22 de jun. de 2016

E os sonhos não me deixam me perder...

Sonhar, dar asas ao impossível enquanto o possível ensaia suas rotinas. O dia a dia, a correria da vida e o cansaço dos anos embaçam os nossos olhos. É a capacidade de sonhar, de querer, de insistir e de reproduzir no mundo dos sonhos os desejos mais secretos, mais ousados, que nos dão coragem para prosseguir. 
Quem sonha não envelhece. Seja menino, homem ou mulher, somos nascidos para sonhar... 
Vencer o invencível, querer o indisponível, amar até se perder. Onde mais se não nos sonhos tais coisas são possíveis? Onde mais o salgado da vida se transforma em doce ilusão? Em que plano os quereres se nomeiam e insistem em se tornarem decisão?  
Nos sonhos, a esperança compensa as dificuldades da vida. Eles são as bússolas do coração, são projetos de vida que se vestem de otimismo, que nos ensinam que o melhor pode estar muito perto e que a descrença é má conselheira. 
A realidade não suporta o calor das dificuldades. Nela, tudo é desespero, é limitado, é sopro de fim. Persistentes que são,  os sonhos resistem às mais altas temperaturas dos medos, tiram a poeira do cansaço, seguram-nos em seus braços e renovam o olhar. Quando o mundo ameaça cair ao nosso redor, o surreal, o onírico, areja a nossa emoção e produz um agradável romance com a vida. Por isso, ao sonhar o realizar não é o fim. Um sonhador não conclui devaneios. Ele os troca por outros e outros ... e faz do sem-limite seu campo de flores. Como um Ícaro prudente, suas asas não são feitas de cera que se queima em contato com as mais altas altitudes. O material que eleva quem sonha é insólito, é eterno e reverbera na eternidade. É ele que dá perfume à flor, que anima o caído e que faz do futuro uma estrada que, ainda que tortuosa, tem seu destino na vastidão do mais belo querer.

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