5 de ago. de 2011

REVISÃO: Parnasianismo e Simbolismo

Pessoal,

Vamos a nossa revisão básica:

PARNASIANISMO:  A LINGUAGEM COMO DEUSA

Antes de falarmos exatamente desse movimento é preciso ficar atento ao contexto social e econômico daa segunda metade do século XIX. A Revolução Industrial e as novas descobertas científicas fizeram com que a emoção, tão dominante no Romantismo, por exemplo, fosse deixada de lado. Era preciso agir e sentir de modo racional, frio. Assim, o Parnasianismo será esse olhar objetivo, racional na poesia. Observe que na prosa já tínhamos o Realismo para expressar essa reação ao Romantismo. Por isso, convém dizer que o Parnasianismo é antirromântico. Outra coisa importante: a poesia foi, durante muito tempo, o espaço para expressão dos sentimentos humanos, mas os poetas abandonavam a preocupação com a forma, com a feitura do poema. Assim, os parnasianos defendem a necessidade de tratar os temas poéticos com mais objetividade, sem as "lamúrias" românticas.

Para os poetas parnasianos a arte é sinônimo de beleza formal, é a arte para si mesma, a arte pela arte. Não é questão para a poesia o tratamento dos problemas sociais ou as queixas humanas, os amores sofridos. Não! Para se fazer arte é preciso saber combinar bem as palavras, respeitar as formas poéticas fixas e pronto: eis um poema bem feito! Veja o exemplo:

Vaso Chinês

Estranho mimo aquele vaso! Vi-o
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.

Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.

Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;


Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.
     Alberto de Oliveira


Observe que o poema destaca a descrição de um objeto, a perfeição formal também é presente, afinal trata-se de um soneto e uma postura objetiva, sem sentimentalismo. Afinal, o assunto tratado é a descrição de um vaso e não de sentimentos humanos.

No Brasil, destacaram-se os poetas Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho.

Dos citados, Olavo Bilac é o mais famoso: é a estrela maior do parnasianismo brasileiro. Vejam abaixo um dos poemas mais conhecidos do "poeta das estrelas":

Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto,
E abro as janelas, pálido de espanto...


E conversamos toda a noite enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E ao vir do Sol, saudoso e em pranto
Inda as procuro pelo céu deserto.


Direis agora: "Tresloucado-amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Têm o que dizem, quando estão contigo?"


E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.



Nesse poema, Bilac defende, por meio de um eu-lírico mais romântico, a importância de expressar sentimentos. Os versos finais que fecham o soneto, falam sobre o segredo de ouvir as estrelas: amar. Assim, Bilac mostra por que não devemos confundir Parnasianismo com objetividade total. Os poetas brasileiros mostram que é possível sim conciliar a manifestação de sentimentos (sem o exagero próprio do Romantismo) a uma forma poética bem feita, bem cuidada.

Vamos às características importantes do Parnasianismo:
- Opção por uma poesia descritiva.
- Preocupação com a forma, preferência pelo soneto.
- Tentativa de manter uma postura mais racional diante do objeto e dos temas tratados, sem o excesso sentimental dos românticos.
- Resgate de temas da Mitologia greco-romana.
- Defesa da "arte pela arte": a poesia deveria ser composta como um fim em si mesma, sem preocupação social ou como lugar de demonstrações de sentimentos, mágoas e lamentos.
- Escolha das palavras exatas para compor rimas e versos perfeitos.

SIMBOLISMO: O DESCONHECIDO SUPERA O REAL

Outra escola importante, situada na virada do século XIX, é o Simbolismo:

Dentro do mesmo contexto de mudanças sociais e industriais, O Simbolismo mostram que as fronteiras entre a objetividade e a subjetividade são difíceis de serem definidas. A arte demonstram então a incerteza, a indefinição e o pessimismo, lançando um olhar indagador para as todas as coisas e mostrando esse olhar por meio de representações abstratas, indefinidas. Assim, os artistas usam símbolos para influenciar sentidos humanos, sem o uso da razão. É uma arte intuitiva e sensorial: explora-se os sentidos - visão, tato, olfato, audição, olfato e paladar - a percepção do perfume das flores, as cores, por exemplo, ajudam a perceber o mundo e sugerir respostas para o homem. A busca pelo místico, pela fé, a crença em um mundo além deste, enchem os poemas de um senso de mistério. Semelhantemente ao que ocorre no Romantismo, o Simbolismo retoma a centralização no "eu": NÃO há preocupação social, antes, ocorre uma busca pelo espiritual e imaterial, sem racionalismo.

Vamos às características da estética:
-Valorização dos sentidos e das sensações
-Correspondência simbólica entre o mundo visível e as essências
-Uso da sinestesia
-Centralização no "eu", não há preocupação social

Há algumas outras características que são próprias de algum poetas da época:

Cruz e Sousa
Em sala falamos sobre as condições pessoais do poeta, as quais influenciaram sua produção artística. Observe o poema a seguir:

Ó solidão do Mar, ó amargor das vagas,
ondas em convulsões, ondas em rebeldia,
desespero do Mar, furiosa ventania,
boca em fel dos tritões engasgada de pragas.


Velhas chagas do sol, ensangüentadas chagas
de ocasos purpurais de atroz melancolia,
luas tristes, fatais, da atra mudez sombria
De trágica ruína em vastidões pressagas.


Para onde tudo vai, para onde tudo voa,
sumido, confundido, esboroado, à toa,
no caos tremendo e nu dos tempos a rolar?


Que Nirvana genial há de engolir tudo isto,
mundos de Inferno e Céu, de Judas e de Cristo,
luas, chagas do sol e turbilhões.

Perceba que nas duas primeiras estrofes do poema, as imagens do mar agitado e do pôr-do-sol provocam a alucinação. Em tom pessimista, a queda humana é exposta por meio dos elementos da natureza. Os questionamentos postos ao longo do poema revelam o desejo simbolista de de compreender a finalidade de estar neste mundo e a possibilidade de o indivíduo se comunicar com o absoluto (o Ser Superior, as Forças que regem o mundo).

Na poética de Cruz e Sousa é marcada ainda pela obsessão pelo branco, característica fartamente comentada em sala, bonitos!

Outro poeta importante é o mineiro Alphonsus de Guimarães: sua principal marca é a religiosidade, o misticismo aliado a ideia de morte. A morte, inclusive, presente forte em sua história de vida, é transformada em um objeto de adoração: a presença de esquifes (caixões), panos roxos, orações fúnebres e muitos outros elementos sugerem a lembrança do tema. A morte é vista como uma passagem, necessária para libertar o ser do sofrimento humano. Lembra muito o Romantismo, né?

Não se esqueçam que essas duas estéticas de fim de século se aproximam pela preferência pelas formas fixas de versificação. Quanto ao temas, no entanto, são bem diferentes: o objetivismo parnasiano é semelhante ao Realismo. O subjetivismo simbolista é irmão do Romantismo.

É isso!

Seguem aqui os links para os slides de sala:

Parnasianismo
Slides Simbolismo
Slides Parnasianismo e Simbolismo

Boa prova, moçada!

4 de ago. de 2011

2ºs e 3ºs anos!

Pessoal,
Nas turmas em que estive esta semana, avisei que deixaria aqui uma postagem sobre a matéria, só mesmo para relembrá-los das discussões feitas antes das férias. No entanto, não foi possível fazer isso hoje e somente poderei cumprir o prometido amanhã. Culpa do dia que só tem 24 horas!

Portanto, até amanhã!!!!

Bjos!

3 de ago. de 2011

Lançar-me

Ai, ando com vontade de me lançar: não sem onde, nem como ou em quê. Só sei que não estou cabendo mais em mim! Não tento entender porque já ultrapassa entendimentos.

Feliz
Com medo
Com jeito
Sem jeito
e tudo o maisssss.

Revisão 1º Ano - Arcadismo

Pessoal,

Seguem aí os links dos textos daqui do blog que exploram o Arcadismo. Não deixem de ler e estudar.

Cliquem na caixa ARCADISMO, na coluna ao lado: há sete postagens sobre o tema, o que os ajudará a revisar o conteúdo.

Bom estudo!
Deixo aqui também os links para os livros do PAES-1ª Etapa

Carta do Achamento, Pero Vaz de Caminha: clique aqui
Sermão de Santo Antônio aos Peixes: Clique aqui
O desertor: Clique aqui

O livro PAU-BRASIL não está disponível para download.

O link abaixo refere-se à postagem sobre os lugares no país em que há vestibular seriado. Verifiquem cada um dos links indicados, pois pode ser que algum lugar tenha deixado de realizar o processo, ok?
Vestibular seriado pelo Brasil a fora

1 de ago. de 2011

Quando sou fraco é que sou forte

A hora da Verdade, Pedro Bandeira

Galera,

Se você precisar de um livro bom e envolvente "A hora da verdade" servirá muito bem: o ciúme doentio e enlouquecedor de Iara contamina e perverte a amizade e o amor de Adele. Sim, ciúmes, sentimento que todos conhecemos em algum grau e que agora nos guia nessa história cheia de amor, dúvidas, preconceitos e competições amorosas e esportivas. Além disso, temos aqui o bônus que é encontrar em uma produção literária juvenil palavras do grande Machado de Assis e do inigualável William Shakespeare.

Agora é ler para saber...
Espero que gostem da obra, ela é fantástica!!!!!

Bjo grande!

Cliquem no link para ler:
A hora da verdade

No link  a seguir, constam os slides de sala de aula, nos quais há as questões do suplemento literário da obra. Copie  as questões, imprima e responda ao que é pedido. Bom Trabalho!
Suplemento em slides

Segue aqui um clipe com cenas da minissérie Capitu, adaptação da Rede Globo para o clássico Dom Casmurro:

27 de jul. de 2011

Urgência de encanto

Gosto de pessoas simples, daquelas que conseguem exalar simplicidade, mesmo contendo em si todo o glamour do mundo. Venero gestos delicados, demonstrações de afeto e boa educação.
Questão de berço? Não sei... Queria saber traduzir esta urgência de encanto, já que sobrevivemos num tempo de tantas distâncias, friezas e desencontros.

Renascendo

Mesmo com algumas dores e desilusões inomináveis na bagagem, não sei desistir.
É com a Palavra da Vida, poesia e boas rimas que almejo limpar dos olhos as lágrimas
e preparar um novo passo de dança.
 Que venha o recomeço, a leveza e o aconchego de viver um dia de cada vez.
Abertas estão as portas e as janelas: entre vento novo, brilhe aqui Sol da Justiça

Seja bem-vinda, calmaria

Sinto cheiro de esperança e um gosto doce de algo mais.
Seja bem-vinda, calmaria, depois dos tempos de vento forte e sabor amargo na saliva, que suportei calada, sufocando e vencendo a dor, justamente por insistir em ser FELIZZZZZZZZZZZZ!!!!!!!

24 de jul. de 2011

Dependência


Tu és oásis no deserto
Água fresca em dia quente
Se eu não parar pra beber de ti
Eu não poderei prosseguir

Diante do Trono

23 de jul. de 2011

Arco-íris

Que dias eram aqueles? Não dava pra definir. Havia por dentro uma sensação de sol e chuva: sol queimando as ilusões e chuva trazendo-as para fora. Tão à flor da pele que se entregava à paixões unilaterais, insanas, desconexas da verdade de quem era e do que precisava para si. Necessidade mesmo era não sofrer e dessa não escapava, apesar de reconhecer na carga passageira do sofrimento o passaporte para o amadurecer de que tanto precisava. Mas que dias eram aqueles? No calendário da vida, ali deveria estar escrito "equívoco". Não era. Realidade de sol e chuva fatidicamente preparada. Foi percebendo isso que, finalmente, no espelho do seu ser, viu a grandeza de quem criou sol e chuva iluminá-la e secar o dilúvio derramado no prazo de sete dias. Notara então que só depois das muitas águas derramadas é que viera a aliança do arco-íris! E essa, Ma Belle, permaneceu irrevogável. As outras coisas não!

15 de jul. de 2011

Poses delicadas


"ela é uma moça de poses delicadas, 
sorrisos discretos e olhar misterioso.

ela tem cara de menina mimada, 
um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, 
um jeito encantado de ser, um toque de intuição 
e um tom de doçura. 

ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, 
uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. 

ela é intensa e tem mania de sentir por completo, 
de amar por completo e de ser por completo. 
dentro dela tem um coração bobo, 
que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. 

ela tem aquele gosto doce de menina romântica 
e aquele gosto ácido de mulher moderna.”



Caio Fernando Abreu

O resto ao acaso

Desisti de salvar o mundo
quero salvar somente o dia
salvar a alegria do nosso encontro
então me preocupo em manter
a doçura do rosto
a leveza do traço
o balançar do corpo
meu corpo em teu abraço
então me despreocupo
me ocupo ao teu agrado
é isso que vale
o resto ao acaso.
Cáh Morandi

Suspirante

Eu não posso te prometer estar aqui pra sempre, e te fazer feliz a todo momento. Mas aqui estamos nós, e eu te prometo te fazer feliz agora, e olhar nos teus olhos agora, e afagar teu cabelo agora, e te amar com todas as forças agora, e não te deixar agora. Porque o agora é tudo o que nós temos, e eu quero estar agora com você, fazendo de cada agora nossa eternidade.

[Neemias Melo]
 Do blog: http://rabiscandoamor.blogspot.com/

1 de jul. de 2011

Incômoda

Uma das maiores lutas que por vezes sinto espreitar meus olhos é aquela que travo contra mim. Ou talvez contra o não saber defender-me das expectativas alheias, as quais acabam se tornando minhas e entrando para a lista das coisas que "se tem que ter, fazer ou viver". Chato isso! Minha solteirice incomoda e me faz alvo de comentários que me expõem. Já o incômodo que sinto por tanto tempo sozinha não é maior que a vontade que tenho de encontrar a pessoa certa, aquela que se ajustará aos meus valores e eu aos dela. Não gosto que me olhem como a triste solitária ou propagandeiem-me como se aqui morasse um ser que está em busca de alguém, seja lá quem essa pessoa for. Não! Tenho amor próprio, gosto de ser quem sou, encontro beleza no meu sorriso largo e não invejo as altas e curvilíneas. Com corpo mignon, estou mais para menina que para mulher, coisa que (pasmem!)amo! Não sinto falta de ter corpão, não me assemelho às hortifrutigranjeiras. Minha ambição é ver minh'alma vestida de grandeza, mesmo no meu manequim 36.
Como todo mundo, sonho com um amor verdadeiro, acho que viver apaixonado é uma das belezas da caminhada nesta Terra fria e penso que inverno e calor de namorado combinam como queijo com goiabada. Não sou santa, mas se quiserem uma namorada devassa, uma companheira para a balada ou para dividir o gosto por sabores alcoólicos não sirvo mesmo. Apesar disso, garanto que sem graça e insossa não são palavras que combinam com quem sou. Nem de longe!
Na vida, o medo que tenho é de não ser feliz, sozinha ou acompanhada.
Já me deixaram uma vez, nem por isso quero deixar alguém. Quero achar liberdade sendo presa da minha presa. Meu anseio é amar sem querer ir, sem me despedir, nem do outro nem de mim. 
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