e quase sempre, de vez em quando, tudo isso pesa. Mas não tem modo, não existe maneira que a faça ser diferente. E ainda, graças a Deus, ela é diferente. Algo que pesa e que tem o dom da leveza, algo que chora e que se manifesta em sorrisos, algo de forte, mas que se desmancha quando encontra a água.
 
Clarice Lispector

28 de mai. de 2010

INDISCIPLINA BIOGRÁFICA

Eu busco um jeito bem parecido com o que preciso para escapar da indisciplina do que sou.

Essa indisciplina gostosa de ser, de amar como amo, sem muitos medos, só rascunhos de inseguranças.

Trago os olhos cheios de nostalgia e vontade de encher o universo de uma vida muita minha.

Ando enfeitando meus dias de saberes ainda muito vãos para o que quero:
ser presa de mim, porém serva de quem tem todo poder.

Apaixonada pelo mar que ainda não vi, amante de olhos cor de piscina ou escuridão, dançarina das horas no recôndito do meu quarto...

Só mesmo o querer me alimentando. Querer querendo, desejar desejando conhecer.
Baixa estatura, corpo mignon: disfarce, eles não sabem e nem percebem que debaixo dessa pele há uma cria de leão com alma de gigante.

Coração de menina, sonho de construir casa, de bater na cara do passado escasso, de voar mais alto porque condição e herança de águia tenho.

No fundo, não me dou se não me jurarem que não mais me deixarão. E ainda se me jurarem, não crerei. 

Até que a vida me prove o contrário, só conheço a  primeira chance, a segunda pertence ao tempo de algum dia... talvez o dia de sempre. 

Quero esquecer como se  forma a nuvem escura...!
Viver agora é pra ver o sol brilhar!

18 de mai. de 2010

Anseio de Poemar




















Seria só mais um pouco dos outros em mim, ou 
uma quantidade do meu ser  versado por outras bocas, 
outras mãos, outros poemas? 

Ando me entregando aqui: essa criatura frágil que sou, 
amante de alguém que ainda não sei, 
dona de um masoquismo ansioso de poemar. 

Não é questão pra rima. É encanto pelas palavras alheias,
devoção aos grandes autores, condição de minha pequenês. 
Identidade não, tradução sequer.

É o tirar a máscara, aí resta apenas delirantes gritos 
de deslumbre ao ver as palavras tão bem arrumadas e elegantes, 
exalando amor, doçura, dor, encanto.

Dany Ribeiro

5 de mai. de 2010

Dor em anjo, Daniele Ribeiro




















Sei lá o que dizer nessa hora em que a escrita parece ser meu grito mudo.
Não é literatura isso aqui, é descanso de mim, das palavras não ditas,
do orgulho ferido, do gosto amargo na sáliva.

Meu olhar decora as cenas do passado. 
Por favor, não as amplie!
O peito não suportaria.

Coração campo inimigo.

Lembro-me da devoção, do calmo querer.
Depois de mim, vento de morte em você.
Onde foram parar os anjos, os príncipes?

Encontro-me doente de um mal que já foi bem.
Solicito ao céu, lugar de amparo, socorro: 
há dilúvio em minhas janelas!

Estúpido tempo, pensei que eras mais eficaz,
achava que os remédios receitados
não seriam paliativos.
Acreditei na cura. Estou morrendo em permanência.

Daniele Ribeiro

Língua materna ou língua madrasta, Daniele Ribeiro

O escrito a seguir estava perdido aqui entre minhas muitas produções/recordações do período acadêmico. Hoje, ao procurar um material que escrevi sobre o conto O espelho, de Machado de Assis, tive a alegria de encontrar um artigo sobre ensino de língua materna. Leiam aqui e, se possível, por meio de comentários e críticas, me ajudem a torná-lo melhor.

LÍNGUA MATERNA OU LÍNGUA MADRASTA?

A Língua Portuguesa é a nossa língua-mãe: a utilizamos desde as primeiras palavras que aprendemos. Sendo assim, parece haver uma grande incoerência quando falantes nativos de Português são levados a aprender sobre a língua que já fazem uso. Contudo, o objetivo central de se ensinar língua materna ao falante é ajudá-lo a desenvolver sua competência comunicativa, expandir a capacidade de empregar adequadamente a língua nas diversas situações de comunicação do dia a dia. O grande problema está em como se dá essa aprendizagem: no nosso caso, somos apresentados, com certo estranhamento, à Gramática, uma “senhora” dura e intransigente que insiste em nos fazer engolir suas regras. E são muitas as tais regras! Elas nunca acabam e ficamos com a impressão de que nós nunca as dominaremos: quando ameaçamos triunfar, surgem, sarcáticas, as exceções...
Sem o objetivo principal de provocar reflexões, o que deveria ser o centro do estudo, aprender Gramática torna-se sinônimo de aumentar o conhecimento técnico a respeito do Português. E se não nos dá liberdade para pensar, repensar, refletir e agir, sempre com criatividade, desconhecemos e não nos vemos como filhos legítimos dessa língua. Somos seus enteados.  Língua madrasta!
É verdade que o papel da escola é ensinar a língua padrão, criando condições para que ela seja de fato aprendida. O domínio do Português deve ser aliado a um determinado grau de aquisição da escrita e da leitura. É fato que o aluno que lê mais, fala e escreve melhor, além de se aprimorar em criticidade.  Se ao ser questionado sobre o que é certo ou errado, a resposta for embasada somente pelas normas elencadas no livro das regras  e nos dicionários, revela-se então uma atitude problemática do que é realmente uma língua: lugar de interação, de prazer, de crítica, de fruição e de encontro do sujeito consigo mesmo: língua é colo de mãe.
Ensinar com o intuito de instrumentalizar o falante/leitor/escritor para a adequação e domínio da variedade culta demanda esclarecimento sobre variedades e preconceitos linguísticos para que “os erros” só sejam considerados erros se o critério de avaliação for social.
A Gramática deveria mostrar o lado lógico, inteligente, racional dos processos linguísticos. Mas não é assim que ela tem sido ensinada. Sobra um amontoado de regras que não se relacionam com a língua viva do cotidiano, das músicas, dos textos de jornais, das revistas, dos blogs...
A Gramática poderia ser mãe se nos atraísse a ler, escrever, discutir, reescrever, reler e reescrever mais, para escrever e ler sempre de forma mais requintada. Todavia, se faz madrasta quando nos repele e com suas gramatiquices tenta nos roubar o censo crítico e equacionar a magia da Língua materna.

Daniele Soares Ribeiro

29 de abr. de 2010

Ainda quero voar



















Quis deixar no papel a cortina de azul costurada com palavras cardíacas
e desenho de balões inventados. 
Esse ar se irmana ao meu anseio de ir além, de subir alto, sem esquecer-me da condição de humana limitada,  do cinza que me rodeia e da cor vibrante que mora dentro. 

Dentro. É lá que tenho guardado meu coração, esse mar de vontades, caprichos e exigências. Aproveito o instante para queixar-me dele: queria um coração duro, forte, não-iludível, matemático talvez. 

Pra quê preciso de tantos sonhos, tantas luas, tantas histórias que conto todos os dias antes da chegada do sono?

Parar de querer, deixar de saber é perder a essência de correr atrás de mim? 
E depois de encontrado o delírio do real, será momento de fazer o quê? Ai, não sei! 

Continuo olhando os balões... Ainda quero voar! 
Minha condição de mulher, de dona do vestido encorpado,
da meia-arrastão, rompendo a pura delicadeza, é mais que o tentar fugir. 

O meu mundo permanece e está aí, impresso em mim, no balé dos meus planos e no sorriso feito para esquecer o medo. 

4 de abr. de 2010

Platonismo, Daniele Ribeiro

 














Eu o vi. Longe de mim estava.
À distância aprendi a medir
traços, calcular acertos,
sonhar futuros.

Quem o ensinou mirar sem ver,
não desejar e levar a querer?
Mas, por mil sortes, seu olhar 
me encontrou: ai, dia de festa em mim!

Aproximei sorrindo sóis.
Julgava saber conquistar.
Sabia. O tempo desgastou a prática.
Transformou em amador o amante.
 
Fim de linha:  imaginação e romance.
Par com asas, borboleta de existência curta:
no espaço dos dias perdi o amor
que jurei, enfim, ser infinito e doçura.
Powered By Blogger

Flickr