De que são feitos os dias?
- De pequenos desejos,
vagarosas saudades,
silenciosas lembranças.
Entre mágoas sombrias,
momentâneos lampejos:
vagas felicidades,
inatuais esperanças.
De loucuras, de crimes,
de pecados, de glórias
- do medo que encadeia
todas essas mudanças.
Dentro deles vivemos,
dentro deles choramos,
em duros desenlaces
e em sinistras alianças.
Cecília Meireles
11 de jul. de 2012
18 de jun. de 2012
Eros e Psiquê
EROS E PSIQUÊ: ENCONTRO DO AMOR
COM A ALMA
Em
um dos muitos templos gregos dedicados a Afrodite, um mortal comentou que uma
das filhas do rei era mais bela do que a própria deusa do amor. Tratava-se da
princesa Psiquê (Alma). Logo o boato da sua formosura espalhou-se por toda a
Grécia. Homens de todas as partes vinham para contemplar a beleza da mortal,
abandonando de vez o templo de Afrodite. Ao saber do abandono do seu templo às
ruínas, em prol da beleza de uma simples mortal, Afrodite é acometida de uma
violenta cólera e desejo de vingança. Decide que a princesa Psiquê, responsável
pelo desvio dos homens, deverá ser punida. A deusa pede ao filho Eros, que vá
até a mortal, que com a suas flechas do amor, fira-a de maneira que se apaixone
pelo ser mais desprezível de toda a Grécia, fazendo-a uma mulher infeliz. Eros
desce do Olimpo, com a perversa missão de envolver Psiquê na mais triste e
destruidora das paixões. Mas Eros, ao deparar-se com mulher tão bela, é ferido
pelas próprias setas, apaixonando-se perdidamente por ela. Vencido pelo
sentimento inesperado, Eros volta ao Olimpo, mentindo para a mãe, dizendo à
deusa que cumprira a missão. Afrodite sente-se vingada.
Apaixonado
pela bela princesa, Eros não sabe como viver o seu amor por ela sem que a mãe
fique sabendo. Envolto pela paixão, ele confessa os sentimentos ao deus Apolo,
que promete ajudá-lo.
De
longe, Eros faz com que a amada não goste de mais ninguém. Apesar de ser a mais
bela das três irmãs, Psiquê não se apaixona por pretendente algum. Vê as irmãs
desposarem homens ricos, mas não se convence a amar ninguém. Ela não sabe da
existência do amor de Eros, mas pressente-o. A alma sente o amor invisível e
próximo, e mesmo sem o conhecer ou ver, aguarda e chama por ele. A princesa
torna-se prisioneira de uma solidão voluntária.
Preocupados
com o destino da filha, os pais procuram o oráculo de Apolo.
4 de jun. de 2012
Lindezas
Tudo o que me parece meio bobo é sempre muito bonito, porque não tem
complicação. Coisa simples é lindo. E existe muito pouco.
complicação. Coisa simples é lindo. E existe muito pouco.
Caio F.
2 de jun. de 2012
Literatura em cena: Biotécnico
Olá, galera do Biotécnico!
Como disse em sala em nossa última aula, estou deixando aqui os links para os textos que deverão ser apresentados. Bom trabalho!
Clique em Édipo Rei,Sófocles
( Há uma excelente adaptação juvenil chamada "A maldição de Édipo", de Luiz Galdino. Não me lembro de tê-la visto na biblioteca. Vale a pena vocês buscarem-na, pois a linguagem tá bem boazinha e o texto adaptado para o público jovem.)
Deixo aqui um trailler sobre o texto:
Sobre o mito Narciso e a ninfa Eco, achei os textos da net muito resumidos. Vou buscar alguma outra boa fonte e repasso para vocês. Mas vocês também podem procurar em bibliotecas ou ainda em dicionários de mitologia, ok?!!!
Segue um vídeo para adiantar a vocês um pouco do enredo:
O próximo na lista é Tristão e Isolda, esta obra eu tenho, portanto emprestarei para que possam lê-la pra o trabalho da equipe, ok?
Aqui, trailler de Otello, de William Shakespeare, obra que também não tem nenhum correspondente aqui na internet à altura. Fica o vídeo, mas tem o livro na biblioteca, viu?
E, para terminar, A Megera Domada, também de Shakespeare, possui também bons exemplares na biblioteca da escola. Indico o da coleção Reencontro, da editora Scipione (um da capinha verde).
Bom trabalho, pessoal! Brilhem!
Como disse em sala em nossa última aula, estou deixando aqui os links para os textos que deverão ser apresentados. Bom trabalho!
Clique em Édipo Rei,Sófocles
( Há uma excelente adaptação juvenil chamada "A maldição de Édipo", de Luiz Galdino. Não me lembro de tê-la visto na biblioteca. Vale a pena vocês buscarem-na, pois a linguagem tá bem boazinha e o texto adaptado para o público jovem.)
Deixo aqui um trailler sobre o texto:
Sobre o mito Narciso e a ninfa Eco, achei os textos da net muito resumidos. Vou buscar alguma outra boa fonte e repasso para vocês. Mas vocês também podem procurar em bibliotecas ou ainda em dicionários de mitologia, ok?!!!
Segue um vídeo para adiantar a vocês um pouco do enredo:
O próximo na lista é Tristão e Isolda, esta obra eu tenho, portanto emprestarei para que possam lê-la pra o trabalho da equipe, ok?
Aqui, trailler de Otello, de William Shakespeare, obra que também não tem nenhum correspondente aqui na internet à altura. Fica o vídeo, mas tem o livro na biblioteca, viu?
E, para terminar, A Megera Domada, também de Shakespeare, possui também bons exemplares na biblioteca da escola. Indico o da coleção Reencontro, da editora Scipione (um da capinha verde).
Bom trabalho, pessoal! Brilhem!
26 de mai. de 2012
Namore uma garota que lê
Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.
Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.
Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criado pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.
6 de mai. de 2012
"...Pode me provar pra eu ser aprovado: sei que vim do pó e do sopro de vida, então me faz pequeno pro Senhor crescer em mim...
Se quiser levar tudo o que tenho, pode levar, veio de Tuas mãos, mas deixe-me apenas com meu coração, porque foi onde você pôs a mão e me curou..."
Marcelo Aguiar, na canção "Me dá poder de filho"
Da estatura do que sonha
Sonhe alto, sempre e mais.
Faça a cada dia a vida
Na medida do seu sonho.
Sonhe e, ao mínimo gesto,
Seu ser inteiro empreste.
Sua marca em tudo ponha
Que o homem não é alto
Nem é baixo e se faz...
Da estatura do que sonha!
(Elcio Fernandes)
Eu tantas vezes não tenho sabido ser grata: a gente se entristece com uma meia dúzia (ou mais..) que não nos ama e deixa de se alegrar pelos muitos que têm a nossa existência por valiosa! É bom saber reconhecer que, apesar das oposições, mais numerosos são os que nos amam! Obrigada, de coração, aos queridos que fazem meus dias serem mais floridos, mesmo no inverno rigoroso da vida!
Novo de novo
Recomeçar é o jeito que tenho de assumir que não deu certo a tentativa, mas é também a mais linda forma de continuar vivendo com a marca de quem nasceu para ser divinamente feliz!
Que venha o novo de novo!
4 de mai. de 2012
Romantismo: prosa!
Oi, galera do segundo ano!
Começamos aqui a conhecer a teoria sobre o prosa romântica, isso porque a aplicação vocês conhecem pelas telenovelas, as quais se inspiraram (e cansaram!) as fórmulas dos romances do século XVIII.
Os vídeos a seguir ajudam a relembrar nossas conversas de sala de aula. Eu adoroooo o professor dessas aulas virtuais: acho uma figuraça!
Bjos!
Até mais!
Começamos aqui a conhecer a teoria sobre o prosa romântica, isso porque a aplicação vocês conhecem pelas telenovelas, as quais se inspiraram (e cansaram!) as fórmulas dos romances do século XVIII.
Os vídeos a seguir ajudam a relembrar nossas conversas de sala de aula. Eu adoroooo o professor dessas aulas virtuais: acho uma figuraça!
Bjos!
Até mais!
29 de abr. de 2012
27 de abr. de 2012
Preso por vontade
"Liberdade
na vida é ter um amor pra se prender. A gente reclama muito da
dependência, mas como é maravilhosa a dependência, confiar no outro,
confiar no outro a ponto de não somente repartir a memória, mas repartir
as fantasias. Confiar no outro a ponto de esquecer quem se foi assim
que o outro esteja junto, é talvez chegar em casa e contar seu dia e só
sentir que teve um dia quando a gente conta como foi. É como se o ouvido
da outra pessoa fosse nossos olhos.
Amar é uma confissão. Amar é justamente quando um sussurro funciona melhor que um grito. Amar é não ter vergonha de nossas dúvidas, é falar uma bobagem e ainda se sentir importante. É lavar louça e nunca estar sozinho. É arrumar a cama e nunca estar sozinho. É aquela vontade danada de andar de mãos dadas durante o dia e de pés dados durante a noite."
Fabrício Carpinejar
Amar é uma confissão. Amar é justamente quando um sussurro funciona melhor que um grito. Amar é não ter vergonha de nossas dúvidas, é falar uma bobagem e ainda se sentir importante. É lavar louça e nunca estar sozinho. É arrumar a cama e nunca estar sozinho. É aquela vontade danada de andar de mãos dadas durante o dia e de pés dados durante a noite."
Fabrício Carpinejar
Aos céus por mim
"Senhor, livra-me de tudo que não suporta meu sorriso, minha risada alta, minha gentileza, minha educação, meu amor nos olhos, meu coração gigante, minha esperança eterna e a minha fé irreversível. Amém !"
Camila Heloíse (adaptado)
25 de abr. de 2012
Alice no País das Maravilhas
BATE-PAPO PÓS-LEITURA
ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
Em todos os
tempos, sempre surge uma voz que vai contra as convenções sociais. Essa voz
pode não falar explicitamente, mas ela está lá, ela existe. Eis o caso de Lewis
Carroll e de seu livro Alice no País das
Maravilhas.
Podemos realizar
uma leitura ingênua da obra de Lewis Carroll, atentando apenas para o enredo,
personagens... Ou uma análise crítica,
que vê na fuga de Alice para o mundo mágico uma forma de censurar a sociedade
opressora na qual vivemos.
Vamos à segunda
hipótese.
Uma menina
enfadada dá inicio a história de absurdos aparentes. Assim, temos uma série de fatos que serão
desencadeados por causa da garota Alice que, sentada juntamente com sua irmã,
começava a cansar-se por não ter nada (de interessante) para fazer.
Se considerarmos
Alice como um indivíduo pertencente à sociedade comum, o seu estado de tédio,
cansaço, aborrecimento, pode ser entendido como sendo causado pelo contexto
social. Esse mesmo tédio é quebrado pelo elemento mágico, introduzido pelo
Coelho Branco, que desperta em Alice a curiosidade e a vontade de ir atrás do
novo, do diferente, da aventura, isto é, ela sai da apatia, para o movimento,
para a mudança.
Ao ir atrás do
Coelho Branco, a menina entra na toca sem pensar como sairia dali ou quais
seriam as consequências de seus atos. Nessa atitude da menina temos uma
transgressão em relação ao que se espera do comportamento infantil: a
obediência e a conformidade.
Na Inglaterra
Vitoriana da época (século XIX), as crianças eram educadas para que se
comportassem como “miniadultos”. A sociedade acreditava que, para se
desenvolverem as virtudes no comportamento infantil, era necessário que as
crianças tivessem a plena consciência de que há a culpa e a aprovação. Assim, o
universo dos pequeninos era povoado por esses dois conceitos que, ao final,
eram regidos por um único: o medo da punição.
A personagem
Alice, porém, foge a esse padrão amedrontado. Ela se aventura, vai em busca da
diversão, do diferente, do prazer que a experiência poderia trazer, sem pensar
nas punições. Até aqui, você, leitor atento, já percebeu que a história realça,
entre outras coisas, o valor de ser livre, de viver sem censuras bobas, o
inconformismo com o que não nos faz feliz. Exemplo disso é que quando o mundo
mágico deixa de ser divertido, no capítulo final, no momento em que Alice está
em um tribunal sem regras e enfrenta a Rainha de Copas, ela acorda: o seu
percurso de diversão acaba no momento em que a aventura termina. Ela desperta
de seu sonho, voltando para a realidade.
Agora que
terminamos nossa leitura, vemos que Alice não é uma obra escrita com o
propósito de moralizar e manipular o leitor, levando-o a acreditar que determinado
padrão é sempre correto e aceitável, ou ainda que a “lógica” é o certo e a
falta dela é errado. Não! O contexto é que faz o sentido. E a falta, aparente,
dele pode ser o mais apropriado em certas situações. Lembram-se do NONSENSE? Prova do dito é que há uma série de inversões e
subversões na história, justamente para que pensemos em como as situações, a
vida e os poderes que a regem são relativos e podem (e devem) ser questionados
quando parecerem simples imposições que não trarão melhorias para ninguém.
Vale lembrar que
um dos questionamentos mais significativos do livro se refere à figura da
Rainha. O contexto ajuda a explicar: na época em que Lewis Carroll publicou o
seu livro Alice no país das maravilhas,
estava no trono a Rainha Vitória, importante figura, tanto social quanto
economicamente, para a Inglaterra do século XIX. Mas essa rainha, embora fosse
uma importante figura para a sociedade inglesa, tinha o poder político
limitado. A Rainha de Copas, invenção do autor, dentro do sistema maluco que é
o País das Maravilhas, quase não tem
poder de decisão, assim como a Rainha Vitória dentro da monarquia do período.
Os seres mágicos a temem, é verdade, mas as suas ordens de decapitação nunca
são cumpridas, como o personagem Grifo diz para Alice: “– Ora, ela é que é
engraçada – disse o Grifo. – Você sabe, isso tudo é fantasia dela: nunca
executam ninguém.” Ela é caracterizada irritadiça e autoritária, que vê nas
decapitações a solução para todos os problemas: “A Rainha só tinha um meio de
remover todas as dificuldades. – Cortem-lhe a cabeça! – gritou, sem voltar-se
sequer na direção apontada”. Alice enfrenta a autoridade da Rainha do País das Maravilhas, abertamente, pelo
menos duas vezes: quando ela encontra a Rainha pela primeira vez e no tribunal.
Enfrentar a
Rainha é uma maneira de se opor ao sistema, uma vez que ela é a representante
dele, ou seja, esse ato é a concretização da busca da libertação de uma
rigidez, que diz o que deve ser feito. Alice, uma criança, enfrenta a Rainha e
põe “em xeque” o seu poder e o seu julgamento.
Em uma obra que
pode ser lida como a representação da fuga da realidade para um mundo de
fantasia livre das regras sociais, um mundo que critica a realidade, enfrentar
o poder real e não ser punido é o ápice da libertação da rigidez e da opressão.
E Alice é a representante de tal desejo, concretizando-o no mundo da fantasia,
livre da punição que esse desrespeito com a autoridade da rainha traria.
Percebeu? Ler um
livro literário é um convite a descobrir sentidos: alguns estão facilmente
postos na superfície das linhas do texto, outros (os mais interessantes!)
aguardam um leitor atento, crítico e sensível, disposto a dialogar, questionar
e tornar a obra uma nova produção, porque o poder questionador faz o texto, por
fim, ser também de quem o lê.
Ler é mesmo um ato transformador!
Enfrentar a
Rainha é uma maneira de se opor ao sistema, uma vez que ela é a representante
dele, ou seja, esse ato é a concretização da busca da libertação de uma
rigidez, que diz o que deve ser feito. Alice, uma criança, enfrenta a Rainha e
põe “em xeque” o seu poder e o seu julgamento.
Eis, a seguir, alguns vídeos sobre Alice no País das Maravilhas!
Beijos para você, queridos alunos!
Aqui, uma trecho de uma peça teatral bem inusitada! Super legal!
Neste, uma leitura da obra feita somente com imagens: uma forma também interessante de se (re)contar histórias.
O próximo vídeo é o clipe do filme Alice, aquela versão mais moderninha.
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