A escola é,
sobretudo, um local dedicado completamente à educação dos jovens. Porém, a cada
dia tem se tornado, também, um palco de intolerância e violência. Esse não é um
problema novo. Há muito tempo essas instituições deixaram de ser portos
seguros. O que era tratado, antes, como uma questão disciplinar, hoje é visto
como delinquência juvenil, chegando próximo à criminalidade. Por isso, é
fundamental entender que fatores têm propiciado o cenário de animosidade nos
espaços escolares.
Em primeiro lugar, é importante destacar que a
violência cotidiana apenas se revela no espaço escolar, o qual recebe
estudantes de diversas origens e que vivenciam todo tipo de dificuldade e
adversidade. A imaturidade infantojuvenil para lidar com revoltas, com as
crises econômicas e sociais que perpassam sua vivência e a ausência do processo
de escuta e acolhimento emocional pela escola eclodem em atos agressivos. Assim,
a escola amarga o contexto de violência que se propaga, apesar de ser tão
estranho ao ideário escolar. Convém destacar que hoje a questão do celular é
umas das mais polêmicas em relação a esse panorama. Talvez o aparelho seja um
dos maiores disseminadores de atos violentos ao gravar e propagar brigas, além
de incentivar intrigas e dissensões dentro dos redutos de ensino, inclusive por
meio do cyberbullying. Apesar da proibição, por lei, do uso dessa tecnologia em
sala de aula, a presença exagerada desses meios nos colégios pode ser um
agravador dos atos violentos.
Outro fator determinante para a violência
nas escolas é a insegurança que aluno sente nesse ambiente. Identificar-se com
os professores, sentir-se amparado e manter boas relações com os colegas é
primordial para que os discentes se sintam seguros. Muitas vezes, o
distanciamento criado na relação professor-aluno pode alimentar a
agressividade, além da ideia de concorrência entre os educandos, investimento
de muitos colégios particulares, por exemplo. São inúmeros os casos, hoje, de
estudantes violentando seus mestres, seus próprios colegas e até destruindo o
ambiente escolar, o que pode ser reflexo direto da falta de proximidade entre o
aluno e o ambiente em que está – ou deveria estar – inserido, além de refletir
também a crise de autoridade na qual a sociedade está imersa.
Torna-se evidente,
portanto, que a violência escolar, no Brasil, tem causas e consequências
graves, sendo necessário que medidas sejam pensadas a fim de minimizar o
problema. Dessa maneira, para a retração desse cenário, pode-se pensar em uma
redefinição das regras do uso de aparelhos celulares em sala, por parte da
escola e também por meio do diálogo com os próprios pais. Além disso, é
fundamental a orientação da família, das instituições e dos próprios alunos,
por especialistas em psicologia escolar. A psicopedagogia pode ser utilizada
para que os estudantes se sintam à vontade para dialogar, construir relações de
empatia para com seus colegas e com o ambiente em que passam a maior parte da sua
semana. Assim, revendo regras e debatendo ideias, será possível fazer do espaço
escolar um verdadeiro aprendizado para a vida em sociedade e não um propagador
de atitudes violentas.
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