Em
um dos muitos templos gregos dedicados a Afrodite, um mortal comentou que uma
das filhas do rei era mais bela do que a própria deusa do amor. Tratava-se da
princesa Psiquê (Alma). Logo o boato da sua formosura espalhou-se por toda a
Grécia. Homens de todas as partes vinham para contemplar a beleza da mortal,
abandonando de vez o templo de Afrodite. Ao saber do abandono do seu templo às
ruínas, em prol da beleza de uma simples mortal, Afrodite é acometida de uma
violenta cólera e desejo de vingança. Decide que a princesa Psiquê, responsável
pelo desvio dos homens, deverá ser punida. A deusa pede ao filho Eros, que vá
até a mortal, que com a suas flechas do amor, fira-a de maneira que se apaixone
pelo ser mais desprezível de toda a Grécia, fazendo-a uma mulher infeliz. Eros
desce do Olimpo, com a perversa missão de envolver Psiquê na mais triste e
destruidora das paixões. Mas Eros, ao deparar-se com mulher tão bela, é ferido
pelas próprias setas, apaixonando-se perdidamente por ela. Vencido pelo
sentimento inesperado, Eros volta ao Olimpo, mentindo para a mãe, dizendo à
deusa que cumprira a missão. Afrodite sente-se vingada.
Apaixonado
pela bela princesa, Eros não sabe como viver o seu amor por ela sem que a mãe
fique sabendo. Envolto pela paixão, ele confessa os sentimentos ao deus Apolo,
que promete ajudá-lo.
De
longe, Eros faz com que a amada não goste de mais ninguém. Apesar de ser a mais
bela das três irmãs, Psiquê não se apaixona por pretendente algum. Vê as irmãs
desposarem homens ricos, mas não se convence a amar ninguém. Ela não sabe da
existência do amor de Eros, mas pressente-o. A alma sente o amor invisível e
próximo, e mesmo sem o conhecer ou ver, aguarda e chama por ele. A princesa
torna-se prisioneira de uma solidão voluntária.
Preocupados
com o destino da filha, os pais procuram o oráculo de Apolo.