21 de out. de 2018

Violência nas escolas (Texto para o pré-concurso)


A escola é, sobretudo, um local dedicado completamente à educação dos jovens. Porém, a cada dia tem se tornado, também, um palco de intolerância e violência. Esse não é um problema novo. Há muito tempo essas instituições deixaram de ser portos seguros. O que era tratado, antes, como uma questão disciplinar, hoje é visto como delinquência juvenil, chegando próximo à criminalidade. Por isso, é fundamental entender que fatores têm propiciado o cenário de animosidade nos espaços escolares.
Em primeiro lugar, é importante destacar que a violência cotidiana apenas se revela no espaço escolar, o qual recebe estudantes de diversas origens e que vivenciam todo tipo de dificuldade e adversidade. A imaturidade infantojuvenil para lidar com revoltas, com as crises econômicas e sociais que perpassam sua vivência e a ausência do processo de escuta e acolhimento emocional pela escola eclodem em atos agressivos. Assim, a escola amarga o contexto de violência que se propaga, apesar de ser tão estranho ao ideário escolar. Convém destacar que hoje a questão do celular é umas das mais polêmicas em relação a esse panorama. Talvez o aparelho seja um dos maiores disseminadores de atos violentos ao gravar e propagar brigas, além de incentivar intrigas e dissensões dentro dos redutos de ensino, inclusive por meio do cyberbullying. Apesar da proibição, por lei, do uso dessa tecnologia em sala de aula, a presença exagerada desses meios nos colégios pode ser um agravador dos atos violentos.
Outro fator determinante para a violência nas escolas é a insegurança que aluno sente nesse ambiente. Identificar-se com os professores, sentir-se amparado e manter boas relações com os colegas é primordial para que os discentes se sintam seguros. Muitas vezes, o distanciamento criado na relação professor-aluno pode alimentar a agressividade, além da ideia de concorrência entre os educandos, investimento de muitos colégios particulares, por exemplo. São inúmeros os casos, hoje, de estudantes violentando seus mestres, seus próprios colegas e até destruindo o ambiente escolar, o que pode ser reflexo direto da falta de proximidade entre o aluno e o ambiente em que está – ou deveria estar – inserido, além de refletir também a crise de autoridade na qual a sociedade está imersa.
Torna-se evidente, portanto, que a violência escolar, no Brasil, tem causas e consequências graves, sendo necessário que medidas sejam pensadas a fim de minimizar o problema. Dessa maneira, para a retração desse cenário, pode-se pensar em uma redefinição das regras do uso de aparelhos celulares em sala, por parte da escola e também por meio do diálogo com os próprios pais. Além disso, é fundamental a orientação da família, das instituições e dos próprios alunos, por especialistas em psicologia escolar. A psicopedagogia pode ser utilizada para que os estudantes se sintam à vontade para dialogar, construir relações de empatia para com seus colegas e com o ambiente em que passam a maior parte da sua semana. Assim, revendo regras e debatendo ideias, será possível fazer do espaço escolar um verdadeiro aprendizado para a vida em sociedade e não um propagador de atitudes violentas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Powered By Blogger

Flickr