
Amo poesia! Ser poético ou entender a poesia nossa de casa dia é uma dádiva. Li este poema e achei tão verdadeiro... Imediatamente fui remetida à uma frase do Afonso Romano de Sant'Anna, na qual diz que não dizer a verdade é também uma forma de amar (é o que chamamos de "cumplicidade"). Então está aí. Espero que gostem. Recomendo a leitura do livro "Manual da Delicadeza de A a Z", da Roseana Murray.
O JOGO DA VERDADE
A verdade é um labirinto.
Se digo a verdade inteira,
se digo tudo o que penso,
se digo com todas as letras,
com todos os pingos nos is,
seria um deus-nos-acuda,
entraria um sudoeste pela janela da sala.
Então eu digo a verdade possível,
e o resto guardo a sete chaves
no meu cofre de silêncios.
A verdade é um labirinto.
Se digo a verdade inteira,
se digo tudo o que penso,
se digo com todas as letras,
com todos os pingos nos is,
seria um deus-nos-acuda,
entraria um sudoeste pela janela da sala.
Então eu digo a verdade possível,
e o resto guardo a sete chaves
no meu cofre de silêncios.
Aproveitando a deixa, mais dois poemas
UNIVERSO
A ciência, com muita poesia,
descobriu que somos feitos
com a mesma matéria
das estrelas,
e até nossos pensamentos
brilham, estelarmente.
Por isso convém andar
com delicadeza e cuidado:
nossos gestos e palavras
- já que também somos estrelas -
podem mudar o universo.
Roseana Murray(Manual da Delicadeza de A a Z)
CALAR É FINA FORMA DE AMAR
Preciso do teu silêncio cúmplice
Sobre minhas falhas. Não fale.
Um sopro, a menor vogal
pode me desamparar
e se eu abrir a boca
minha alma vai rachar.
O silêncio, aprendo,
pode construir.
É um modo
denso/tenso
de coexistir.
Calar, às vezes,
É fina forma de amar.
(Affonso Romano de Sant´Anna, poeta e cronista mineiro)
UNIVERSO
A ciência, com muita poesia,
descobriu que somos feitos
com a mesma matéria
das estrelas,
e até nossos pensamentos
brilham, estelarmente.
Por isso convém andar
com delicadeza e cuidado:
nossos gestos e palavras
- já que também somos estrelas -
podem mudar o universo.
Roseana Murray(Manual da Delicadeza de A a Z)
CALAR É FINA FORMA DE AMAR
Preciso do teu silêncio cúmplice
Sobre minhas falhas. Não fale.
Um sopro, a menor vogal
pode me desamparar
e se eu abrir a boca
minha alma vai rachar.
O silêncio, aprendo,
pode construir.
É um modo
denso/tenso
de coexistir.
Calar, às vezes,
É fina forma de amar.
(Affonso Romano de Sant´Anna, poeta e cronista mineiro)
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