14 de out. de 2011
Com calma e clareza
"Às vezes é preciso diminuir a barulheira, parar de fazer perguntas, parar de imaginar respostas, aquietar um pouco a vida para simplesmente deixar o coração nos contar o que sabe.
E ele conta. Com a calma e a clareza que tem."
Ana Jácomo
Transparentemente
Meu Deus,
Desejo ser água limpa, ser ovelha e não lobo, ter transparência nos olhos e na alma beijos bons.
Que eu não esconda nunca meu olhar a fim de que não vejam o que corrego por dentro.
A vontade mais forte é ter paisagem de sol e esperança de céu na vida que trago na existência curta que me destes.
23 de ago. de 2011
Robinson Crusoé, Daniel Defoe
Olá, Galerinha!
Clique aqui para ler e/ou baixar o livro
Amyr Klink: o Robinson Crusoé moderno
Além da semelhança vida real/fantasia presente no livro, há um brasileiro que é para nós um verdadeiro herói moderno, um aventureiro disposto a viver intensamente cada dia e viajar, não somente por meio das leituras ou dos filmes que vê. Estou falando de Amyr Klink. Segue aí algumas informações sobre ele:
Determinação. Poucas palavras como essa servem para definir tão bem Amyr Klink, que se acostumou a tocar seu projetos muitas vezes sem dinheiro. Exigente e disciplinado, chega a dormir noites a fio ao lado do motor do barco para conferir seu funcionamento.
Estamos lendo o clássico Robinson Crusoé, uma história fascinante sobre a determinação, a fé e a força de vontade de um homem que esteve em torno de 28 anos longe de sua casa. Obra de ficção, é verdade. Mas já comentei com vocês que a história é baseada na vida de um marinheiro escocês que esteve por quatro anos distante de seu lar, também vítima de um naufrágio, assim como o personagem Robinson.
Conforme está exposto no material de vocês, encontra-se aqui o link para que possam ler o livro Robinson Crusoé. Aproveito a oportunidade para dizer o quanto gosto do relato desse homem corajoso e cheio de fé. MAGNÍFICA história, na minha opinião!!
Clique aqui para ler e/ou baixar o livro
Amyr Klink: o Robinson Crusoé moderno
Além da semelhança vida real/fantasia presente no livro, há um brasileiro que é para nós um verdadeiro herói moderno, um aventureiro disposto a viver intensamente cada dia e viajar, não somente por meio das leituras ou dos filmes que vê. Estou falando de Amyr Klink. Segue aí algumas informações sobre ele:
Determinação. Poucas palavras como essa servem para definir tão bem Amyr Klink, que se acostumou a tocar seu projetos muitas vezes sem dinheiro. Exigente e disciplinado, chega a dormir noites a fio ao lado do motor do barco para conferir seu funcionamento.
Nascido em São Paulo, em 25 de setembro de 1955, filho de pai libanês e mãe sueca, aos 2 anos começou a frequentar a região de Paraty (RJ) com a família. Foi essa cidade histórica do litoral brasileiro que o inspirou a navegar pelo mundo.
Desde cedo, descobriu a paixão por mapas antigos e histórias de exploradores marítimos.De remador no Clube Espéria, de 1974 a 1980, a navegador famoso em todo o mundo, Amyr alcançou proezas inéditas na exploração dos oceanos. O primeiro feito de grande repercussão foi a travessia solitária do Atlântico Sul num barco a remo, em 1984, o que contou no livro Cem dias entre céu e mar.
Iniciou o Projeto de Invernagem Antártica, em 1989, com o veleiro polar Parati. Ficou, deliberadamente, parado na Baía Dorian durante 8 meses com o propósito de observar e registrar as transformações da natureza. Sozinho, Amyr navegou 27 mil milhas, da Antártica ao Ártico, em 642 dias. Seus livros Parati - entre dois pólos e As janelas do Parati contam os detalhes e as emoções da viagem.
Em outubro de 1998, iniciou o projeto Antártica 360, visando a dar a volta ao mundo, circunavegando o continente gelado. Nessa oportunidade, Amyr conseguiu realizar o menor percurso possível, embora tenha enfrentado um mar revolto, com ondas de até 25 metros, temperaturas inferiores a 7º C negativos, com neblina e muitos icebergs.
Fonte: http://www.amyrlink.com.br/
Vejamos os vídeos agora:
O primeiro é uma reportagem curtinha do Jornal Nacional sobre velejadores solitários, entre eles o Amyr Klink. Eu gostei muito!
Este vídeo é mais visual e traz o Amyr Klink lendo uma parte do livro escrito por ele sobre as aventuras no mar .
Espero que tenham gostado, Bonitos!
Beijo grande!!!
21 de ago. de 2011
Vocacionada
Descubro todo dia que não tenho vocação para infelicidade permanente. A tristeza vem, ensina-me algo e vai embora, como quem sabe que não há em mim, de fato, morada para ela.
20 de ago. de 2011
Lágrimas em fatias
Os cílios agarraram-se às pálpebras quando tentei fechar meus olhos. Mas você assoprou e todos voaram.
De novo nasceram e de novo voaram. Não faça mais isso!
Quem vai cortar a lágrima em fatias no dia em que você for embora?
Rita Apoena
Desconsolo do tempo
Guardei meus melhores poemas, ensaiei palavras, suspiros e olhares para ver você chegar. Tá tudo aqui sendo consumido pelo tempo, esse relógio de ponteiros que marca somente sua ausência...
O amor, essa força incontida
Ah..Não tente explicar
Nem se desculpar
Nem tente esconder
Se vem do coração
Não tem jeito, não
Deixa acontecer
O amor, essa força incontida,
Desarruma a cama e a vida
Nos fere, maltrata e seduz
É feito uma estrela cadente
Que risca o caminho da gente
Nos enche de força e de luz
Vai debochar da dor
Sem nenhum pudor
Nem medo qualquer
Ah...sendo por amor
Seja como for
E o que Deus quiser...
Vinicius de Moraes
Nem se desculpar
Nem tente esconder
Se vem do coração
Não tem jeito, não
Deixa acontecer
O amor, essa força incontida,
Desarruma a cama e a vida
Nos fere, maltrata e seduz
É feito uma estrela cadente
Que risca o caminho da gente
Nos enche de força e de luz
Vai debochar da dor
Sem nenhum pudor
Nem medo qualquer
Ah...sendo por amor
Seja como for
E o que Deus quiser...
Vinicius de Moraes
10 de ago. de 2011
Atividade 1º Ano - O texto poético
Pessoal,
Obrigada por me lembrarem do que prometi: deixar a atividade aqui no blog.
Eis aí o link.
Cabeça de professor não vale nada!!!!!!!!!!!!! Afffffffffffffffff!!!!
Beijos!
O Texto Poético
Obrigada por me lembrarem do que prometi: deixar a atividade aqui no blog.
Eis aí o link.
Cabeça de professor não vale nada!!!!!!!!!!!!! Afffffffffffffffff!!!!
Beijos!
O Texto Poético
5 de ago. de 2011
REVISÃO: Modernismo e Pós-modernismo
ATENÇÃO!!!!
Clique aqui para ler o texto Literatura pós-moderna
No fnal dessa postagem, constam também os slides referentes à matéria trabalhada em sala.
Bom estudo!!!!
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Olá, Moçada!
Clique aqui para ler o texto Literatura pós-moderna
No fnal dessa postagem, constam também os slides referentes à matéria trabalhada em sala.
Bom estudo!!!!
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Olá, Moçada!
Bem, quando pensamos e falamos em Modernismo e tendências contemporâneas é preciso primeiro lembrar que a proposta de 1922 é criar uma literatura desprendida de passadismos, uma linguagem que traduza o homem brasileiro como ele de fato é, como fala no dia a dia e ainda o que pensa e sente os vários tipos humanos presentes nas diversas regiões do país.
A primeira geração, por exemplo, enfoca seu olhar, por meio de diversos autores, em temas como: a crítica e a construção de uma linguagem genuinamente nacional (Oswald de Andrade); a busca pelo redescobrimento do Brasil, especialmente São Paulo, e pela liberdade formal (Mário de Andrade); a valorização do cotidiano e das coisas simples da vivência (Manuel Bandeira).
Já na segunda geração, a consciência social e o misticismo dominam as temáticas: o desejo é refletir sobre o "estar no mundo". A inovação é que os poetas se sentem à vontade para retomarem princípios formais na poesia: a ideia de destruição de tudo o que fosse herança clássica é deixada de lado. Os poetas se sentem livres para criar, mas se for preciso utilizar estruturas poéticas e também sintáticas tradicionais, tudo bem! É o momento do grande Carlos Drummond de Andrade: poeta de uma obra vasta, mas que pode ser sintetizada na busca pelo valor da memórias da infância em Itabira, a reflexão sobre as vivências humanas, num forte cunho filosófico, a transformação social que a arte pode possibilitar e o lindo e belo amorrrrrrrrrrrr. Temos também a primeira mulher a alcançar lugar na poesia nacional: Cecília Meireles. Numa atitude nitidamente simbolista (se você não se lembra do que é o Simbolismo, dê uma olhadinha na postagem anterior, feita para o segundo ano!), enfoca a sensibilidade e a intuição como formas de interpretar o mundo. Temos ainda o poeta do Eros, maravilhoso e apaixonante Vinícius de Morais. Aquele que canta o amor como ninguém. Murilo Mendes também desponta no cenário nacional como quem traz o olhar surrealista para suas produções: o sentimento de humanidade e a consciência social são sempre associados à dimensão espiritual, do sonho, do absurdo aparente.
Já na segunda geração, a consciência social e o misticismo dominam as temáticas: o desejo é refletir sobre o "estar no mundo". A inovação é que os poetas se sentem à vontade para retomarem princípios formais na poesia: a ideia de destruição de tudo o que fosse herança clássica é deixada de lado. Os poetas se sentem livres para criar, mas se for preciso utilizar estruturas poéticas e também sintáticas tradicionais, tudo bem! É o momento do grande Carlos Drummond de Andrade: poeta de uma obra vasta, mas que pode ser sintetizada na busca pelo valor da memórias da infância em Itabira, a reflexão sobre as vivências humanas, num forte cunho filosófico, a transformação social que a arte pode possibilitar e o lindo e belo amorrrrrrrrrrrr. Temos também a primeira mulher a alcançar lugar na poesia nacional: Cecília Meireles. Numa atitude nitidamente simbolista (se você não se lembra do que é o Simbolismo, dê uma olhadinha na postagem anterior, feita para o segundo ano!), enfoca a sensibilidade e a intuição como formas de interpretar o mundo. Temos ainda o poeta do Eros, maravilhoso e apaixonante Vinícius de Morais. Aquele que canta o amor como ninguém. Murilo Mendes também desponta no cenário nacional como quem traz o olhar surrealista para suas produções: o sentimento de humanidade e a consciência social são sempre associados à dimensão espiritual, do sonho, do absurdo aparente.
Podemos ainda falar sobre o Romance de 30: a retomada do olhar realista e o aprofundamento do projeto pré-modernista: descrever e mostrar o Brasil aos brasileiros, demonstrando como a realidade socioeconômica interfere na vida dos seres humanos. Grandes nomes são Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Jorge Amado e Érico Veríssimo.
Pós-Modernismo
A arte pós-moderna é marcada pela diversidade: não há um projeto literrário definido. Os modos de expressão da realidade são multiplicados, mas de modo geral a literatura acaba buscando expressar a profunda crise de valores pela qual o mundo passa, em todos os campos. Vocês devem se lembrar da frieza, do desajuste familiar, da violência urbana e tantos outros aspectos que pudemos levantar ao ler e assistir o conto Passeio Noturno, do Rubem Braga.
Certo,
Importante lembrar a vocês que estamos em fase de conhecer e explorar a poética do Augusto dos Anjos. A produção e interpretação de alguns poemas dele estarão em sua prova. Mas você, aluno sempre atento, não terá problemas com isso, afinal, já vimos o conteúdo em sala durante a visitação ao Pré-modernismo e também agora, no estudo das obras da Unimontes.
Seguem aí os links para os slides de sala de aula:
Modernismo
Modernismo Prosa
Literatura Contemporânea
A poesia de 45
Boa Prova!
Seguem aí os links para os slides de sala de aula:
Modernismo
Modernismo Prosa
Literatura Contemporânea
A poesia de 45
Boa Prova!
REVISÃO: Parnasianismo e Simbolismo
Pessoal,
Vamos a nossa revisão básica:
PARNASIANISMO: A LINGUAGEM COMO DEUSA
Vaso Chinês
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa. Alberto de Oliveira
Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto,
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E ao vir do Sol, saudoso e em pranto
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado-amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Têm o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.
Vamos às características importantes do Parnasianismo:
- Opção por uma poesia descritiva.
- Preocupação com a forma, preferência pelo soneto.
- Tentativa de manter uma postura mais racional diante do objeto e dos temas tratados, sem o excesso sentimental dos românticos.
- Resgate de temas da Mitologia greco-romana.
- Defesa da "arte pela arte": a poesia deveria ser composta como um fim em si mesma, sem preocupação social ou como lugar de demonstrações de sentimentos, mágoas e lamentos.
- Escolha das palavras exatas para compor rimas e versos perfeitos.
SIMBOLISMO: O DESCONHECIDO SUPERA O REAL
Outra escola importante, situada na virada do século XIX, é o Simbolismo:
Vamos às características da estética:
-Valorização dos sentidos e das sensações
-Correspondência simbólica entre o mundo visível e as essências
-Uso da sinestesia
-Centralização no "eu", não há preocupação social
Há algumas outras características que são próprias de algum poetas da época:
Cruz e Sousa
Ó solidão do Mar, ó amargor das vagas,
ondas em convulsões, ondas em rebeldia,
desespero do Mar, furiosa ventania,
boca em fel dos tritões engasgada de pragas.
Velhas chagas do sol, ensangüentadas chagas
de ocasos purpurais de atroz melancolia,
luas tristes, fatais, da atra mudez sombria
De trágica ruína em vastidões pressagas.
Para onde tudo vai, para onde tudo voa,
sumido, confundido, esboroado, à toa,
no caos tremendo e nu dos tempos a rolar?
Que Nirvana genial há de engolir tudo isto,
mundos de Inferno e Céu, de Judas e de Cristo,
luas, chagas do sol e turbilhões.
É isso!
Seguem aqui os links para os slides de sala:
Parnasianismo
Slides Simbolismo
Slides Parnasianismo e Simbolismo
Boa prova, moçada!
Vamos a nossa revisão básica:
PARNASIANISMO: A LINGUAGEM COMO DEUSA
Antes de falarmos exatamente desse movimento é preciso ficar atento ao contexto social e econômico daa segunda metade do século XIX. A Revolução Industrial e as novas descobertas científicas fizeram com que a emoção, tão dominante no Romantismo, por exemplo, fosse deixada de lado. Era preciso agir e sentir de modo racional, frio. Assim, o Parnasianismo será esse olhar objetivo, racional na poesia. Observe que na prosa já tínhamos o Realismo para expressar essa reação ao Romantismo. Por isso, convém dizer que o Parnasianismo é antirromântico. Outra coisa importante: a poesia foi, durante muito tempo, o espaço para expressão dos sentimentos humanos, mas os poetas abandonavam a preocupação com a forma, com a feitura do poema. Assim, os parnasianos defendem a necessidade de tratar os temas poéticos com mais objetividade, sem as "lamúrias" românticas.
Para os poetas parnasianos a arte é sinônimo de beleza formal, é a arte para si mesma, a arte pela arte. Não é questão para a poesia o tratamento dos problemas sociais ou as queixas humanas, os amores sofridos. Não! Para se fazer arte é preciso saber combinar bem as palavras, respeitar as formas poéticas fixas e pronto: eis um poema bem feito! Veja o exemplo:
Estranho mimo aquele vaso! Vi-o
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.
Fino artista chinês, enamorado,
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas, talvez por contraste à desventura,
Quem o sabe?... de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura;
Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa. Alberto de Oliveira
Observe que o poema destaca a descrição de um objeto, a perfeição formal também é presente, afinal trata-se de um soneto e uma postura objetiva, sem sentimentalismo. Afinal, o assunto tratado é a descrição de um vaso e não de sentimentos humanos.
No Brasil, destacaram-se os poetas Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho.
Dos citados, Olavo Bilac é o mais famoso: é a estrela maior do parnasianismo brasileiro. Vejam abaixo um dos poemas mais conhecidos do "poeta das estrelas":
Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto,
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E ao vir do Sol, saudoso e em pranto
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado-amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Têm o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.
Nesse poema, Bilac defende, por meio de um eu-lírico mais romântico, a importância de expressar sentimentos. Os versos finais que fecham o soneto, falam sobre o segredo de ouvir as estrelas: amar. Assim, Bilac mostra por que não devemos confundir Parnasianismo com objetividade total. Os poetas brasileiros mostram que é possível sim conciliar a manifestação de sentimentos (sem o exagero próprio do Romantismo) a uma forma poética bem feita, bem cuidada.
Vamos às características importantes do Parnasianismo:
- Opção por uma poesia descritiva.
- Preocupação com a forma, preferência pelo soneto.
- Tentativa de manter uma postura mais racional diante do objeto e dos temas tratados, sem o excesso sentimental dos românticos.
- Resgate de temas da Mitologia greco-romana.
- Defesa da "arte pela arte": a poesia deveria ser composta como um fim em si mesma, sem preocupação social ou como lugar de demonstrações de sentimentos, mágoas e lamentos.
- Escolha das palavras exatas para compor rimas e versos perfeitos.
SIMBOLISMO: O DESCONHECIDO SUPERA O REAL
Outra escola importante, situada na virada do século XIX, é o Simbolismo:
Dentro do mesmo contexto de mudanças sociais e industriais, O Simbolismo mostram que as fronteiras entre a objetividade e a subjetividade são difíceis de serem definidas. A arte demonstram então a incerteza, a indefinição e o pessimismo, lançando um olhar indagador para as todas as coisas e mostrando esse olhar por meio de representações abstratas, indefinidas. Assim, os artistas usam símbolos para influenciar sentidos humanos, sem o uso da razão. É uma arte intuitiva e sensorial: explora-se os sentidos - visão, tato, olfato, audição, olfato e paladar - a percepção do perfume das flores, as cores, por exemplo, ajudam a perceber o mundo e sugerir respostas para o homem. A busca pelo místico, pela fé, a crença em um mundo além deste, enchem os poemas de um senso de mistério. Semelhantemente ao que ocorre no Romantismo, o Simbolismo retoma a centralização no "eu": NÃO há preocupação social, antes, ocorre uma busca pelo espiritual e imaterial, sem racionalismo.
Vamos às características da estética:
-Valorização dos sentidos e das sensações
-Correspondência simbólica entre o mundo visível e as essências
-Uso da sinestesia
-Centralização no "eu", não há preocupação social
Há algumas outras características que são próprias de algum poetas da época:
Cruz e Sousa
Em sala falamos sobre as condições pessoais do poeta, as quais influenciaram sua produção artística. Observe o poema a seguir:
Ó solidão do Mar, ó amargor das vagas,
ondas em convulsões, ondas em rebeldia,
desespero do Mar, furiosa ventania,
boca em fel dos tritões engasgada de pragas.
Velhas chagas do sol, ensangüentadas chagas
de ocasos purpurais de atroz melancolia,
luas tristes, fatais, da atra mudez sombria
De trágica ruína em vastidões pressagas.
Para onde tudo vai, para onde tudo voa,
sumido, confundido, esboroado, à toa,
no caos tremendo e nu dos tempos a rolar?
Que Nirvana genial há de engolir tudo isto,
mundos de Inferno e Céu, de Judas e de Cristo,
luas, chagas do sol e turbilhões.
Perceba que nas duas primeiras estrofes do poema, as imagens do mar agitado e do pôr-do-sol provocam a alucinação. Em tom pessimista, a queda humana é exposta por meio dos elementos da natureza. Os questionamentos postos ao longo do poema revelam o desejo simbolista de de compreender a finalidade de estar neste mundo e a possibilidade de o indivíduo se comunicar com o absoluto (o Ser Superior, as Forças que regem o mundo).
Na poética de Cruz e Sousa é marcada ainda pela obsessão pelo branco, característica fartamente comentada em sala, bonitos!
Outro poeta importante é o mineiro Alphonsus de Guimarães: sua principal marca é a religiosidade, o misticismo aliado a ideia de morte. A morte, inclusive, presente forte em sua história de vida, é transformada em um objeto de adoração: a presença de esquifes (caixões), panos roxos, orações fúnebres e muitos outros elementos sugerem a lembrança do tema. A morte é vista como uma passagem, necessária para libertar o ser do sofrimento humano. Lembra muito o Romantismo, né?
Não se esqueçam que essas duas estéticas de fim de século se aproximam pela preferência pelas formas fixas de versificação. Quanto ao temas, no entanto, são bem diferentes: o objetivismo parnasiano é semelhante ao Realismo. O subjetivismo simbolista é irmão do Romantismo.
É isso!
Seguem aqui os links para os slides de sala:
Parnasianismo
Slides Simbolismo
Slides Parnasianismo e Simbolismo
Boa prova, moçada!
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