AVALIAÇÃO LINGUAGEM LITERÁRIA (gabarito)
Leia o texto a
seguir:
O jornal e suas metamorfoses
Um senhor pega um bonde depois de comprar o jornal e
pô-lo debaixo do braço. Meia hora depois, desce com o mesmo jornal debaixo do
mesmo braço.
Mas já
não é o mesmo jornal, agora é um monte de folhas impressas que o senhor abandona
num banco de praça.
Mal fica sozinho na praça, o monte de folhas impressas se
transforma outra vez em jornal, até que um rapaz o descobre, o lê, e o deixa
transformado num monte de folhas impressas.
Mal fica sozinho no banco, o monte de folhas impressas se
transforma outra vez em jornal, até que uma velha o encontra, o lê e o deixa
transformado num monte de folhas impressas. Depois, leva o para casa e, no
caminho, aproveita-o para embrulhar um molho de celga, que é para o que servem
os jornais depois dessas excitantes metamorfoses.
CORTÁZAR, Julio.
Histórias de Cronópios e de Famas. Rio de Janeiro. Ed., Civilização Brasileira,
1977.
Glossário:
celga –
Também chamada de acelga. Uma planta, hortaliça.
Cronópios
- São pessoas alegres, sonhadoras, criativas, e por essas características
acabam por viver poeticamente o mundo
1- Ao longo do conto, o que é que faz o jornal
transformar-se em folhas impressas e depois transformar-se novamente em jornal?
O fato de ser lido é que faz com que o jornal sofra "metamorfoses".
2- O jornal é um
veículo de informação fundamental na vida contemporânea. Depois de passar por
vários leitores, ele encontra seu fim como objeto de embrulhar verdura. O que,
portanto, confere a ele o seu valor ou, inversamente, o torna desimportante?
O que confere valor ao jornal é a leitura que ele tem para oferecer, as notícias. Depois de lido, o leitor já absorveu o conteúdo e então de veículo de informação, passamos a ter somente folhas impressas.
3- A obra literária
oferece ao leitor a possibilidade de alterar sua visão de mundo e perceber
aspectos diferentes ou novos de sua realidade. Qual é a mudança de ponto de
vista oferecida pelo conto de Júlio Córtazar?
O conto de Júlio Córtazar mostra que o poder da informação não está no veículo em si, mas sim na importância que se dá ao que está escrito, sendo que, uma vez lido, o texto passa a ser parte de quem o lê e não mais do material escrito.
4- Em um parágrafo,
contendo, aproximadamente, dez linhas, relacione o conteúdo do conto O jornal e suas metamorfoses à tirinha a
seguir. Mostre que relação de sentido há entre esses textos, aplicando,
sobretudo, à sua reflexão a percepção do poder da leitura (literária ou não)
como elemento transformador da realidade cotidiana.
No conto "O jornal e suas metamorfoses", o autor demonstra como o leitor se apropria daquilo que lê, explicitando como as leituras que fazemos ao longo da vida se tornam parte importante de nós. Assim, na tirinha, Mafalda, sabendo do poder transformador da leitura, prefere não ler o jornal que, no caso, é veículo de informações tristes, trágicas. Como a primavera se aproxima, a garotinha rejeita a leitura de algo que tirará dela a alegria e leveza que os dias da estação das flores têm. Tanto na tirinha quanto no conto, os personagens entendem a leitura como ato que se apega ao homem e influencia suas ações e pensamentos: o texto não é apenas palavras impressas, mas sim informações que têm o poder de mudar o homem, papel da Literatura, de modo geral.
5- Com relação a figuras de linguagem grifadas
nos poemas seguintes, é correto afirmar na ordem que são:
I – Meu
Deus, que estais pendentes de um madeiro
Em cuja lei protesto de viver
Em cuja santa lei hei de morrer
Animoso, constante, firme e inteiro. (Gregório de Matos)
II- Seu sorriso se abre como asas de uma borboleta. (Pablo Neruda)
III- Há de surgir uma estrela no céu
Cada vez que ocê sorrir.
Há de apagar uma estrela no céu cada vez que
Ocê chorar.
O contrário também bem que pode acontecer
De uma estrela brilhar quando a lágrima cair
Ou então, de uma estrela cadente se jogar.
Só pra ver a flor do seu sorriso se abrir. (Gilberto Gil)
a)
eufemismo, metáfora e comparação. c)
hipérbole, prosopopeia e metonímia.
b)
catacrese, personificação e metáfora. d)
antítese, comparação e prosopopeia.
6- Leia as frases a seguir:
I - O
poema é uma pedra no abismo.
II- Minha dor é inútil como uma gaiola numa
terra onde não há pássaros.
III- Deitou-se sobre o verde macio da relva
IV- Bebeu, sozinho, duas garrafas daquele
maldito vinho.
- Estão
presentes nas opções acima as seguintes figuras de linguagem, respectivamente:
a)
sinestesia, metáfora, eufemismo, prosopopeia.
b)
metáfora, comparação, sinestesia, metonímia.
c) eufemismo,
prosopopeia, comparação, sinestesia.
d)
comparação, símile, sinestesia, metonímia.
7-
Leia
atentamente os textos abaixo e indique D quando prevalecer a denotação e C
quando prevalecer a conotação:
a)
( D ) “O ano de 1948, em Pernambuco, foi
marcado por um processo revolucionário, liderado por um Partido Liberal
radical.”
b)
( C ) “Nem mesmo o Recife que aprendi a
amar depois – Recife das revoluções libertárias – Mas o Recife sem história nem
literatura – Recife sem mais nada – Recife da minha infância”
c)
( D ) “ depois de analisar os
prontuários de 964 pessoas operadas np Hospital das Clínicas da Universidade
Federal de Pernambuco, no Recife, o médico Cláudio Moura Lacerda de Melo, 31
anos, concluiu que seus colegas exageraram na requisição de exames radiológicos
e de laboratório, ao mesmo tempo em que dão pouca atenção ao exame direto do
paciente e a uma conversa com ele sobre o seu histórico de saúde”.
d)
( D ) “Em todo triângulo, o quadrado de
qualquer lado é igual a soma dos quadrados dos outros dois, menos o duplo
produto destes dois lados pelo co- seno do ângulo que eles formam.
e)
( C ) “Tantas palavras / Que eu conhecia
/ E já não falo mais, jamais/ Quantas palavras/ Que ela adorava/ Saíram de cartaz”