7 de mar. de 2011

BELIEVE

TER FÉ É DANÇAR NA BEIRA DO ABISMO
Friedrich Nietzsche


Homenagem merecida à querida amiga-irmã Samira Fernandes!
Amo gratuitamente, mas ela resolve sempre me encher de tanto carinho que, por fim,
acabo em débito por não encontrar chances para nos vermos mais e batermos longoooooooooosss papos.


Do Mar Íntimo

PARA O DESEJO DO MEU CORAÇÃO, O MAR É UMA GOTA
Adélia Prado



LiBeRdAdE

LIBERDADE NA VIDA É TER UM
AMOR PARA SE PRENDER
Fabricio Carpinejar


Rasgar-se


VIVER É RASGAR-SE E REMENDAR-SE
Guimarães Rosa


Confissão


Esperando pela morte
como um gato que vai pular 
na cama
sinto muita pena de
minha mulher
ela vai ver este
corpo rijo e branco
vai sacudi-lo e
talvez sacudi-lo de novo:

"Henry!"

e Henry não vai
responder.

Não é minha morte que me preocupa
é minha mulher deixada sozinha com este monte
de coisa nenhuma.

No entanto,
eu quero que ela 
saiba que dormir 
todas as noites a seu lado
e mesmo as discussões mais banais
eram coisas realmente esplêndidas

E as palavras
difíceis que sempre tive medo de
dizer podem agora ser ditas:

EU TE AMO!

(Charles Bukowski - tradução de Jorge Wanderley)


Saudade


O que valeu a pena está destinado à eternidade. 
A saudade é o rosto da eternidade refletida no rio do tempo.

(Rubem Alves)


Caber no teu abraço


Porque só ele me revira por dentro.
Só ele sabe que meu melhor talento é caber no teu abraço.

25 de fev. de 2011

Biográfico

Sou raso em tudo o que faço.
Profundo em tudo o que sinto.
Não sei o que seria de mim se fosse o contrário disto...

Roberto Lima

24 de fev. de 2011

Eu não danço conforme a música

Eu não danço conforme a música:
meu coração toca uma melodia diferente

- razão pela qual nunca me importei
por não ser a pequena bailarina
na caixinha de alguém.

(Kenia Cris - escreve em Tertúlia Pão de Queijo e Poesia Torta - No blog http://liberdadeperfeita.blogspot.com/)

21 de fev. de 2011

Pré Modernismo: autores

Oi, Galera!
Vamos de novo: Pré-Modernismooooooooo!!!!!

Um lembrete necessário: NÃO HÁVERÁ "VANGUARDAS EUROPEIAS" NA PROVA DE SEXTA".

Como prometi, aos autores:

Sobre o Euclides da Cunha, está no post anterior.

Lima Barreto: a vida nos subúrbios cariocas

Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro em 13 de maio de 1881. Era mestiço, pobre e socialista, vítima de toda sorte de preconceitos. Teve também problemas com alcoolismo, o que resultou em internação em um hospício, entre 1914 e 1919. Morreu em 1922.
O romance mais conhecido do autor é Triste fim de Policarpo Quaresma, o qual trata da vida de um patriota sonhador e que idealiza o Brasil como uma terra perfeita, tanto que deve descartar todo tipo de influência estrangeira. O desejo de valorização da pátria é levado às últimas consequências, de modo que Policarpo, funcionário público carioca, propõe a substituição da Língua Portuguesa pelo tupi guarani, idioma legitimamente brasileiro. O amor ufanista, exagerado faz com que o Major Quaresma acabe sendo alvo de terríveis críticas, riso e escárnio. O auge se dá com a internação do mesmo em um hospício, o que aqui, pode ser entendido como um ponto de contato com a biografia do autor. Policarpo é considerado o Dom Quixote Nacional: aquele que acredita em um ideal, se dá por ele, não busca vantagens pessoais e, por causa desse mesmo idealismo, é tido como louco, quando na verdade, é apenas alguém puro de intenções.
Se pensarmos em período literário, o fato de Lima Barreto se encontrar entre os pré-modernistas é justificado pela apresentação e descrição de quem é o morador dos subúrbios do Rio de Janeiro e os funcionários públicos acriocas durante o fim do século XIX e início do XX.

Monteiro Lobato: descrição do caipira paulista
Autor das famosas histórias do Sítio do Picapau Amarelo, viveu no interior e pôde observar as dificuldades e os vícios característicos da vida rural, fatos desconhecidos do Brasil "ofiicial". No livro Urupês (1918), Lobato traça o perfil do caipira que vivia pelo interior de São Paulo. É nessa obra que dá forma ao Jeca Tatu, símbolo do atraso e da miséria do caboclo brasileiro. A presença de Lobato entre os pré-modernistas é justificado por duas características: o regionalismo (o retrato da região do vale do Paraíba, em São Paulo) e a denúncia da realidade brasileira (o atraso do caipira paulista e também as queimadas e a decadência cafeeira da época). Na verdade, Lobato foi um anti-modernista, o que veremos depois ao estudar a Semana de 1922.

Graça Aranha: Brasil, a terra prometida
Autor de um único romance Canaã, romance que retrata a vida numa colônia de imigrantes europeus no Espírito Santo.

Augusto dos Anjos: a marca da angústia e do pessimismo.
Autor que recebeu influência de várias estéticas, mas não se limita a nenhuma: do Simbolismo recupera o gosto pelas imagens fortes, que despertam sensações ( no caso do autor, de asco e horror) e a preocupação com a construção formal do poema. O uso de termos científicos marca a inspiração do Naturalismo. A preferência pelo soneto traz ecos do Parnasianismo. É por essa fusão de escolas literárias que é difícil rotulá-lo como pertencente à uma determinada escola.

Veja os versos:

Budismo Moderno

Tome, Dr., esta tesoura, e ... corte
Minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo meu coração, depois da morte?!

Ah! Um urubu pousou na minha sorte!
Também, das diatomáceas da lagoa
A criptógama cápsula se esbroa
Ao contato de bronca destra forte!

Dissolva-se, portanto, minha vida
Igualmente a uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo;

Mas o agregado abstrato
das saudades
Fique batendo nas perpétuas
grades
Do último verso que eu fizer
no mundo!

Observe a ideia de angústia, o teor sombrio, o vocabulário repleto de expressões científicas (diatomáceas, célula, óvulo infecundo...), a desilusão frente à vida, o pessimismo, além do uso das palavras não-poéticas (vermes, escarro, cuspe, vômito - aquelas dos poemas vistos em sala). Inclusive, essa preferência vocabular fez com que o Augusto dos Anjos fosse apontado como o poeta do "mau gosto" pelos críticos da época.
Ao contrário dos demais autores pré-modernistas, não há preocupação social na produção do Augusto dos Anjos, viu?1

É isso!
Boa sorte, lindossssssss!!!!

20 de fev. de 2011

Sobre a plurissignificação no texto literário (válido para todas as turmas)

Neste início ou reinício de trabalho, tenho retomado com vocês  o conceito de literatura e os elementos que fazem com que um texto seja literário ou não. A famosa plurissignificação do texto literário é o que mais "pega". E não apenas para os alunos dos primeiros anos, com os quais começo a falar dessa ideia de Literatura não ter uma finalidade prática: nínguém faz literatura para informar, ensinar coisas ou fazer propaganda. A finalidade da literatura é ser ela mesma, uma arte, uma expressão estética. Isso porque os textos literários são obras de ficção. Eles não têm nenhum compromisso com o mundo real. Apesar de muitas histórias parecerem reais ( famosa verossimilhança), elas são, na verdade, pura obra da fantasia, da imaginação do autor.

Plurissignificação: a realidade "inventada" dos textos pode ser lida, interpretada, de diferentes formas. Encontrar resposta para essa multiplicidade de significados e significações não é privilégio do professor. Primeiro porque o ato literário, justamente pela liberdade que possui, não nos oferece todas as respostas; antes, nos enche de outras dúvidas que, ao serem exploradas, nos revelam o que é o ser humano, como sente, pensa, como poderia agir e como age. É um encontro permanente do homem consigo mesmo, e isso é muito legal!!!
 Bem, corrigindo, eu acho muito legal e sei que com vocês nem sempre é assim, pelo menos no início. Algumas vezes, vejo nos olhos dos alunos, após os meus comentários sobre as interpretações de um texto poético, por exemplo, a seguinte indagação: "mas como é que eu vou saber que o texto está dizendo isso????" Respondo agora: é uma questão de treino! Só isso!

As verdades do texto estão no texto e são do texto. Por isso a diferença entre texto literário e não-literário: o literário cria uma realidade subjetiva, inventada, que até pode parecer real, mas é somente no texto. Já o não-literário é a verdade de fato, a notícia, o jornal, as receitas, o manual de instruções, ou seja, tudo aquilo que foi escrito com o objetivo de informar. 

Veja como a professora Bianca, do blog literarizando.wordpress.com, expõe essa diferenciação: 
  • Vampiros existem?
  • Animais falam usando linguagem verbal?
  • A morte pode decidir fazer greve e deixar de matar pessoas?
Resposta para todas essas questões: não, salvo se você considerar essas realidades dentro de obras ficcionais. Em histórias de Drácula, True Blood e Nosferatu, vampiros existem. Em fábulas, contos de fada, Crônicas de Nárnia, desenhos do Scooby Doo e obras equivalentes, animais falam. Em As intermitências da morte, romance de José Saramago (que morreu ano passado), a morte faz greve e para de matar. É, ela fica revoltada porque ninguém gosta dela e resolve dar um tempo para os seres humanos sentirem como ela faz falta. E, como você pode ver pelo fato de Saramago ter morrido, isso só acontece em histórias.
Portanto, a realidade do mundo prático, aquele que eu gosto de chamar de empírico, esse mundo nosso, do cotidiano é uma. Se alguém nele te disser que viu um vampiro de verdade, e que isso não foi sonho, e essa pessoa tiver mais de 8 anos de idade, você está diante de alguém que tem problemas. Chame um psiquiatra. Gente que já passou da infância e está confundido realidade co fantasia está passando por problemas sérios.
Se, no entanto, que confunde a verdade do mundo real, do mundo empírico, com a verdade/realidade dos livros de ficção, do cinema, dos contos de fada, tiver menos de 8 anos, tudo bem. Reconhecer o que é imaginário e o que é verdadeiro é uma aprendizagem. Só não vale tirar vantagem disso para assustar primos e irmãos pequenos, tá? No máximo, deixa a criança curtir um pouquinho a fantasia, se ela trouxer sensações boas e não for perigosa.  

Veja o que acontece com quem acredita que o texto literário se comprometecom as verdades absolutas: o vídeo a seguir é sobre a história de uma menina que leu Crepúsculo e levou a sério demais! :)

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