O uso de entorpecentes no Brasil é um problema que, apesar de
antigo, tem repercussões no agora e compromete o futuro, especialmente, dos
jovens do país. O aumento no número de usuários revela que as estratégias de
traficantes têm sido mais eficazes que a ação policial de repressão violenta à
comercialização das drogas. Diante disso,
a busca por programas de prevenção ao
consumo, com o forte envolvimento da família e da sociedade, e práticas políticas e policiais que busquem a real recuperação daquele que fez uso de entorpecentes e
a reinserção social dele são
essenciais para enfraquecer as teias da dependência.
Quando se trata de vícios, o
melhor é evitá-los. A problemática relacionada ao uso de
entorpecentes também passa por esse pressuposto, uma vez que manter jovens e adultos distantes do forte
domínio das drogas, especialmente as ilícitas, por meio do diálogo familiar, da assistência da comunidade e
de programas sociais que promovam melhores oportunidades podem ser os caminhos
mais eficientes. As notícias rotineiramente difundidas sobre a guerra entre
traficantes e forças policiais seriam desarticuladas se menos pessoas buscarem
refúgio, psicológico ou social, no consumo das drogas, abalando o mercado do
tráfico.
Ademais, a ideia difundida pela
mídia quanto ao pobre ser o pivô e o maior consumidor de substâncias tóxicas acoberta
os cartéis e organizações criminosas que espalham o vício. O governo e a polícia ainda
falham por permiter que esta trabalhe sem os recursos necessários para enfrentar a articulação
dos aliciadores, já que o
investimento em armamento e preparo policial é parco por parte do Estado. Tal cenário é propício para que
os megatraficantes expandam seu mercado consumidor. Pensando nisso, não só combater o tráfico, mas também dar oportunidades
para que os viciados se recuperem e sejam reinseridos, diminuindo os índices de
reincidência, é uma importante ação para atenuar o problema.
Portanto, para que o combate ao
uso de entorpecentes alcance êxito família, sociedade e governo devem se
comprometer. Programas comunitários que promovam encontros envolvendo familiares, profissionais de saúde e policiais podem auxiliar para que os mais jovens
conheçam os riscos das drogas. Políticas públicas que disseminem propagandas de
desestímulo às drogas lícitas, como
álcool e cigarro, também podem
ser úteis, já que estas, em
muitos casos, funcionam como via de encorajamento a outros usos ilícitos. Garantir
trabalho, educação e chances reais aos mais pobres, inclusive àqueles que estão
em fase de reinserção social, mantêm-nos distantes do problema. Além disso, é muito importante
investimento governamental em preparo policial para barrar não só a ação do
traficante da “boca de fumo”, mas também da apreensão dos verdadeiros mandantes dos crimes. Medidas como essas poderão ajudar a dirimir o efeito
devastador que os tóxicos produzem, especialmente nos mais jovens.
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