16 de jun. de 2010

Com vocês: Dom Casmurro!

 Já que, neste junho frio de doer até a alma, estamos em clima machadiano, vejam o livro clip da obra Dom Casmurro, nosso próximo alvo de estudos.

A cartomante, Machado de Assis

Oi, pessoal da 8ª série!

Vocês são testemunhas: eu bem que tentei passar o vídeo sobre o conto A CARTOMANTE. Sei lá, essas tecnologias andam de mal comigo, gente! Logo eu, tão boazinha!!! (rsrsrs). Já que o som não colaborou muito, deixo aqui para vocês assistirem com calma, no doce sossego do lar...

Beijos!!!



Marisa Monte: é fugere urbem puro!!!!

Pessoal,

Vejam, abaixo, a letra da canção Vilarejo, da Marisa Monte. Assim como o poema do Drummond que trabalhamos em sala, a música é um diálogo moderno com a temática do Arcadismo.

Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão

Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá

Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real

Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá

Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa

Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar

Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for.

Observem que a descrição do vilarejo como um lugar capaz de "acalmar o coração", lugar de perfeição e equilíbrio é muito semelhante às características árcades que estudamos. Aqui, merece destaque o fugere urbem, a fuga da cidade, afinal, como diz a letra, até o "Paraiso se mudou para lá", por isso o convite para viver em um lugar tão harmonioso, de tanta paz, clara oposição à correria das cidades que ameaça corromper, stressar e deixar o homem, de ontem e de hoje, doidãooooooooooooooo. Há também o culto ao locus amoenus, a aurea mediocitas e o bucolismo, presenças fortes do Arcadismo.


Beijão!
Boa Prova, Lindosssss!

14 de jun. de 2010

Arcadismo: eu quero uma casa no campo!!!!!!!!!!!!!

Galerinha dos 1ºs anos,

Deixo aí, abaixo, dois vídeos sobre o Arcadismo.


Ao término desta semana, vocês farão uma prova com o intuito de verificar o que apreenderam até aqui desse estilo de época que visa contrapor os exageros do movimento Barroco.É a ideia da casa no campo, da vida simples, mas tudo tão artificial: digo isso para que você se lembre de uma característica importantíssima para se entender a produção árcade: o convencionalismo. Convencional é aquilo que é resultado de uma convenção, de um acordo, um pacto. Bem, os poetas árcades estavam acordados sobre, no mínimo, dois pontos: entendiam que a produção barroca era exagerada e de mau gosto, sabiam também que o modelo clássico, da Antiguidade Clássica (aquele praticado no Classicismo) e autores como Horácio e Virgílio eram sinônimos de bom gosto, de equilíbrio, racionalidade e de bela escrita. Assim, a produção literária árcade é o resultado da imitação dos modelos greco-latinos de produção poética. Se imitar, nos dias atuais, é entendido como plágio, naquela época saber fazer uma boa imitação era ser um bom poeta.

Se você não entendeu ainda, leia a explicação abaixo:
O termo Arcadismo se deve ao batismo das academias literárias com o título de Arcádias. Essas academias já existiam no século XVII, durante o Barroco. Era nelas que os poetas europeus se reuniam para discutir técnicas de poesia e mostrar suas composições em saraus que eram bastantes competitivos. Naquela época, o poeta que compusesse os textos mais desafiadores da linguagem, com maior inventidade poética, mais palavras difíceis e rebuscamentos de expressão, mais desafiadores à compreensão do leitor (ou seja, os mais difíceis), era considerado o melhor. Só que com o passar do tempo, eles exageraram tanto no rebuscamento que a coisa começou a ser considerada de mau gosto. Esse processo é muito natural. As academias existiam já desde o século XVII. E nessa época elas eram academias. No século XVIII, alguém, que achava que essa história de rebuscar muito a linguagem artística era coisa velha e brega, e que apreciava a linguagem simples e elegante da poesia clássica de Virgílio e Horácio (grandes expoentes da literatura romana e grega), achou que deveria fundar uma academia completamente diferente das que existiam. Um clube descolado, só para gente que embarcasse na nova onda de fazer uma arte completamente diferente da que se fazia na época. E uma academia assim tinha que ter um nome descolado. Como esses dois poetas falavam tanto em campo e coisa e tal, e esse campo era principalmente o da Arcádia, a região da Grécia famosa por seus pastores e rebanhos, lá veio uma ideia: o nome descolado, que vai representar bem quem somos e do que gostamos vai ser esse: Arcádia. Eu fico imaginando isso como escolher um nome de banda de rock daquelas bem pops. E como logo depois sempre vem as marias-vai-com-as-outras que adoram imitar quem lança moda, tome a pipocar academia com o nome de Arcádia aqui e ali. E daí veio o nome Arcadismo: o estilo de poesia cultivado dentro das arcádias.
Uma das bases históricas e filosóficas do Arcadismo é a Revolução Francesa com seus ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Se por sermos iguais, devemos todos ser fraternos, devemos também lutar para que todos sejam livres, em todos os níveis de liberdade que existem. Devemos levar àqueles menos afortunados a possibilidade de tomarem as rédeas de suas próprias existências e combater aqueles que impedem que as pessoas sejam livres e dignas em igualdade. Devemos combater as elites aristocráticas.E o que poesia tem com isso? Tudo. Simplificando a linguagem (inutilia truncat), ao invés de escrever para essa elite, o Arcadismo possibilita que todos possam desfrutar da poesia com igualdade. Assumindo a imagem do pastor que vive em aurea mediocritas (uma vida preciosa em sua simplicidade), o poeta é solidário com os pobres (tá, que pobreza não é miséria, mas pelo menos você dizer que dá para ser feliz sendo pobre é um alento para quem é miserável, não é mesmo?).

Viram que combinação feliz. O pastor, que já era uma figura querida porque os árcades queriam imitar Virgílio e Horácio, ganha ainda mais valor, porque os árcades vão querer ser solidários ao povo. Bonitinho né? Pena que artificial. Afinal, quem escreve, nessas sociedades europeias e brasileira, no século XVIII, é quem tem dinheiro para ser esclarecido. E quem tem esse dinheiro acha lindo que se fale em igualdade social. Desde que não se mexa com o dele.


Resumindo no que deu isso: um grande articialismo. Porque poeta árcade que é poeta árcade acha lindo ir viver em num lugarzinho tranquilo (locus amoenus), numa casinha no campo (fugere urbem), aproveitando a vida. Desde de que, é claro, não mexam no dele. Ou vocês acham que os senhores bacharéis foram pegar na enxada e saíram de suas confortáveis casas na cidade?
Acabou-se que a teoria era linda, mas a prática era tão complicada… E ficou a coisa só como convenção. Quem quer defender o Iluminismo na poesia, entra numa Arcádia, adota um pseudônimo de pastor e manda brasa nos versos. Depois, os árcades fechavam os livros e cadernos e tudo voltava a ser como era antes.

(Adaptado de: www.literarizando.blogspot.com)
 
Há mais textos, vídeos e estudos sobre o movimento árcade no arquivo do blog, basta conferir na coluna ao lado: Por assunto- Arcadismo. 

Agora vejam os vídeos: 

9 de jun. de 2010

Novo vídeo: arte com areia

O vídeo a seguir tem como temática os horrores da segunda guerra mundial. Apesar do evento trágico e vergonhoso para a história da humanidade, o vídeo é maravilhoso e emocionante.

8 de jun. de 2010

Avaliação 8ª série "O espelho e outros contos machadianos"

Pessoal,

Como prometi, selecionei alguns dos contos do livro para a avaliação na próxima aula.
Uma leitura atenta assegura uma boa prova, então leiam com um dicionário em mãos, para resolver problemas de vocabulário, e depois voltem ao texto, numa leitura analítica, sem interrupções.

Procurem sempre entender a temática do texto, a presença do narrador, a ironia, a descrença na natureza humana, o pessimismo e a análise psicológica, itens tão marcantes na escrita de Machado de Assis. Retomem também os textos de apoio e vídeos que trabalhamos em sala (basta olhar no arquivo do blog).

Boa prova, Queridos!

Segue a lista dos contos:

O espelho
Verba Testamentária
O caso da vara
Galeria Póstuma
Noite de Almirante

Obs.: todos os contos foram trabalhados em sala, portanto, sem moleza!

No site Domínio Público (http://www.dominiopublico.gov.br) vocês encontram todos os contos, caso não possuam ainda o livro.

Beijão!

28 de mai. de 2010

INDISCIPLINA BIOGRÁFICA

Eu busco um jeito bem parecido com o que preciso para escapar da indisciplina do que sou.

Essa indisciplina gostosa de ser, de amar como amo, sem muitos medos, só rascunhos de inseguranças.

Trago os olhos cheios de nostalgia e vontade de encher o universo de uma vida muita minha.

Ando enfeitando meus dias de saberes ainda muito vãos para o que quero:
ser presa de mim, porém serva de quem tem todo poder.

Apaixonada pelo mar que ainda não vi, amante de olhos cor de piscina ou escuridão, dançarina das horas no recôndito do meu quarto...

Só mesmo o querer me alimentando. Querer querendo, desejar desejando conhecer.
Baixa estatura, corpo mignon: disfarce, eles não sabem e nem percebem que debaixo dessa pele há uma cria de leão com alma de gigante.

Coração de menina, sonho de construir casa, de bater na cara do passado escasso, de voar mais alto porque condição e herança de águia tenho.

No fundo, não me dou se não me jurarem que não mais me deixarão. E ainda se me jurarem, não crerei. 

Até que a vida me prove o contrário, só conheço a  primeira chance, a segunda pertence ao tempo de algum dia... talvez o dia de sempre. 

Quero esquecer como se  forma a nuvem escura...!
Viver agora é pra ver o sol brilhar!

Eu apenas queria que você soubesse

A dupla divina, poesia e música, lindamente na letra e voz de Gonzaguinha.

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira


Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé


Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida

De olho no vestibular: livros PAES 2010

Alunos e amigos,

Abaixo, deixo três links para os livros do vestibular da Unimontes 1ª Etapa. O "Poemas escolhidos", de Claúdio Manoel da Costa, de fato, só é encontrado em Domínio Público. Os "Sermões Escolhidos", do Padre Antônio Vieira também estão em Domínio público, mas a editora indicada pela Unimontes é a Martin Claret.

Clique nos links a seguir para ler e baixar duas das indicações da primeira etapa:

Em Domínio Público consta também o livro "Casa Velha", de Machado de Assis, indicado para a 2ª Etapa do PAES. Veja o link:
Casa Velha, Machado de Assis 

Brevemente publicarei comentários sobre as obras.

Beijão!

27 de mai. de 2010

Viver: campo minado de incertezas

"...porque a vida ri-se das previsões e põe palavras onde imaginávamos silêncios e súbitos regressos quando pensávamos que não voltaríamos a encontrar-nos." 
José Saramago, em A Viagem do Elefante

18 de mai. de 2010

Quando o próprio amor vacila, Maria Bethânia

 No vídeo abaixo há um poema (de autoria desconhecida, por mim, pelo menos!) lindamente declamado pela Maria Bethânia.
É emocionante, tira o ar, acelera o batimento e rouba dos pés o chão.

 

"Eu te amo de alma para alma e mais que as palavras
ainda que seja através delas que eu me defenda quando digo que te amo
mais que o silêncio dos momentos difíceis quando o próprio amor vacila."


LINDOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Um pouco de Clarice (Mas Clarice nunca é pouco...) - Para a Querida Andréia Souto

Poema de Clarice Lispector: tão humano que me deixa envergonhada dessa condição passageira que nos embaça a visão daquilo que de fato é bom e frutífero.

Anseio de Poemar




















Seria só mais um pouco dos outros em mim, ou 
uma quantidade do meu ser  versado por outras bocas, 
outras mãos, outros poemas? 

Ando me entregando aqui: essa criatura frágil que sou, 
amante de alguém que ainda não sei, 
dona de um masoquismo ansioso de poemar. 

Não é questão pra rima. É encanto pelas palavras alheias,
devoção aos grandes autores, condição de minha pequenês. 
Identidade não, tradução sequer.

É o tirar a máscara, aí resta apenas delirantes gritos 
de deslumbre ao ver as palavras tão bem arrumadas e elegantes, 
exalando amor, doçura, dor, encanto.

Dany Ribeiro
Powered By Blogger

Flickr