Texto modelo Enem
O cenário das novas
tecnologias, herança da globalização, trouxe perspectivas de integração entre
pessoas e serviços das quais a modernidade não consegue mais se distanciar. No entanto, a ideia de que todos
usufruem dessa modernização é utópica. Ainda há uma multidão de indivíduos que
estão desconectados dessas transformações.
Diante dessa realidade, é
necessário entender quais
são as consequências da exclusão digital
e que desafios precisam ser vencidos para
erradicar essa modalidade moderna de exclusão.
O advento da vida on line tem ampliado o conceito de
desigualdade. Do entretenimento ao universo dos negócios, as redes de trocas
digitais trouxeram novas possibilidades de interação na contemporaneidade. Porém, ainda são muitos os brasileiros
que têm a rede virtual como um âmbito estranho. Zygmunt Bauman afirma que o uso da internet se tornou um item social,
um parâmetro de aceitação no processo de inserção na sociedade. Percebe-se então que os indivíduos que
estão à margem do processo, especialmente por questões relacionadas à pobreza,
reduzem sua – já mínima – possibilidade de participação ativa na comunidade do wi-fi.
Os muito pobres, de
excluídos da cidadania real, agora também amargam o distanciamento virtual. Além da escassez de recursos básicos
para saúde e alimentação, surgem outras demandas: o plugue na rede virtual,
consciente e participativo, exige políticas públicas que permitam o acesso ao
conhecimento, aos novos formatos de emprego, à capacitação para o uso eficiente
e transformador das formas de viver e sobreviver na era presente. Assim, não basta o acesso ao
entretenimento furtivo das redes sociais. É preciso educação para o uso, para a
interação, para o nivelamento das possibilidades.
Portanto, para vencer os desafios impostos pela conectividade plena
no Brasil são necessárias medidas governamentais de largo alcance social. Nesse
contexto, fomentar o letramento digital é imprescindível. Para isso, o governo pode promover leis de
incentivo à inclusão, garantindo o acesso dos brasileiros (inclusive das zonas
rurais) aos computadores, por meio de incentivos fiscais que propiciem a queda
dos preços desses equipamentos e barateamento dos serviços de internet. Além disso, a inserção da ementa Informática nos currículos escolares e a gratuidade de cursos na área de
tecnologia para jovens e adultos carentes diminuiria o distanciamento digital. Ações como essas tornariam essa modalidade
de exclusão moderna mínima em uma aldeia de acessíveis e reais benesses da
globalização.
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