Pessoal,
Estou deixando para estudo os slides que vocês viram em sala na última aula.
Há alguns que ainda não foram explorados. Comentarei sobre o conteúdo deles em nosso próximo encontro.
Clique aqui para ver os slides sobre o Classicismo
Bjão!
10 de mar. de 2010
3 de mar. de 2010
Estudo do texto "Gennaro" - 8ª Série
ATENÇÃO!
Trabalho para ser feito em dupla e entregue no dia 09/03. Pode ser feito de modo manuscrito ou digitalizado. É preciso estar organizado, ter capa contendo nomes, série, turma, disciplina e nome do professor. Boa leitura e bom trabalho!
Após a leitura do conto “Gennaro” (Clique aqui para ler), faça o que é pedido:
1) Identifique no texto:
a) Personagens; tempo; tipo de narrador e foco narrativo.
2) Observe a forma como as duas mulheres do texto são caracterizadas.
a) Que adjetivos são usados para qualificá-las?
b) Podemos afirmar que são típicas mulheres do Ultrarromantismo? Por quê?
3) Leia com atenção:
Amor platônico pode ser entendido como o amor à distância, que não se aproxima, não toca, não envolve, revestindo-se de fantasias e idealizações. O objeto do amor é o ser perfeito, detentor de todas as boas qualidades e sem máculas. Parece que o amor platônico distancia-se da realidade, e, como foge do real, mistura-se com o mundo do sonho e da fantasia.
No conto em questão, a presença do amor platônico inicialmente se dá em qual dos pares: Gennaro e Laura ou Gennaro e Nauza? Explique sua resposta com elementos retirados do texto.
4) Quais acontecimentos sucederam os encontros amorosos de Gennaro e Laura?
5) Em sua opinião, Gennaro é culpado pelo fim de Laura? Por quê?
6) Após a morte de Laura, qual é a atitude de Godofredo, pai da jovem?
7) O distanciamento de Godofredo facilita a aproximação de Gennaro e Nauza. Explique a afirmativa baseando-se na narrativa.
8) Releia o seguinte trecho:
Uma noite houve um fato pasmoso.
O mestre veio ao leito de Nauza. Gemia e chorava aquela voz cavernosa e rouca: tomou-me pelo braço com força, acordou-me, e levou-me de rasto ao quarto de Laura. Atirou-me ao chão: fechou a porta.
Que fatos misteriosos ocorrem a partir desse instante da narrativa?
9) Ao levar Gennaro para fora da cidade, para um local escuro, ermo, qual era a intenção do pintor Godofredo? Sua tentativa obteve sucesso? Por quê?
10) Ao se ver livre da morte, Gennaro resolve ir ao encontro do mestre. Duas ideias passam pela sua cabeça, uma oposta a outra. Com suas palavras, reconte tais ideias.
11) O que Gennaro encontra ao chegar à casa de Godofredo Wash?
12) Faça uma listagem das características do Ultrarromanstimo presentes no texto.
2 de mar. de 2010
Atenção 8ª séries: CONTO "GENNARO", (ROMANTISMO)
Olá, pessoal da 8ª série (Agora é 9º ano, né?!!!!)
Conforme informei em sala, deixo aqui o link para o conto Gennaro (clique aqui para ler), parte da obra Noite na Taverna. Esse conto está entre as histórias contidas no nosso livro "Histórias do Romantismo". Bem, como o livro ainda não chegou, vamos adiantando nossa vida, né?!!!
Vocês deverão ler o conto, buscar compreendê-lo e então responder ao que é pedido abaixo. Muiiiiiiiiiito importante é perceber que se trata de um conto do período literário chamado de Romantismo, mais especificamente do Ultrarromantismo, onde o amor e a ideia de morte estão sempre presentes.
Outras características são os cenários sempre escuros, sombrios, a noite como lugar dos acontecimentos mais misteriosos. Há também uma aura de depressão, de remorso, de tristeza, melancolia que norteia as produções dos ultrarromânticos. Precisa ser observada a participação da mulher: muitas vezes descrita como um ser branco, alvo, pálido, semelhante a um anjo. O amor é platônico, ou seja, não há contato físico, apenas idealização, desejo, fantasia. Pode ser que no decorrer da história o contato venha a realizar-se, porém é relevante observar como a mulher se torna alvo da veneração do homem, como se fosse uma entidade divina, pura, perfeita.
Outras características são os cenários sempre escuros, sombrios, a noite como lugar dos acontecimentos mais misteriosos. Há também uma aura de depressão, de remorso, de tristeza, melancolia que norteia as produções dos ultrarromânticos. Precisa ser observada a participação da mulher: muitas vezes descrita como um ser branco, alvo, pálido, semelhante a um anjo. O amor é platônico, ou seja, não há contato físico, apenas idealização, desejo, fantasia. Pode ser que no decorrer da história o contato venha a realizar-se, porém é relevante observar como a mulher se torna alvo da veneração do homem, como se fosse uma entidade divina, pura, perfeita.
Bom trabalho, pessoas chiques e internacionais!
Lembre-se que é para a próxima aula (dia 09/03).
Solicitei a vocês três recortes de revistas, iguais àqueles que trabalhamos em sala hoje. Escolham três gravuras, imagens interessantes e cole-as em uma folha de cartolina, ou qualquer outro papel mais durinho, e leve para a sala na próxima terça.
É para terça também o texto que VOCÊS não terminaram hoje e a ficha literária!
Beijão!!!!
28 de fev. de 2010
Romantismo: 8ª série
Olá, pessoal!
Em sala estamos comentando sobre a escola literária chamada de Romantismo. Uma das gerações, a Ultrarromântica, tem como bandeira as ideias de morte e amor levadas às últimas consequências.
O livro "Histórias do Romantismo" nos dá um panorama do que foi esse estilo de época e nos permite o conhecimento prévio sobre o que vocês verão no segundo ano: o Romantismo, seu contexto de época e principais autores.
Agora pode ser que vocês ainda não percebam, mas mais adiante entenderão muito bem o porquê do enfoque do nosso trabalho hoje...
Deixo abaixo um comentário sobre o conto GENNARO (que consta no nosso livro). É um trecho do livro Noite na Taverna, de Álvares de Azevedo, um dos maiores nomes dessa escola literária.
O conto – Gennaro - relata o envolvimento do narrador, aprendiz de pintura, com a bela jovem Nauza, segunda mulher de seu mestre Godofredo Walsh, e com sua filha, fruto do primeiro casamento de Godofredo. Gennaro nutre temporariamente por Nauza, um amor platônico.
Laura, a filha de 15 anos, assedia Gennaro pelos corredores da casa e ...
Este, apesar de amar Nauza, ...
Gennaro silencia e a moça cai em depressão.
Certa noite, Godofredo flagra o ...
Esse fato se repete inúmeras vezes, mas Gennaro descobre que, de fato, Godofredo era sonâmbulo, portanto, repetia o gesto em estado de inconsciência.
Um dia, Gennaro é levado por Godofredo para o alto de uma montanha e...
Gennaro, acuado por Godofredo, diante de um precipício, sabe que deve se matar ou que será assassinado.
Volta à casa de Godofredo inicialmente para pedir perdão, mas ao encontrar o punhal do mestre, ...
Agora só lendo mesmo para saber como se darão os acontecimentos nesse conto cheio de mistério, sedução, traições e mortes.
Bem-vindos, caros alunos, às Histórias do Romantismo!
O vídeo abaixo é sobre uma das histórias contidas no livro Noite na Taverna. Assistam-no para que possam se familiarizarem e perceberem o universo de Gennaro, protagonista do conto acima, e também dos contos ultrarromânticos. Bjão!
24 de fev. de 2010
Marketing Pessoal: entrevista com Mário Persona
Mais um material valioso para vocês, futuros ocupantes das melhores vagas em Montes Claros!
Marketing Pessoal: entrevista com Mário Persona (Texto Adaptado)
Como o senhor define marketing pessoal? Quais são seus pontos relevantes?
A pessoa corre o risco de abusar das estratégias de marketing e passar uma imagem arrogante? Como evitar os excessos?
Marketing Pessoal: entrevista com Mário Persona (Texto Adaptado)
Como o senhor define marketing pessoal? Quais são seus pontos relevantes?
Mario Persona - Marketing pessoal é um conjunto de ações e atitudes adotadas pelo profissional com a finalidade de revelar o que tem de melhor para o mercado e criar relacionamentos de confiança. Não difere muito do marketing de produto na forma como é planejado e colocado em prática, mas possui um grau bem maior de sutilezas, já que estamos falando de um "produto" que é vivo, fala, anda, tem sentimentos e que não pode ser tirado do mercado para ser oferecido em nova versão, ou com o qual não é possível fazer um recall para trocar peças. Se o "produto" não funcionar, dificilmente ele consegue voltar ao mesmo mercado. O ponto principal do marketing pessoal está em ter e ser algo de valor para o mercado. Isso não se consegue de uma hora para outra porque envolve, além de competências adquiridas, caráter, postura, atitude, temperamento e tantas outras coisas que são inerentes da natureza humana, muitas delas vindas do berço. Outro ponto está na bagagem, que no marketing pessoal é o conhecimento que a pessoa é capaz de transformar em um produto de valor para seu mercado. Isso exige habilidade, já que há muita gente que sabe muito e não consegue vender nada de si, enquanto outros com um conhecimento mediano têm e vendem exatamente aquilo que é percebido como valor por seu mercado.
Em que situação/momento da vida de um profissional o marketing pessoal realmente se faz necessário? Existem aquelas que se negam a melhorar e por isso pagam caro por isso?
Mario Persona - Em todas as situações e momentos da vida, o profissional precisa se preocupar com a aplicação na prática de seu plano de marketing. Sim, ele deve ter na cabeça um plano de como pretende se posicionar no mercado, para que público, com que habilidades, preço e resultados. Exatamente como você faria com o marketing de um produto. Embora eu dê exemplos assim, que estão mais relacionados à imagem, é importante lembrar que marketing não é propaganda, mas um conjunto de ações das quais a propaganda é uma das ferramentas promocionais. Aliás, no marketing pessoal a propaganda convencional é a que deve ser menos utilizada, pois sempre deixa aquela impressão de "querer aparecer". O ideal é que o profissional seja visível, mas que deixe a publicidade por conta de clientes e amigos satisfeitos que tenham prazer em divulgar seu nome e trabalho.
A pessoa corre o risco de abusar das estratégias de marketing e passar uma imagem arrogante? Como evitar os excessos?
Mario Persona - Sim, certamente. Nem sempre é fácil evitar isso pela grande diversidade de reações e leituras que as pessoas fazem de uma imagem. Por exemplo, para alguns ter sua foto no site pode passar uma ideia de familiaridade e de coragem de se expor, de mostrar a cara. Isso pode ser visto por alguns como uma forma de o profissional dizer que é um ser humano que está ali, com todas as rugas e imperfeições de um ser humano, mas que também não se esconde atrás de uma logomarca ou de alguma foto comprada mostrando uma equipe feliz. Por outro lado alguns podem interpretar a simples presença de uma foto como auto-promoção e vontade de aparecer. O profissional deve ponderar que público pretende atingir e como esse público irá interpretar sua maneira de expor sua imagem. Eu adotei, para meu trabalho, a imagem daquilo que eu sou no dia-a-dia, extremamente brincalhão, um pouco irreverente e sempre rindo de alguma coisa. Isso pode não atrair pessoas com uma mente mais cartesiana, que buscam uma imagem séria para um consultor. Mas como meu foco hoje está mais colocado em palestras e treinamentos, que necessariamente devem ter alguma dose de humor para as pessoas não dormirem, entendo que minha imagem condiz com meu trabalho e com o tipo de público que pretendo atingir. Em outras circunstâncias eu seria obrigado a alterar esse estilo de exposição. Os excessos também têm dois lados. O que pode ser visto como excesso por alguns será interpretado como inovação por outros.
Quais as qualidades naturais de uma pessoa que o marketing reforça? E quais os defeitos que ele, digamos assim, pode disfarçar?
Mario Persona - Uma pessoa com facilidade de comunicação terá alguma vantagem em seu marketing pessoal, pois será capaz de interagir com mais gente. Relacionamentos, virtuais ou pessoais, também valem ouro nessa área. Todavia, mesmo pessoas menos comunicativas e com poucos relacionamentos podem ter sua capacidade potencializada graças ao seu conhecimento singular e à satisfação que conseguem gerar nos clientes atendidos. Eles se incumbem de divulgar seu trabalho e indicá-lo. O contrário é o problema. Pessoas arrogantes, prepotentes, que não conseguem se relacionar ou que tratam todo mundo mal estão com os dias contados nessa nova economia onde é impossível ficar conhecido apenas em um pequeno círculo.
Mario Persona é consultor, escritor e palestrante. Veja em http://www.mariopersona.com.br/
Oficina da Comunicação: Marketing PESSOAL
Olá, pessoal do 2º módulo Informática, turma "A"!
Apesar de não ter sido possível ver os vídeos em sala na última segunda-feira, vim cumprir minha promessa de que deixaria postado aqui! Apreciem sem moderação!
Vídeo 1:
Vídeo 2:
Vídeo 3:
Deixem comentários sobre o que acharam interessante nos vídeos vistos!
Bom restante de semana para todos e até segunda-feira, se Deus quiser!
Apesar de não ter sido possível ver os vídeos em sala na última segunda-feira, vim cumprir minha promessa de que deixaria postado aqui! Apreciem sem moderação!
Vídeo 1:
Vídeo 2:
Vídeo 3:
Deixem comentários sobre o que acharam interessante nos vídeos vistos!
Bom restante de semana para todos e até segunda-feira, se Deus quiser!
Para a galerinha do 1º Ano
Olá, pessoal!
Tardei a aparecer para deixar o post que prometi. Mas tardar não é faltar e venho cumprir a promessa.
Bem, conforme conversamos em sala, a nossa "prova" (eta, nome incoerente!) será sobre o pouco que vimos até então quanto ao que é Literatura.
Você precisa se lembrar que não há um conceito unívoco, mas que a Literatura pode ser entendida como a arte da palavra, pois o artista ao "trabalhar" os possíveis sentidos de um termo, cria significados simbólicos, os quais ultrapassam o sentido objetivo, reconhecido como verdade absoluta, a concepção dicionarizada.
Vamos ao texto então:
Explicação de poesia sem ninguém pedir
Um trem de ferro é uma coisa mecânica,
mas atravessa a noite, a madrugada, o dia,
atravessou minha vida,
virou só sentimento.
Adélia Prado
No poema, o significado de trem de ferro vai além da descrição funcional (coisa mecânica): ele representa as chegadas e partidas, traz ou leva pessoas de quem gostamos e, assim, "atravessa" a vida das pessoas, transforma-se em sentimento.
Fica tudo bem claro para você, aluno esperto, que prestou atenção nas palavras do poeta Manoel de Barros lidas em sala:
O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa era a
imagem de um vidro mole que fazia uma volta atrás de casa.
Passou um homem depois e disse: Essa volta que o
rio faz por trás de sua casa se chama enseada.
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que
fazia uma volta atrás de casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
A literatura cria as condições para que também nós, leitores, olhemos de modo inovador para o mundo e, ao fazer isso, reconheçamos uma beleza que, à primeira vista, não parecia estar ali.
Além disso, a literatura exerce alguns papéis importantes na sociedade, como: ajudar o homem a sonhar, descansando-o dos problemas cotidianos; provocar reflexão sobre a realidade (já que sozinha não consegue mudar o mundo), instigando o homem a mudar de comportamento; denunciar a realidade, ensinando-nos a construir uma vida melhor, isso sem falar no prazer que o hábito de ler proporciona a quem o possui.
Aqui, vale fazer uma pausa para falar dos gêneros literários.
Gênero é a denominação que damos ao conjunto de obras que possuem características semelhantes de forma e conteúdo.
Em sala falamos sobre a definição clássica, cunhada pelo filósofo grego Aristóteles, a qual pressupõe três gêneros:
O Épico: são aquelas narrativas que contam os feitos extraordinários de um herói. Segundo Aristóteles, é a palavra contada, ou seja, é o bom e velho "contar histórias".
É importante guardar na memória que esse gênero evoluiu, adquiriu outras formas. Hoje temos como uma vertente do gênero épico, o GÊNERO NARRATIVO. Assim, os romances, contos, novelas e crônica são parentes dos textos épicos, pois também se prestam a narrar uma história ficcional. Uma diferença importante reside no fato de que o herói dessas novas narrativas são pessoas comuns, e não mais seres predestinados por deuses para salvar o seu povo. Modernamente, o herói é uma pessoal "normal", o que o define como personagem destaque é a força de seu caráter.
O Lírico: gênero ligado à expressão do mundo interior, ou seja, fala de sentimentos, emoções e estados de espírito (não é só amor não, hein!). A palavra cantada, conforme a definição aristotélica.
Pegue aí o texto da Florbela Espanca (Fanatismo - este poema foi gravado pelo cantor Raimundo Fagner!), aquele que está na nossa folha de exercícios:
Nos dois primeiros quartetos, o eu lírico (uma mulher) revela a força do amor que sente: seus olhos enxergam apenas o amado (por isso "andam cegos"), que se transformou na sua própria vida, o sentimento que toma conta de seu ser.
No dois últimos tercetos, ao ouvir a opinião de outras pessoas sobre a transitoriedade do amor ("tudo no mundo é frágil, tudo passa"), o eu lírico responde que o ser amado passou a ser seu "princípio" e seu "fim".
Após da análise do poema, de observar essa dedicação cega, absoluta fica fácil entender porque seu título é Fanatismo, não é mesmo?!!!
O Dramático: são os personagens "em ação". É o texto sendo dramatizado, encenado. Exemplo claro é o teatro que conhecemos hoje, o qual possui o seu germe na Antiguidade Clássica. Com mais tempo conto a história desse gênero, ok?!
Mas, enfim, o que torna um texto literário?
A linguagem e o uso que se faz dela são as chaves: em um texto literário temos uma dimensão estética, plurissignificativa, que possibilita a criação de novas relações de sentido, com predomínio da função poética da linguagem. No texto não-literário, a preocupação é com a informação mais objetiva, real, científica, dicionarizada.
Pessoal, boa prova!
Procurem interpretar bem tudo o que aparecer para ser lido.
Não se precipite: Literatura é para aqueles que contemplam as palavras, sem pressa, sem medo e com amor!
Beijos!
Ps.: Beijo especial para o Marcelo do 1ºB: ele foi super educado hoje pedindo para entrar e uns "sem-noção" ficaram de piadinha (eta, povo!). É isso aí, Marcelo! Adorei!
Outro beijo para o Filipe do 1ºA e um pedido público de desculpas pela resposta pouco gentil que dei a ele ontem. Perdão, querido! Você é um tesouro e ninguém tem o direito de tratá-lo de qualquer modo, sem dar a devida atenção que você merece!
7 de fev. de 2010
E tudo mudou... Luis Fernando Veríssimo
E tudo mudou...
O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
'Problemas de moça' viraram TPM
Confeti virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal
Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do 'não' não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bike
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita ?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...
.... De tudo.
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
'Problemas de moça' viraram TPM
Confeti virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal
Ninguém mais vê...
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do 'não' não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bike
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita ?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...
.... De tudo.
Inclusive de notar essas diferenças.
(Luiz Fernando Veríssimo)
Ler devia ser proibido (o vídeo)
Há algum tempo postei aqui o texto "Ler devia ser proibido" de Guiomar de Grammon.
Agora encontrei o vídeo e gostaria de compartilhá-lo com vocês que visitam meu blog.
Agora encontrei o vídeo e gostaria de compartilhá-lo com vocês que visitam meu blog.
28 de jan. de 2010
22 de jan. de 2010
Por que ler?
Numa entrevista dada à revista Veja, o crítico literário norte americano Harold Bloom, autor do livro Como e por que ler, respondeu assim a essa pergunta:
A informação está cada vez mais ao nosso alcance. Mas a sabedoria, que é o tipo mais precioso de conhecimento, essa só pode ser encontrada nos grandes autores da literatura. Esse é o primeiro motivo por que devemos ler. O segundo motivo é que todo bom pensamento, como já diziam os filósofos e psicólogos, depende memória. Não é possível pensar sem lembrar - e são os livros que ainda preservam a maior parte de nossa herança cultural. Finalmente, este motivo está relacionado ao anterior, eu diria que uma democracia depende de pessoas capazes de pensar por si próprias. E ninguém faz isso sem ler.
Revista Veja, nº 1685
20 de jan. de 2010
Conselhos durante um terremoto
Não é só no Haiti que ocorre terremotos.
Os tremores, as "incômodas acomodações" estão aí todos os dias lutando para nos desestruturar e nos fazer perder o eixo das coisas, da paisagem, da própria vida.
Os tremores, as "incômodas acomodações" estão aí todos os dias lutando para nos desestruturar e nos fazer perder o eixo das coisas, da paisagem, da própria vida.
Mas assim como no Haiti (ou no México, ou quem sabe dentro de cada um de nós...!) é preciso manter viva em cada sobrevivente a essência de que o Novo a ser construído costuma ser superior ao que outrora existia. É mais uma vez uma questão de olhar: olhar pra vida e pra história de cada um com a convicção de que "há tanta vida lá fora, aqui dentro sempre, como uma onda no mar...".
Re-publicação em homenagem ao querido Germano!
Eis aí a fórmula da sobrevivência, do reconstruir-se.
Vale a pena ler! É a minha crônica favorita: sensível e forte.
A ruína nos dá lições de vida.
Desabam prédios no centro da cidade do México num estrondoso terremoto. Racham pias, os espelhos se partem, água escura irrompe das paredes e tudo começa a afundar. Na rua os carros balançam igual gelatina, começa uma chuva apocalíptica de vidros e depois tijolos, ferro e pó, até que a morte se esconda sob os escombros.
Mas a todo instante nos chegam notícias de que bebês sobreviveram seis dias sob os destroços, casais resistiram sob os entulhos, e outros, apesar de desabarem inteiramente com os edifícios, chegaram ao solo intatos.
Então é lícito pensar que, embora muitos pereçam, a ruína nos dá lições de vida. Pois desabam os casamentos, os negócios, a saúde e os regimes, mas não se sabe de onde nem por que milagre surgem forças, propiciando o resgate e nos livrando do total aniquilamento.
Todos já estivemos e estaremos em algum terremoto. Um terremoto é quando a paisagem nos trai. Um terremoto é quando se quebrou a solidariedade entre o seu ponto de vista e as coisas. Um terremoto não é só quando o caos demoniacamente toma conta do cosmos. Um terremoto, eu lhe digo o que é: é a hora da traição da natureza. Ou da traição também dos homens, se quiserem. Um terremoto, minha amiga, é quando como agora você está se separando. Você me diz de soslaio, como que saindo, querendo-e-não-querendo conversar, você vai me dizendo que seu casamento está desmoronando. Você está embaixo da pele, com a voz meio sepultada lançando um grito de socorro, e aqui com a equipe de salvamento lhe posso apenas lançar a frase: a ruína nos dá lições de vida.
Terremoto é a hora da traição do amigo, que invejoso concorre como inimigo e lança fel onde a amizade era mel, e envenena a rima de seus dias sendo Caim em vez de Abel.
Por isto, há que afixar conselhos sobre a hora do terremoto. Como nos abrigos antiatômicos, nas indústrias do perigo, há que adiantar as medidas a serem tomadas quando o terremoto vier. Daí o primeiro conselho em caso de tal tragédia: não entre em pânico acima do tolerável. Lembre que todo terremoto é passageiro. Porque este é o sortilégio dos terremotos: nenhum terremoto é permanente, embora muitos e tanta coisa nele pereçam para sempre. Mesmo os mais profundos e autênticos cataclismos não duram mais que pouquíssimos, embora diabólicos, minutos. Vai ser terrível, mas vai passar.
Outro conselho: embora rápido e fulminante, nada garante que ele não torne a se repetir. Há que estar atento também para o fato de que esse movimento de terra é interior e exterior. O que desabou por cima não é tudo. É sintoma apenas do que se moveu por baixo. Naqueles terremotos do México, depois do primeiro e do segundo, as agências noticiaram um outro, mas que foi apenas subterrâneo. Diziam: é a acomodação das camadas geológicas. Incômoda acomodação é essa. Mas um terremoto autêntico vem mesmo das profundas e a superfície só vai se acalmar quando as camadas geológicas lá dentro se ajeitarem de novo.
Sobretudo, depois do terremoto há que aprender com as ruínas. Por que os engenheiros que me perdoem, mas a ruína é fundamental. É a hora do retorno. E se vocês me permitissem discretamente citar Heidegger, com ele eu diria que a ruína só é negativa para aquele que não entende a necessidade da demolição. Pois a tarefa do homem é refazer-se a partir de suas ruínas. Temos mais é que catar os cacos do caos, catar os cacos da casa, catar os cacos do país. Depois da demolição das fraudes, desmontando a aparência do ontem, poderemos nos erguer na luminosidade do ser. Ruína, neste sentido, não é decadência. Ao contrário: é a hipótese do soerguimento.
As ruínas do presente nos ensinam que um terremoto é quando não há mais o centro das coisas. E no México foi o centro, o centro do centro ¾ a capital, que foi arrasada. Mas aprendendo com a ruína, ali já nos prometem o verde. Já tracejam planos de jardins onde crianças e flores povoarão o amanhã.
Amigo, amiga: terremotos ocorrem sempre e muitos aí perecem. Mas a função do sobrevivente é sobreviver reconstruindo.
A ruína, além da morte, nos dá lições de vida.
Afonso Romano de Sant'Anna
30 de dez. de 2009
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