2 de abr. de 2010
Fingimentos Meus, Daniele Ribeiro
Eu daqui com tanta coisa pra dizer
outras muitas a esquecer de lembrar.
Inadiável é esta vida e meus pedaços
que fingem ser um só corpo e resistir.
Lá fora há uma festa gigante esperando
que eu dance a dança gasosa do ar
para divertir o trapézio dos mortais
e alegrar o coração dos deuses.
Mas aqui, no silêncio amigo do meu quarto,
desejo não ir, não me entregar.
Feitura de resistência.
Resistir é senha de achamento, segredo compartilhável.
Adianto: nunca fui boa nisso, não me ensinaram dizer não.
"-É tudo mentira! É tudo mentira!"
Grito sem voz despertando os surdos.
"-Surdez é estado de espírito", digo ao pé do ouvido
dos que não me ouvem, apesar de enxergarem.
Fingir: minha maneira de dizer-viver.
Finjo como Pessoa
Fingindo percebo maldades minhas
e do mundo que gira esperanças e (poucas) verdades.
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