Oi, Galera!
Vamos de novo: Pré-Modernismooooooooo!!!!!
Um lembrete necessário:
NÃO HÁVERÁ "VANGUARDAS EUROPEIAS" NA PROVA DE SEXTA".
Como prometi, aos autores:
Sobre o Euclides da Cunha, está no post anterior.
Lima Barreto: a vida nos subúrbios cariocas
Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1881. Era mestiço, pobre e socialista, vítima de toda sorte de preconceitos. Teve também problemas com alcoolismo, o que resultou em internação em um hospício, entre 1914 e 1919. Morreu em 1922.
O romance mais conhecido do autor é Triste fim de Policarpo Quaresma, o qual trata da vida de um patriota sonhador e que idealiza o Brasil como uma terra perfeita, tanto que deve descartar todo tipo de influência estrangeira. O desejo de valorização da pátria é levado às últimas consequências, de modo que Policarpo, funcionário público carioca, propõe a substituição da Língua Portuguesa pelo tupi guarani, idioma legitimamente brasileiro. O amor ufanista, exagerado faz com que o Major Quaresma acabe sendo alvo de terríveis críticas, riso e escárnio. O auge se dá com a internação do mesmo em um hospício, o que aqui, pode ser entendido como um ponto de contato com a biografia do autor. Policarpo é considerado o Dom Quixote Nacional: aquele que acredita em um ideal, se dá por ele, não busca vantagens pessoais e, por causa desse mesmo idealismo, é tido como louco, quando na verdade, é apenas alguém puro de intenções.
Se pensarmos em período literário, o fato de Lima Barreto se encontrar entre os pré-modernistas é justificado pela apresentação e descrição de quem é o morador dos subúrbios do Rio de Janeiro e os funcionários públicos acriocas durante o fim do século XIX e início do XX.
Monteiro Lobato: descrição do caipira paulista
Autor das famosas histórias do Sítio do Picapau Amarelo, viveu no interior e pôde observar as dificuldades e os vícios característicos da vida rural, fatos desconhecidos do Brasil "ofiicial". No livro Urupês (1918), Lobato traça o perfil do caipira que vivia pelo interior de São Paulo. É nessa obra que dá forma ao Jeca Tatu, símbolo do atraso e da miséria do caboclo brasileiro. A presença de Lobato entre os pré-modernistas é justificado por duas características: o regionalismo (o retrato da região do vale do Paraíba, em São Paulo) e a denúncia da realidade brasileira (o atraso do caipira paulista e também as queimadas e a decadência cafeeira da época). Na verdade, Lobato foi um anti-modernista, o que veremos depois ao estudar a Semana de 1922.
Graça Aranha: Brasil, a terra prometida
Autor de um único romance
Canaã, romance que retrata a vida numa colônia de imigrantes europeus no Espírito Santo.
Augusto dos Anjos: a marca da angústia e do pessimismo.
Autor que recebeu influência de várias estéticas, mas não se limita a nenhuma: do Simbolismo recupera o gosto pelas imagens fortes, que despertam sensações ( no caso do autor, de asco e horror) e a preocupação com a construção formal do poema. O uso de termos científicos marca a inspiração do Naturalismo. A preferência pelo soneto traz ecos do Parnasianismo. É por essa fusão de escolas literárias que é difícil rotulá-lo como pertencente à uma determinada escola.
Veja os versos:
Budismo Moderno
Tome, Dr., esta tesoura, e ... corte
Minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo meu coração, depois da morte?!
Ah! Um urubu pousou na minha sorte!
Também, das diatomáceas da lagoa
A criptógama cápsula se esbroa
Ao contato de bronca destra forte!
Dissolva-se, portanto, minha vida
Igualmente a uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo;
Mas o agregado abstrato
das saudades
Fique batendo nas perpétuas
grades
Do último verso que eu fizer
no mundo!
Observe a ideia de angústia, o teor sombrio, o vocabulário repleto de expressões científicas (diatomáceas, célula, óvulo infecundo...), a desilusão frente à vida, o pessimismo, além do uso das palavras não-poéticas (vermes, escarro, cuspe, vômito - aquelas dos poemas vistos em sala). Inclusive, essa preferência vocabular fez com que o Augusto dos Anjos fosse apontado como o poeta do "mau gosto" pelos críticos da época.
Ao contrário dos demais autores pré-modernistas,
não há preocupação social na produção do Augusto dos Anjos, viu?1
É isso!
Boa sorte, lindossssssss!!!!