6 de mai. de 2012


‎"...Pode me provar pra eu ser aprovado: sei que vim do pó e do sopro de vida, então me faz pequeno pro Senhor crescer em mim...
Se quiser levar tudo o que tenho, pode levar, veio de Tuas mãos, mas deixe-me apenas com meu coração, porque foi onde você pôs a mão e me curou..." 
Marcelo Aguiar, na canção "Me dá poder de filho"

Da estatura do que sonha


Sonhe alto, sempre e mais.

Faça a cada dia a vida
Na medida do seu sonho.
Sonhe e, ao mínimo gesto,
Seu ser inteiro empreste. 

Sua marca em tudo ponha
Que o homem não é alto
Nem é baixo e se faz...

Da estatura do que sonha! 

(Elcio Fernandes)



Eu tantas vezes não tenho sabido ser grata: a gente se entristece com uma meia dúzia (ou  mais..) que não nos ama e deixa de se alegrar pelos muitos que têm a nossa existência por valiosa!  É bom saber reconhecer que, apesar das oposições, mais numerosos são os que nos amam! Obrigada, de coração, aos queridos que fazem meus dias serem mais floridos, mesmo no inverno rigoroso da vida!

Novo de novo



Recomeçar é o jeito que tenho de assumir que não deu certo a tentativa, mas é também a mais linda forma de continuar vivendo com a marca de quem nasceu para ser divinamente feliz!
Que venha o novo de novo!

4 de mai. de 2012

Romantismo: prosa!

Oi, galera do segundo ano!

Começamos aqui a conhecer a teoria sobre o prosa romântica, isso porque a aplicação vocês conhecem pelas telenovelas, as quais se inspiraram (e cansaram!) as fórmulas dos romances do século XVIII.

Os vídeos a seguir ajudam a relembrar nossas conversas de sala de aula. Eu adoroooo o professor dessas aulas virtuais: acho uma figuraça!

Bjos!
Até mais!









29 de abr. de 2012

27 de abr. de 2012

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.

Carlos Drummond de Andrade

Preso por vontade

"Liberdade na vida é ter um amor pra se prender. A gente reclama muito da dependência, mas como é maravilhosa a dependência, confiar no outro, confiar no outro a ponto de não somente repartir a memória, mas repartir as fantasias. Confiar no outro a ponto de esquecer quem se foi assim que o outro esteja junto, é talvez chegar em casa e contar seu dia e só sentir que teve um dia quando a gente conta como foi. É como se o ouvido da outra pessoa fosse nossos olhos.

Amar é uma confissão. Amar é justamente quando um sussurro funciona melhor que um grito. Amar é não ter vergonha de nossas dúvidas, é falar uma bobagem e ainda se sentir importante. É lavar louça e nunca estar sozinho. É arrumar a cama e nunca estar sozinho. É aquela vontade danada de andar de mãos dadas durante o dia e de pés dados durante a noite."

Fabrício Carpinejar

Aos céus por mim

"Senhor, livra-me de tudo que não suporta meu sorriso, minha risada alta, minha gentileza, minha educação, meu amor nos olhos, meu coração gigante, minha esperança eterna e a minha fé irreversível. Amém !"
Camila Heloíse (adaptado)

25 de abr. de 2012

Alice no País das Maravilhas

BATE-PAPO PÓS-LEITURA
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
Em todos os tempos, sempre surge uma voz que vai contra as convenções sociais. Essa voz pode não falar explicitamente, mas ela está lá, ela existe. Eis o caso de Lewis Carroll e de seu livro Alice no País das Maravilhas.
Podemos realizar uma leitura ingênua da obra de Lewis Carroll, atentando apenas para o enredo, personagens...  Ou uma análise crítica, que vê na fuga de Alice para o mundo mágico uma forma de censurar a sociedade opressora na qual vivemos.
Vamos à segunda hipótese.
Uma menina enfadada dá inicio a história de absurdos aparentes.  Assim, temos uma série de fatos que serão desencadeados por causa da garota Alice que, sentada juntamente com sua irmã, começava a cansar-se por não ter nada (de interessante) para fazer.
Se considerarmos Alice como um indivíduo pertencente à sociedade comum, o seu estado de tédio, cansaço, aborrecimento, pode ser entendido como sendo causado pelo contexto social. Esse mesmo tédio é quebrado pelo elemento mágico, introduzido pelo Coelho Branco, que desperta em Alice a curiosidade e a vontade de ir atrás do novo, do diferente, da aventura, isto é, ela sai da apatia, para o movimento, para a mudança.
Ao ir atrás do Coelho Branco, a menina entra na toca sem pensar como sairia dali ou quais seriam as consequências de seus atos. Nessa atitude da menina temos uma transgressão em relação ao que se espera do comportamento infantil: a obediência e a conformidade.
Na Inglaterra Vitoriana da época (século XIX), as crianças eram educadas para que se comportassem como “miniadultos”. A sociedade acreditava que, para se desenvolverem as virtudes no comportamento infantil, era necessário que as crianças tivessem a plena consciência de que há a culpa e a aprovação. Assim, o universo dos pequeninos era povoado por esses dois conceitos que, ao final, eram regidos por um único: o medo da punição.
A personagem Alice, porém, foge a esse padrão amedrontado. Ela se aventura, vai em busca da diversão, do diferente, do prazer que a experiência poderia trazer, sem pensar nas punições. Até aqui, você, leitor atento, já percebeu que a história realça, entre outras coisas, o valor de ser livre, de viver sem censuras bobas, o inconformismo com o que não nos faz feliz. Exemplo disso é que quando o mundo mágico deixa de ser divertido, no capítulo final, no momento em que Alice está em um tribunal sem regras e enfrenta a Rainha de Copas, ela acorda: o seu percurso de diversão acaba no momento em que a aventura termina. Ela desperta de seu sonho, voltando para a realidade.
Agora que terminamos nossa leitura, vemos que Alice não é uma obra escrita com o propósito de moralizar e manipular o leitor, levando-o a acreditar que determinado padrão é sempre correto e aceitável, ou ainda que a “lógica” é o certo e a falta dela é errado. Não! O contexto é que faz o sentido. E a falta, aparente, dele pode ser o mais apropriado em certas situações. Lembram-se do NONSENSE? Prova do dito é que há uma série de inversões e subversões na história, justamente para que pensemos em como as situações, a vida e os poderes que a regem são relativos e podem (e devem) ser questionados quando parecerem simples imposições que não trarão melhorias para ninguém.  
Vale lembrar que um dos questionamentos mais significativos do livro se refere à figura da Rainha. O contexto ajuda a explicar: na época em que Lewis Carroll publicou o seu livro Alice no país das maravilhas, estava no trono a Rainha Vitória, importante figura, tanto social quanto economicamente, para a Inglaterra do século XIX. Mas essa rainha, embora fosse uma importante figura para a sociedade inglesa, tinha o poder político limitado. A Rainha de Copas, invenção do autor, dentro do sistema maluco que é o País das Maravilhas, quase não tem poder de decisão, assim como a Rainha Vitória dentro da monarquia do período. Os seres mágicos a temem, é verdade, mas as suas ordens de decapitação nunca são cumpridas, como o personagem Grifo diz para Alice: “– Ora, ela é que é engraçada – disse o Grifo. – Você sabe, isso tudo é fantasia dela: nunca executam ninguém.” Ela é caracterizada irritadiça e autoritária, que vê nas decapitações a solução para todos os problemas: “A Rainha só tinha um meio de remover todas as dificuldades. – Cortem-lhe a cabeça! – gritou, sem voltar-se sequer na direção apontada”. Alice enfrenta a autoridade da Rainha do País das Maravilhas, abertamente, pelo menos duas vezes: quando ela encontra a Rainha pela primeira vez e no tribunal.
Enfrentar a Rainha é uma maneira de se opor ao sistema, uma vez que ela é a representante dele, ou seja, esse ato é a concretização da busca da libertação de uma rigidez, que diz o que deve ser feito. Alice, uma criança, enfrenta a Rainha e põe “em xeque” o seu poder e o seu julgamento.
Em uma obra que pode ser lida como a representação da fuga da realidade para um mundo de fantasia livre das regras sociais, um mundo que critica a realidade, enfrentar o poder real e não ser punido é o ápice da libertação da rigidez e da opressão. E Alice é a representante de tal desejo, concretizando-o no mundo da fantasia, livre da punição que esse desrespeito com a autoridade da rainha traria.
Percebeu? Ler um livro literário é um convite a descobrir sentidos: alguns estão facilmente postos na superfície das linhas do texto, outros (os mais interessantes!) aguardam um leitor atento, crítico e sensível, disposto a dialogar, questionar e tornar a obra uma nova produção, porque o poder questionador faz o texto, por fim, ser também de quem o lê.
Ler é mesmo um ato transformador!

Eis, a seguir, alguns vídeos sobre Alice no País das Maravilhas! 

Beijos para você, queridos alunos!
Aqui, uma trecho de uma peça teatral bem inusitada! Super legal!



Neste, uma leitura da obra feita somente com imagens: uma forma também interessante de se (re)contar histórias.


O próximo vídeo é o clipe do filme Alice, aquela versão mais moderninha.

24 de abr. de 2012

Viagem Virtual

Olá, pessoal do Biotécnico!

Sejam bem-vindos ao Letra e Luz. Este é o espaço que, há algum tempo, tenho usado para interagir assim, via web, com meus alunos. Agora passa a ser nosso ponto de encontro também! Fiquem à vontade para ler, comentar e seguir o blog, ok?

Os vídeos a seguir são aqueles que vimos em sala e que correspondem ao diálogo com o livro Viagem Virtual, de Vera Carvalho de Assumpção. Como disse a vocês, é um outro olhar para as temáticas da obra: ali temos Camila encontrando o passado e podendo vivenciar um tempo diferente, de hábitos rústicos, simples. Os vídeos que assistimos tematizam a questão do tempo de modo diferenciado. Cabe a cada um fazer o levantamento das diferenças e semelhanças que podem ser observadas ao confrontarmos as produções.
É com vocês!
Bom trabalho!











22 de mar. de 2012

Para todas as turmas do Ensino Médio

Gente,
Desculpe, mas não poderei fazer postagens novas para vocês. Aconteceram alguns compromissos fora do previsto nesta semana, o que está me ocupando demais, não permitindo que eu renove as postagens aqui. Bem, de qualquer modo, estou deixando os links para os slides que trabalhei em sala. Lembrando que as matérias constam nos livros de português de cada série. Se estiverem com tempo e dispostos, tem também aqui no arquivo do blog, basta procurar pela série indicada.

Bom estudo, galera!

Pré-Modernismo: autores
AQUI
Obs.: o lembrete em amarelo na publicação do link não se refere à turma de vocês, ok?!!!

Vanguardas Europeias (3º ano)
AQUI

1ª e 2ª Geração do Romantismo (2º ano)
AQUI

Renascimento e Classicismo (1º ano)
AQUI SLIDES

Renascimento e Classicismo 2
AQUI CONTEXTO HISTÓRICO





9 de mar. de 2012

Perdoar nos reconcilia com a vida

Por que é tão difícil perdoar?

Para a neuropsicóloga e terapeuta cognitiva Maria Carla da Silva, existe a dificuldade de perdoar porque as pessoas confundem o perdão com uma demonstração de fraqueza, quando ele é justamente o contrário: sinal de força de caráter, altruísmo e amor à vida. "É uma alforria da dor e existe em três dimensões temporais. Quando você perdoa, liberta o passado, ocupa o pr...esente da maneira certa e vê esperança no futuro. O perdão permite nos reconciliar não só com as pessoas mas também com a própria vida", diz Maria Carla. No campo neurológico, ela explica que o perdão equivale a um banho de vida, já que o sistema límbico é favorecido. "As memórias negativas se apagam e o cérebro e todo o organismo são recompensados porque ficam livres de um fardo energético."

7 de mar. de 2012

6 de mar. de 2012

LER DEVIA SER PROIBIDO

«A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.


Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Dom Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.

Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.

O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?

É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.
Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.

Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.

Além disso, a leitura promove a comunicação de dores e alegrias, tantos outros sentimentos… A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.

Ler pode tornar o homem perigosamente humano.»

Guiomar de Grammon
In: PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus, 1999. pp. 71-3.


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