Todo o meu ano 2011 está descrito aqui pela linha da falta: a ausência de mim, das escritas autobiográficas ou das frases prontas e tradutoras do que vai por dentro, de publicações da professora empenhada e dedicada refletem o desassossego, a desmotivação que apontava outros caminhos, enquanto me ensinava o valor do silêncio (verbal ou não). Estive reclusa, fechada no meu descontentamento com não sei o quê, aprendendo que não querer às vezes revela que estou me negando ao outros porque me nego a mim mesma, me recuso à estaticidade e à ausência de alegrias que me façam rir desmedidamente e acreditar sempre. O ano de tristezas sem nomes, sem rostos e aparentemente sem motivos me fez enxergar quão importante é estar livre de pesadelos emocionais. Aprendi e estou aprendendo, mas agora preciso de outras lições: daquelas que façam exercitar o sorriso de novooooo. A novidade desses doze próximos meses me limpa a alma e gera expectativas tão lindas e cheias de ânimo que fazem com que eu acorde sorrindo e querendo tudo de uma única vez.
Ah, vida, surpreenda-me todo dia.
Meu desejo de alegrias sufocantes, delirantes e inesgotáveis tem raiz profunda, fecundada no céu.
Passei os meus dias pensando sobre o que, afinal, é isso que todo mundo enche a boca para chamar de amor, como se fosse algo simplificado: defina em meia dúzia de frases, é fácil, querida. É fácil? Pois a querida não entende como uma palavrinha simples formada por apenas duas vogais e duas consoantes pode absorver um universo imenso de sensações contraditórias, diabólicas, insensatas, incandescentes e intraduzíveis. O que é amor? Já tentei explicar a mim mesma e, por mais que tente, jamais conseguirei atingir a essência dessa anarquia que dispensa palavras.
Não nasci pra incompletude: quando começo a sentir o gosto de insatisfação, a saliva reclamando não se dá com a rotina e com a falta de planos, já sei que a vida está apontando um rumo novo: dentro de mim é ponto de mudança.
"O livro não permite que fiquemos sem nos escutar. A leitura faz eu mirar em mim e acertar no que eu nem sabia que também sentia e pensava. E, por outro lado, me ajuda a matar tudo o que pode haver em mim de limitante: preconceitos, ideias fixas, hipocrisias, solenidades, dores cultuadas. Lendo, eu caço a mim e atiro em mim."
"Às vezes é preciso diminuir a barulheira, parar de fazer perguntas, parar de imaginar respostas, aquietar um pouco a vida para simplesmente deixar o coração nos contar o que sabe.
Estamos lendo o clássico Robinson Crusoé, uma história fascinante sobre a determinação, a fé e a força de vontade de um homem que esteve em torno de 28 anos longe de sua casa. Obra de ficção, é verdade. Mas já comentei com vocês que a história é baseada na vida de um marinheiro escocês que esteve por quatro anos distante de seu lar, também vítima de um naufrágio, assim como o personagem Robinson.
Conforme está exposto no material de vocês, encontra-se aqui o link para que possam ler o livro Robinson Crusoé. Aproveito a oportunidade para dizer o quanto gosto do relato desse homem corajoso e cheio de fé. MAGNÍFICA história, na minha opinião!!
Amyr Klink: o Robinson Crusoé moderno
Além da semelhança vida real/fantasia presente no livro, há um brasileiro que é para nós um verdadeiro herói moderno, um aventureiro disposto a viver intensamente cada dia e viajar, não somente por meio das leituras ou dos filmes que vê. Estou falando de Amyr Klink. Segue aí algumas informações sobre ele:
Determinação. Poucas palavras como essa servem para definir tão bem Amyr Klink, que se acostumou a tocar seu projetos muitas vezes sem dinheiro. Exigente e disciplinado, chega a dormir noites a fio ao lado do motor do barco para conferir seu funcionamento.
Nascido em São Paulo, em 25 de setembro de 1955, filho de pai libanês e mãe sueca, aos 2 anos começou a frequentar a região de Paraty (RJ) com a família. Foi essa cidade histórica do litoral brasileiro que o inspirou a navegar pelo mundo.
Desde cedo, descobriu a paixão por mapas antigos e histórias de exploradores marítimos.De remador no Clube Espéria, de 1974 a 1980, a navegador famoso em todo o mundo, Amyr alcançou proezas inéditas na exploração dos oceanos. O primeiro feito de grande repercussão foi a travessia solitária do Atlântico Sul num barco a remo, em 1984, o que contou no livro Cem dias entre céu e mar.
Iniciou o Projeto de Invernagem Antártica, em 1989, com o veleiro polar Parati. Ficou, deliberadamente, parado na Baía Dorian durante 8 meses com o propósito de observar e registrar as transformações da natureza. Sozinho, Amyr navegou 27 mil milhas, da Antártica ao Ártico, em 642 dias. Seus livros Parati - entre dois pólos e As janelas do Parati contam os detalhes e as emoções da viagem.
Em outubro de 1998, iniciou o projeto Antártica 360, visando a dar a volta ao mundo, circunavegando o continente gelado. Nessa oportunidade, Amyr conseguiu realizar o menor percurso possível, embora tenha enfrentado um mar revolto, com ondas de até 25 metros, temperaturas inferiores a 7º C negativos, com neblina e muitos icebergs.
Descubro todo dia que não tenho vocação para infelicidade permanente. A tristeza vem, ensina-me algo e vai embora, como quem sabe que não há em mim, de fato, morada para ela.